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Imaginem uma linha temporal alternativa onde a Primeira Guerra Mundial tomasse proporções tão brutais que levariam a raça humana à beira da extinção, transformando-a em piratas steampunk que travam batalhas pelos céus. Caso esse seja o seu tipo de aventura, Guns of Icarus Alliance é para você. O jogo multiplayer permite que você se torne o capitão do seu próprio dirigível e domine os céus enquanto observa ferragens das naves inimigas rasgarem os céus em chamas, em direção ao solo e a morte.

Lançado originalmente para o PC em 2012, Guns of Icarus Alliance permite que os jogadores embarquem em um mundo devastado pela guerra, onde quem controla os céus controla tudo, com um estilo que parece misturar Bioshock e Dishonored em batalhas aéreas. O importante é se manter no ar acima de tudo e ter uma equipe em quem se possa confiar. Mas será que tudo isso é o suficiente para fazer com que o jogo consiga alçar voo no Playstation 4 e rivalizar com os navios de Sea of Thieves?

Oh, the Humanity.

Atenção, tripulação!

A história de Guns of Icarus Alliance fala sobre um mundo que pereceu devido à uma guerra tão severa e brutal que dizimou grande parte da humanidade e deixou os países em ruínas, além de uma doença terrível chamada de Morte Vermelha que dizimou mais da metade dos sobreviventes. O restante da raça humana se dividiu em tribos que batalham entre si, resultando em cada vez mais destruição ao ambiente e um efeito estufa em constante evolução, ou seja, a chance de sobrevivência e propagação da raça humana parecia inexistente.

Porém sua resiliência provou que ainda havia luta e a “Era do Pó” se tornou passado; o mundo começou a se levantar novamente, criando uma nova sociedade e dando início a uma era industrial. Nessa época, um inventor chamado Gabriel criou a primeira aeronave, Icarus, o que o tornou o primeiro piloto da história e o melhor até então. Ao voltar de uma de suas aventuras, Gabriel encontra sua cidade em chamas e sua busca por vingança o leva direto à morte, e com isso Icarus foi desmontada e estudada pela sociedade, dando início à “Era do Ar”. Agora é a sua vez de domar os céus e superar Icarus.

Cabe ao jogador assumir seu lugar em uma tripulação e mostrar para os inimigos quem são os verdadeiros donos dos céus. Durante a criação do seu personagem, você pode escolher entre até seis facções diferentes às quais se unir: República Angleana, Barões de Fjord, Ordem de Chaladon, Império Yesha, Liga de Arashi e a Guilda Mercante. As facções aqui acabam servindo mais como um tabuleiro de War, onde o dinheiro recebido após cada partida pode ajudar sua facção enviando recursos ou soldados para diferentes regiões do mapa do mundo, para aumentar ainda mais o seu domínio.

Espalhafatosa? Sim, mas na hora em que eu atropelar seu balãozinho não adianta falar que não me viu chegando!

Ao subir de nível dentro da facção você também receberá itens cosméticos, uma arma e uma aeronave exclusiva. O jogador pode escolher entre três classes para jogar: caso consiga o controle da equipe, você pode jogar como o piloto, tendo acesso a até três itens bônus para levar a bordo; um armeiro que consegue tirar um proveito muito maior das armas na aeronave e o engenheiro, responsável pela manutenção da nave. Por isso sempre mantenha sua nave nos trinques, pois caso seja eleito piloto é nela em que o time irá batalhar.

