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Seis anos se passaram desde que Sol Badguy salvou todo o mundo da ameaça conhecida como Vontade Universal. Ela era a entidade responsável por estar envolvida em inúmeros acontecimentos do mundo da série, qual encontrou seu fim nas mãos do lutador. Assim como “Aquele Homem”, a mesma possui culpa nos eventos das Cruzadas, ações do Conclave e do Conselho Administrativo Pós-Guerra. Mas mesmo sendo reverenciado como um herói, a vida de Sol não irá ficar nada fácil em Guilty Gear -Strive-.

Apenas para situar vocês, o novo capítulo se passa três semanas após os eventos de Guilty Gear Xrd Rev2, mas as maquinações continuam a rodar as engrenagens da culpa e do destino. Asuka R. Krautz, ou “Aquele Homem” busca refúgio na embaixada americana e diz ter a solução para que tais eventos nunca ocorram novamente. Você está preparado? Mais uma vez a escolha é “Céu ou Inferno”, qual definirá as batalhas emocionantes que te esperam em -Strive-.

Let’s Rock!

Como dito anteriormente, apenas três semanas se passaram desde os eventos de Rev 2,  porém Sol continua sua jornada como caçador de recompensas imortal. Ele está acompanhado de Jack-O, agora uma versão mais semelhante a Aria, mas com a consciência da mesma ainda dormente dentro de si. A personagem ajuda Sol em suas buscas por foras-da-lei ao redor do mundo. Tudo parece estar em paz, já que Asuka R. Krautz se revelou novamente e agora busca asilo nos EUA.

Imagem do review de Guilty Gear -Strive-
Estou de olho em vocês!

No entanto as maquinações continuam por baixo dos panos. I-No está de volta e desta vez age por contra própria. Seguindo atrás de Ariels, que está presa dentro de uma imensa câmara por não saberem se a mesma é um vasilhame para a Vontade Universal. Porém, I-No tem outros planos e finalmente revela a segunda criação de Asuka e um novo e perigoso Valentine surge, o elusivo Happy Chaos Valentine que está dentro de Ariels.

Enquanto I-No age, Asuka também começa a revelar seu plano de paz global durante a trama. Para isto, seu objetivo é eliminar o Tomo da Origem e Sol Badguy. Um último embate começa a tomar forma e vários mistérios pipocam na sua frente. Será esta a última batalha entre Aquele Homem e Sol Badguy? Quem é a mulher no começo da apresentação do capítulo inicial da história de Guilty Gear -Strive-? E quem é realmente deve portar o título de Guilty Gear?

Melhorias atrás de melhorias

Em fevereiro, tive acesso aos testes Beta de Guilty Gear -Strive- e naquela época o jogo já estava uma delícia de se jogar. Consegui me adaptar facilmente às mudanças mecânicas que tornam o jogo menos punitivo que Rev 2, fazendo a experiência ser melhor. A retirada de Blitz Shield/Attack, Danger Time e Dead Angle Attacks facilitou muito para que novatos se acostumem com as mecânicas de jogo da série.

Imagem do review de Guilty Gear -Strive-
Dar aquela alongada antes de cair matando no arcade.

O jogo se tornou bem mais rápido e versátil na minha opinião, em relação aos anteriores. Não ficou tão facilitado ao nível The King of Fighters XIV, – Combar automaticamente? Hoje não! – mas ataques fracos não se cancelam automaticamente mais para um ataque pesado, o que ajuda muito. No entanto, eles abrem um caminho para combos com ataques normais, punishers ou ataques especiais. Os combos continuam sendo animais e extremamente lindos visualmente falando. Não importa o personagem, todos possuem lindas e devastadoras combinações na tela.

Claro que tenho meus favoritos como Leo, Giovanna e I-No, que me dão um balanço em como abordar batalhas. Mas consegui pegar e jogar com todos os personagens sem dificuldade alguma, zerando o modo Arcade na dificuldade Extreme sem suar. Admito que senti diferença drástica em alguns personagens, principalmente em Faust, o personagem que para mim mais sofreu mudanças, até mesmo mais que Ky.

