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É comum que alguns jogos passem despercebidos em meio a tantos lançamentos. Não sei bem se este foi o caso de Ghost of a Tale, um jogo lançado em 2018 que só agora tive a oportunidade de conhecer. Ainda me questiono como um jogo que chama tanta atenção por sua beleza visual conseguiu se esconder por tanto tempo. Felizmente, a loja digital Nuuvem nos ofereceu o título para análise e pude confirmar que Ghost of a Tale vai além dos gráficos, tendo também uma jogabilidade competente, ainda mais quando percebemos os detalhes de sua produção.

Ghost of a Tale atingiu seus objetivos em uma campanha no Indiegogo, uma plataforma de financiamento coletivo. Essa conquista possibilitou que a equipe minúscula de cinco pessoas da SeithCG desenvolvesse este RPG de ação para o belo universo imersivo do carismático Tilo, o camundongo menestrel que vive em um mundo medieval povoado apenas por animais antropomórficos.

Fugindo da gaiola

Ghost of a Tale te coloca na pele de Tilo, o pequeno bardo que está envolvido em uma aventura perigosa por se recusar a tocar para o Barão Osdrik. Suas decisões o levam para a prisão de Dwindling Heights. A jogatina começa quando Tilo acorda, recordando-se de que não estava sozinho e que agora precisa encontrar um modo de fugir para encontrar Merra, sua amada qual foi separado durante o encarceramento.

Imagem do jogo Ghost of a Tale
Quem teria coragem de aprisionar uma coisa fofa dessas?

Além de sua amada, Tilo tem outros aliados, um deles te ajudando no início do jogo, deixando a chave que o liberta de sua cela. A partir daí, seu primeiro objetivo é encontrar o aliado misterioso no topo deste castelo. Neste momento, o jogo demonstra como será a maior parte desta experiência, apresentando as mecânicas de stealth, onde você precisa se esconder dos guardas que estão espalhados por todos os locais deste ambiente. De início as coisas parecem simples, mas logo você percebe que o design da fase é um tipo de labirinto desafiador, com diversos locais quais você está totalmente livre para explorar enquanto procura uma saída.

A exploração é divertida e perigosa, pois os corredores estão cheios de ratos enormes e bem equipados fazendo sua ronda. Também há aqueles que cochilam durante o expediente e nestes casos, o ideal é andar bem devagar evitando o barulho. Uma de suas tarefas enquanto se distancia dos inimigos será encontrar chaves, muitas chaves. Elas vão abrir portões que dão acesso para novos locais e em alguns casos abrirá armários e salas com boas recompensas, isso reforça o prazer da jogatina, pois os itens de Ghost of a Tale trazem novos atributos para Tilo e também serão como missões secundárias para aqueles que adoram completar 100% do jogo.

Imagem do jogo Ghost of a Tale
Os ratos de Ghost of a Tale não largam os equipamentos nem para dormir.

O que realmente predomina durante a gameplay são as mecânicas de stealth já que Tilo é muito melhor em fugir e esconder-se do que em combate, que até existe mesmo sendo bem simples. Os inimigos reforçam o uso dos esconderijos, pois são altamente equipados, em compensação possuem pouca inteligência artificial e rapidamente perdem o protagonista de vista, mesmo que as vezes estejamos parado bem ao lado deles. O jogo também possui um sistema de horários, onde você pode escolher perambular de dia ou durante a noite, isso traz pequenas mudanças na ronda dos inimigos, ajudando em algumas missões.

Não é difícil se esconder em Ghost of a Tale, há diversos objetos como: baús, baldes, armários, barris e muitos outros que servem para escapar dos inimigos. Estes locais também permitem o salvamento do progresso, além de conterem alguns itens para Tilo. Você poderá encontrar alimentos que ajudam a recuperar sua saúde; vestimentas que melhoram os status do personagem; e velas e lamparinas que ajudam na exploração.

Procurando o caminho certo em Ghost of a Tale

É comum se perder nos labirintos e objetivos deste jogo, pois não há algo que indique claramente como chegar ao destino, isso fica por conta do jogador. Mas não pense que você ficará frustrado e sem direções, pois o level design é muito bem construído, há diversos caminhos secretos que se interligam mostrando formas de cortar trajetos e encontrar sempre uma nova situação até o seu objetivo, assim uma coisa acaba levando a outra. Contudo, se ainda assim você precisar de ajuda, basta desembolsar algumas moedas para que o ferreiro lhe dê algumas dicas de como chegar a locais específicos. Isso mantém o jogador sempre progredindo.

Imagem do jogo Ghost of a Tale
Qual é irmão, tá olhando o que?

Explorando um belíssimo labirinto

Tilo vai encontrar diversos NPCs curiosos e engraçados, muitos vão fazer pedidos que abrem pequenas missões secundárias. O que mais chama atenção nestes momentos são as possibilidades de diálogos. As conversas são diferentes, dependendo de como você está vestido ou o que está segurando, exemplo disto é chegar no Kerold, um sapo pirata, com uma vela acessa. O anfíbio se recusa a falar até que você guarde o objeto já que a luz ofusca seus olhos. Geralmente as conversas levam ao mesmo fim, mas esses detalhes são o que tornam a experiência instigante. É uma pena que Ghost of a Tale não tenha legendas em português, elas seriam muito bem-vindas já que o jogo tem grande quantidade de textos e diálogos.

Não tem como ignorar o belo visual de Ghost of a Tale, ele é resultado da produção realizada por Lionel Gallat, que foi diretor de animação nos filmes: O Lorax – em busca da Trúfula Perdida, Meu Malvado Favorito e animador de personagens como Moisés (do filme Príncipe do Egito), Túlio (do filme O Caminho para El Dourado) entre muito outros trabalhos artísticos. Essas experiências contribuíram para trazer a beleza notável deste jogo, que fica ainda melhor com a composição que toca ao fundo ou quando o pequeno bardo usa seu alaúde.

Imagem do jogo Ghost of a Tale
Não há o que temer. Não tem nada nem ninguém aqui, certo?

Infelizmente não é só de beleza e bons resultados que Ghost of a Tale é feito, há problemas que podem incomodar os jogadores. Quando salvamos o jogo acontecem congelamentos da tela, uma brusca queda de frames que não tem solução, não importa a configuração que esteja utilizando. Também há problemas durante a navegação de menus, que as vezes falha seja no teclado e mouse ou no controle, onde as opções não ficam selecionáveis fazendo você ir e voltar pelos menus para que o realce de seleção volte a aparecer.

Alguns problemas surgem com menos frequência como colisões estranhas, câmera indo pra fora do cenário entre outras coisas. De certa forma são erros compreensíveis ao se levar em conta que o jogo inteiro foi produzido por apenas cinco pessoas. Porém, por ter sido lançado em 2018, era esperado que algumas coisas tivessem sido consertadas para deixar a experiência ainda mais fluida e agradável. Mesmo assim, se der uma chance para Ghost of a Tale certamente você vai se encantar. E não digo isso apenas pelos seus gráficos bonitos, mas também porque o título garante uma boa jogatina, com desafios na medida e momentos divertidos.

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