O peso da lâmina deixa o braço daqueles que ainda vivem dormente. A visão turva é apenas uma sinal de que ainda está vivo, mas os gritos dos homens morrendo é ensurdecedor, tornando o fato de estar vivo mais um fardo que uma dádiva.
Griefhelm é um jogo de duelos em duas dimensões com um ar bem mais sóbrio e frio do que seu semelhante, Nidhogg. Em duelos contra um ou dois cavaleiros, devemos fazer o máximo para poder sair vitoriosos. Seja nos castelos medievais, nas florestas abandonadas ou em campos de batalha, a morte é sua única companheira. Usando um diverso arsenal de armas da idade média, sua astúcia e comando de postura, você irá trilhar mais de um caminho nesta história.
Coração Valente
Griefhelm, como dito acima, é um jogo semelhante a outro game de luta tradicional em 2D. O jogador e oponente devem batalhar até a morte, no entanto, assim como em Nidhogg, ao invés de golpes desarmados temos lâminas, machados, lanças e manguais. Com uma narrativa semelhante a da série Souls, não temos a história exposta aos nossos olhos e resta a nós unir os pedaços da narrativa entre um embate e outro.
Nosso cavaleiro não possui filiação alguma com o grupo A Mão, duelando contra as outras facções deste mundo – sejam eles a Iris, a Chama ou o Círculo, apenas para citar alguns. Somos um cavaleiro que porta as cores cinzas, lutando contra inúmeros guerreiros de cada facção, cada qual mais sedento por sangue quanto o anterior. A história de Griefhelm possuí diversos nós e encruzilhadas. Em minha primeira jogada segui pelo caminho da praia, explorando a queda dos cavaleiros das facções do Orgulho e Aliança.
As constantes mudanças de cenário e caminhos apenas favorecem o gameplay, uma vez que mais de uma história pode ser experimentada, aumentando em muito o valor replay do jogo. No entanto, a história de Griefhelm não me surpreendeu muito, justamente por ter traços narrativos semelhantes a de outra séries, dentre elas a própria Souls, tanto em estilo de narrativa quanto de criação de mundo.
Uma vida em um piscar de olhos
Eu amo jogos de luta onde podemos usar armas e Soul Calibur está ai para provar meu amor pelo estilo. Admito que a velocidade de combate em games como Griefhelm dá uma emoção maior em todo o combate. Afinal de contas, estamos falando de batalhas que duram um minuto no máximo, com apenas um ou dois golpes. Durante o percurso adquirimos armaduras, elmos, plumas, armas e perks, itens que vão aumentar ou diminuir os atributos de seu personagem e balancear velocidade, proteção e força de ataque.
Griefhelm tem um grande convite a risco e recompensa. Em Nidhogg, cada ataque pode ser feito em altura alta, média ou baixa, permitindo uma variação grande para pegar seu inimigo desprevenido, já que para se defender é necessário estar com a arma na mesma altura do ataque. Já em Griefhelm, o peso das armas é maior e mais influente, fazendo com que a menor brecha seja fatal.
Ainda para aqueles mais receosos em atacar, é necessário estar atento, pois aqui há como usar a tecla shift esquerda para desferir um soco ou chute, quebrando a defesa do oponente. Isso abre a guarda por dois segundos, no máximo, caso ele tenha menos força ou defesa do que você. Esse fator nivela as batalhas entre personagens iniciais e oponentes mais calejados, como a dupla de cavaleiros da primeira etapa do castelo.
Lâminas órfãs
Em Griefhelm existem três modos de jogo. No modo Thug of War, devemos combater e vencer os oponentes enquanto rumamos em direção ao seu local de spawn, onde os enfrentaremos em chamas e fortalecidos. Skirmish te coloca sozinho ou com um BOT aliado contra um ou dois oponentes. Aqui temos rounds que são acumulados até que um lado saia vencedor. Por fim temos Waves, em que devemos enfrentar inimigos em ondas cada vez maiores.
Nesses modos podemos usar os itens desbloqueados durante o modo história, exceto os perks, que nesse caso funcionam como itens, possuindo apenas uma carga e são recompensas de batalhas específicas. Além disso, podemos escolher qual facção iremos defender, podendo assim mudar a cor de nossa flâmula. Porém, infelizmente o modo online do jogo já se mostra vazio, sendo praticamente improvável de encontrar batalhas.
O estilo visual do game é muito bonito e conta com cenários desolados e interessantes, permitindo que um jogador com uma imaginação ativa crie sua própria lenda de cavaleiros e mercenários. A trilha sonora pouco contribui e acaba se tornando um tanto genérica em relação ao jogo como um todo.
No entanto, a simplicidade de Griefhelm é poderosa e entrega um título que pode ser jogado por horas com amigos ou de maneira solo.