Imagem do review de Guilty Gear -Strive-
Vai ter que tentar mais Sol.

Até o fim!

Como dito meses atrás na fase Beta, mudanças eram esperadas em -Strive-, mas senti que muita coisa ainda está me pegando de surpresa. O que me agrada é ver que as explicações fazem mais sentido a partir deste, afinal Fausto, que já era excêntrico e insano, resolveu voltar no tempo para poder mudar algumas coisas. Não é de se estranhar que o já maluco doutor se torna ainda mais “esquisitóide”.

Ky também está bem diferente, com um visual mais despojado e menos preso as amarras da Divina Ordem dos Cavaleiros Sagrados e uma estranha nova forma de lutar, o que confirma as suspeitas que a fanbase já possuía sobre sua origem. Até mesmo seu Riding The Lightining está mais violento e agressivo do que anteriormente, contando com um poderoso finisher através de um golpe horizontal de sua Thunderseal.

Imagem do review de Guilty Gear -Strive-
Posso ser apenas um dançarino, mas a pancada ainda doi.

Mas Caco, como farei para poder aprender todas as mecânicas sendo um iniciante na série? Se acalmem caros leitores, afinal a Arc System Works pensou nisto e Guilty Gear -Strive- traz além um modo de missões bem abrangente, indo desde o básico até o mais avançado nível de treino. Ou seja, você logo estará usando exploits de Burst e Roman Cancel de todas as cores a torto e direito como os profissionais.

Justice for All

Uma vez que já tenha feito aquele aquecimento e estudado as técnicas de combate de cada personagem, é hora de mergulhar no modo arcade e survival. Já que o modo história é praticamente um filme, resta pular nos outros modos para deixar o pau torar. No modo arcade enfrentamos oito lutas, até enfrentarmos Nagoriyuki em dupla, já que o mesmo é bem apelão para quem não está costumado. Com a barra de sangue enchendo automaticamente e o deixando ainda mais forte quando “estoura”.

Imagem do review de Guilty Gear -Strive-
Os almoços de domingo devem ser show com essa galera!

O modo survival, como o próprio nome diz, é uma batalha que leva até onde o jogador aguentar. É lançao inimigo atrás de inimigo contra o player, aumentando cada vez mais o desafio. Ainda não cheguei até um final propriamente dito deste modo, mas acho que meu controle não vai aguentar muito mais. Apesar disso, é um sacrifício digno, já que infelizmente Guilty Gear -Strive- não conta com suporte Legacy, ou seja, não consigo usar meu arcade stick com ele.

Não que isto seja um problema, mas me força a ter de correr atrás de um produto oficial, uma grana que nem todos estão dispostos a gastar neste momento. E sinceramente jogando no extreme com o controle estou conseguindo tirar alguns rounds de Perfect, então aguentarei mais um tempo. Mas entendo que muitos podem ficar um tanto quando “irritados” por terem que estar se acostumando novamente com o DualShock 4.

Pensa no perigo desse “Shoryuken”

Contratos com o Circo da Meia Noite

Visualmente Guilty Gear -Strive- salta aos olhos com suas transições e golpes extremamente detalhados. Os movimentos das sombras de Zato-1 são fluidos e parecem um fluido não newtoniano, não sendo liquido ou sólido. Efeitos de luz, metais e distorção dos movimentos, todos pintam a bela obra que é Guilty Gear Strive. A trilha sonora como sempre é ridícula e estupidamente de longe uma das melhores do mundo dos games. trilhas como Armor-clad faith, Play the hero e Trigger irão fazer você sacudir a cabeça enquanto luta.

Daisuke Ishiwatari mais uma vez provou que é um homem que tem inúmeros talentos, trazendo um jogo lindo visual e audivelmente e com uma lore incrível. Guilty Gear -Strive- traz um aroma diferente para a mesa de Hadoukens, Power Geisers e Get Over Here’s. De longe o melhor título de luta que joguei recentemente após a nova season de Street Fighter V. Céu e inferno combatem nos campos de Boston Seabed uma vez mais que Junkyard Dog e Thunderseal se chocam em Guilty Gear -Strive-, e esse confronto espera seus comandos.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024