Agora que você já editou o visual do seu personagem e o criou numa mistura de Dishonored, Bioshock e algum tipo de hipster que mora dentro do Starbucks, estamos prontos para a parte que interessa: o combate! Após montar sua equipe e preparar sua aeronave, é hora de assumir seu posto – caso seja o Piloto é melhor correr para o leme e saber ler uma bússola e um barômetro para navegar o dirigível e evitar que ele seja alvejado e pipocado igual a um queijo suíço

. Também é possível escolher e levar até três itens que se dividem em recursos de manutenção da nave, lunetas para procurar naves inimigas e fluidos que deixam a nave mais veloz, mas que danificam o motor. Para mim, jogar de piloto é o melhor, pois a liberdade que você possui é incrível. Uma vez que dominou a arte da pilotagem, fica muito fácil desviar dos disparos e fazer manobras malucas com a nave enquanto sobe e desce no ar.

Caso tenha sido recrutado como armeiro, é bom decorar os caminhos da nave para poder se locomover por ela, pois as armas não se operam sozinhas, fazendo com que a emoção da batalha aumente ainda mais. Como armeiro você terá acesso a poderosos canhões, metralhadoras e lança-mísseis tão satisfatórios de se disparar que você se sentirá o verdadeiro Rambo, só que no lugar de jipes explodirá dirigíveis. Já como engenheiro você também poderá utilizar as armas, mas preste atenção nos avisos da tela, pois sua maior função é correr de um lado para outro apagando as chamas causadas pelos disparos inimigos e consertando o motor da nave. Portanto, a parte mais importante de Guns of Icarus Alliance é o trabalho em equipe.

Nada mais satisfatório do que disparar canhões em forma de dragão!

Infelizmente a trilha sonora é pouco presente neste jogo, contando com poucas faixas e batalhas em que apenas o som dos disparos e do motor da nave podem ser ouvidos. Os poucos temas que tocam nas batalhas não são tão interessantes, apostando mais em tambores de guerra. Isso é triste, pois houve um maior cuidado com músicas que servem para distinguir cada uma das facções: no tema da Liga de Arashi, um povo que aparenta vir do oriente médio, temos uma música com flautas e uma melodia que nos remete à uma região quente e cheia de mistérios; já no tema dos Barões podemos notar um som que remete à Europa, com trompetas, violinos e um coro ao fundo. Ou seja, a parte musical foi muito bem pensada, mas é uma pena que tenha sido destinada apenas aos menus.

A parte gráfica de Guns of Icarus Alliance é relativamente fraca em relação aos concorrentes atuais, com um visual que remete muito a Dishonored, tanto na direção de arte quanto no estilo dos personagens e do mundo ao seu redor. O jogo consegue retratar bem um universo steampunk, o que pode ser notado no vestuário, com roupas típicas de um século XIX no qual a tecnologia a vapor nunca deixou de ser predominante, além de máscaras e chapéus que remetem à essa temática. Já em relação às batalhas, as maiores referências de Guns of Icarus Alliance ao steampunk ficam por conta das naves, pois os mapas em si geralmente são cânions, desertos, fábricas abandonadas ou lugares desolados e esquecidos pelo mundo.

Obrigado por voarem conosco!

Guns of Icarus Alliance é um jogo extremamente divertido. Isso é, caso você possua amigos com quem jogar ou conseguir se entender bem com o time, já que você pode cair em uma equipe fraca e precisar contar com bots para completar sua tripulação, desejará mais do que nunca estar na água, pois aqui uma equipe desunida significa uma queda dura! O fato de não haver uma trilha sonora elaborada durante o jogo também é um problema, porém as batalhas consegue ser tão imersivas que em certos momentos isso sequer é necessário, com os sons de balas e explosões fazendo um ótimo trabalho ao deixar seus ouvidos ocupados.

Algo de que senti falta foi um sistema de combate corpo-a-corpo ou armas pessoais, pois diversas vezes tentei abordar as aeronaves inimigas ao pular nelas quando as sobrevoava, mas era sempre jogado de volta à minha nave. Como os inimigos aqui são tidos como piratas, seria incrível agir como um e abordar as outras aeronaves, matando seus passageiros ou fazê-los andarem na prancha.

Hora de usar tudo que aprendi com Desafio em Tóquio e mandar um DRIFT nesse dirigível!

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