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Todo mundo adora gatinhos, não adianta negar. Muito provavelmente você que está lendo isto também adora ficção científica (afirmo isso com tranquilidade, é difícil não gostar). E se juntássemos a fofura dos bichanos com todo o poder destrutivo de um mecha em um jogo divertido e inusitado? Daí nasceria Gato Roboto!

Esse é mais um título com o selo de qualidade da Devolver Digital, então pode ficar tranquilo porque “in Devolver we trust!”. Com isso em mente, já é de se esperar que Gato Roboto seja um jogo com uma temática totalmente maluca ou fora do convencional, porém com um estilo mais que manjado. Pegue o seu gatinho, embarque no seu mecha e venha descobrir qual é a desse jogo.

Perdidos no espaço

Nosso protagonista felino é Kiki, o gatinho de um astronauta que estava fazendo uma patrulha próximo a um planeta desconhecido quando seu mascote acidentalmente pisa nos controles da nave. Eles naufragam naquelas terras desconhecidas e o dono de Kiki fica preso nos escombros da nave, forçando o bichano a explorar os labirintos daquele planeta buscando um jeito de ajudar o seu amigo.

A primeira coisa notável em Gato Roboto é o estilo visual. Ele segue uma arte meio retrô, com sprites bonitas e bem animadas, porém tudo está em preto e branco, lembrando bastante Minit, outro jogaço da Devolver. O cenário não ocupa a tela inteira e existem alguns filtros alternativos que você pode desbloquear e aplicar na imagem, o que não muda muita coisa, apenas dá outra tonalidade monocromática ao seu jogo.

Todo bom metroidvania tem upgrades escondidos.

Podemos classificar este título como um metroidvania, mas a verdade é que ele é totalmente inspirado em Metroid. Os cenários, os ataques do gatinho e até mesmo as portas remetem totalmente ao clássico da Nintendo. Você terá um vasto mapa dividido em áreas, com diversas áreas secretas que escondem upgrades e muitas outras que te forçarão a voltar depois, quando tiver habilidades específicas para poder avançar.

Kiki contará com o auxílio de uma armadura robô que ele encontra no labirinto. Nesse mecha Kiki pode atacar, abrir portas, destruir blocos e ainda aguenta levar umas porradas. Em outros momentos o bichano precisará abandonar a armadura para explorar por conta própria, como passar em espaços mais estreitos ou em trechos em que é preciso nadar (pois é, um gato que gosta de água). Nessas horas o gatinho não pode atacar e caso seja atingido, morre com um único golpe.

O jogo balanceia bem o uso das duas formas do personagem e deixa bem claro quando devemos usar cada uma, mas, ainda assim, é muito comum se perder no meio do labirinto. Mesmo contando com um mapa, é normal não saber como prosseguir mesmo ciente de que está no caminho certo. O game exige que o jogador faça uso de todas as suas habilidades e com a precisão de – se me permitem a analogia – um felino.

Onde já se viu gato nadando?

Guerreiro interplanetário

Ao longo do labirinto, Kiki enfrentará alguns inimigos como sapos, insetos e formas de vida alienígenas. Não que seja um ponto negativo que vá estragar toda a sua experiência, mas os inimigos são bem comuns e não apresentam nada demais, tanto no visual como nos ataques. Ou eles apenas pulam, ou investem contra você ou atiram algo na sua direção. A grande maioria deles precisa de no mínimo três tiros para morrer, o que muitas vezes torna favorável apenas correr e desviar de todos.

Também enfrentaremos alguns chefes com batalhas frenéticas e desafiadoras. Logo no primeiro chefe já dá para ver que esse jogo não pega leve com o jogador, tanto pelo tamanho da barra de HP do boss quanto pela velocidade em que é possível morrer em qualquer luta. Quando você é atingido, nem mesmo os segundos seguintes em que o gato fica piscando te impedem de levar outro hit, como é de costume em qualquer jogo – se você continuar sendo atingido imediatamente após apanhar, sua vida continua caindo e o azar é todo seu.

O primeiro chefe já dá trabalho!

Quando morremos, retornamos da última sala de checkpoint, onde também salvamos o jogo. Felizmente, essas salas não são raridade e é possível encontrar várias sem ter que explorar demais, então nesse ponto o jogo é generoso. Além do mais, esse estilo de salvar o jogo se encaixou perfeitamente na proposta do game, lembrando bastante os antigos Castlevanias e dando um ar bem nostálgico.

A trilha sonora não conta com muitas faixas, mas todas as que tocam são bem legais. As músicas tem um tom meio futurista carregado de suspense, me lembrando bastante os filmes do Alien. Nas salas de salvamento ou onde encontramos upgrades, a trilha muda para algo mais relaxante e bem agradável de se ouvir. É o tipo de trilha sonora que eu procuraria ouvir em outros momentos fora da jogatina.

É possível mudar o filtro para tentar dar uma corzinha ao jogo.

Para quem escolher a versão de Switch, jogar no modo portátil pode ser um pouco difícil em ambientes iluminados. Como o jogo é carregado de preto, a tela reflete o tempo inteiro, o que pode atrapalhar um pouquinho. A solução é apagar todas as luzes e jogar em um ambiente totalmente escuro, ficando ideal para enxergar tudo mas consequentemente cansando a vista mais rápido. É um grande dilema, mas na dúvida, jogue pela televisão que o problema está resolvido.

Gato Roboto é aquele tipo de jogo que não dá para criar nenhuma expectativa e acho que é por isso que ele acaba sendo tão divertido e satisfatório. Sem arriscar nada ousado ou inovador e apostando na simplicidade, a doinksoft entrega um jogo desafiador e bem interessante para quem é fã de metroidvanias… e de gatinhos, é claro.

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