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Halcyon 6: Starbase Commander, lançado pela Massive Damage em setembro de 2016, foi um dos games que passou batido em meu radar indie. Quase um ano depois, tive a oportunidade de conhecê-lo através da nova edição Halcyon 6: Lightspeed Edition, gratuita para quem já comprou o game original. Sem saber muito o que esperar, fiquei imaginando como seria a tal mistura de RPG com estratégia, já ciente das comparações com XCOM e FTL (Faster Than Light). A curiosidade só aumentava…

Após correr com outras análises recentes, dediquei uma hora a Halcyon 6: Lightspeed Edition e… Minha nossa, que jogo incrível! E, na mesma proporção, complexo. A profundidade de mecânicas de gameplay é tão grande que assusta a primeira vista, mas com um tutorial bastante didático você logo pega o jeito. Aliás, o tutorial é obrigatório e muito importante aqui. A primeira hora é crucial para aprender tudo sobre o “core” do jogo. Após isso, prepare-se para passar muitas horas administrando a estação Halcyon 6 e enfrentando ameaças em batalhas espaciais.

Nem no espaço os humanos encontrarão paz.

Melhor, mais curto e difícil

Como é de se esperar, Lightspeed Edition é melhor que o game original. Porém a campanha ficou mais curta e acelerada, o que deixou muitos fãs enfurecidos. Como eu nunca havia jogado antes, não senti que a decisão afetou alguma coisa. Seu objetivo é gerenciar a estação, desenvolvê-la com upgrades, administrar pontos de habilidades para os oficiais, explorar o espaço e completar missões. Neste último quesito, o jogo é bem simples: você despacha unidades para enfrentar inimigos em batalhas por turno. Ou fugir, em alguns casos. O legal aqui são os eventos procedurais, que criam situações de caos como uma invasão alienígena surpresa, forçando o jogador a ser criativo para solucionar cada questão.

Os fãs também não gostaram da pressão que o jogo exerce nesta nova campanha, mesmo que o custo para construir as coisas tenha sido reduzido. Realmente não é fácil gerenciar a quantidade de frotas a serem despachadas para as missões. Mesmo depois de pegar as manhas, é necessário ter umas três ou mais frotas para conseguir lidar com as crises e não ser derrotado. E olha que joguei na dificuldade normal para não sofrer na campanha – há três opções de dificuldade no nível hard, só para ilustrar.

Não subestime seus inimigos: a batalha pode virar a qualquer momento.

Nesta nova versão, a interface do jogo sofreu boas mudanças, agora exigindo menos cliques para se movimentar pelo mapa e realizar ações. Outra melhoria foi feita no próprio sistema de missões, deixando-as menos repetitivas e com ramificações de objetivos e conclusões. Dentro da estação espacial, rolou a mesma mudança. Se antes o jogo focava mais no gerenciamento interno da estação, agora ficou melhor equilibrado com o que acontece fora dela.

Curso intergalático de gerenciamento

Não basta sair vitorioso das batalhas, é preciso aprender a gerenciar tudo. Se uma crise acontecer num dos setores da estação, pode ter certeza que a perda de recursos será mais dolorosa do que ver suas unidades morrerem em combate. E por falar nisso, esta é uma das coisas mais prazerosas do jogo. Você escolhe três oficiais dentre três classes principais (Tático, Engenharia e Ciência), cada uma com duas sub-classes, bem como um poder épico pra cada e pronto; você estará pronto para enfrentar adversários em combates por turno com o famoso sistema de “cool down”. Um ataque mais forte pode lhe atrasar em um ou mais turnos, por exemplo. Ou seja, é importante escolher bem os seus ataques (que inclusive podem ser configurados em loadouts) para ganhar vantagem entre um movimento seu e do adversário.

Na construção das naves, temos cinco tipos e uma grande variedade para escolher. Há naves rápidas, grandes e lentas, para todas as situações. Construí-las leva dias e, para agilizar a vida do jogador, há um menu no mapa para acelerar o tempo. É importante também ficar de olho no ambiente de batalha, já que ele pode interferir no uso de uma habilidade. Agora há também novos combos, adicionados junto das novas classes de prestígio para os oficiais (Teórico, Conselheiro e Comandante). Tudo isso faz com o que o jogador não caia no vício de usar a mesma tática sempre. O jogo te empurra a testar coisas novas, como usar uma nave do tipo tático para desabilitar os oponentes e fazê-los perder turnos. Só não abuse, pois o jogo se adapta às suas táticas para oferecer desafios na mesma balança – neste exemplo, com adversários mais resistentes ao efeito de desabilitar.

Essa navinha parece a arma BFG 9000 de DOOM.

Se por um lado as batalhas espaciais são bastante divertidas, já não posso dizer o mesmo das terrestres. O sistema de combate é o mesmo, porém mais chato de assistir. Se você curte a simplicidade dos RPGs em pixel art, como o recente Galaxy of Pen and Paper (análise), aí tudo bem. O que me incomoda é a limitação de três inimigos, mesmo havendo mais área livre do que nas batalhas espaciais. Sei que alterar esta mecânica para algo mais complexo, como o posicionamento em Final Fantasy Tactics, daria um belo trabalho pros desenvolvedores. Mas sinto que poderiam ter feito algo melhor aqui, pelo menos pra deixar tão interessante quanto os combates com naves.

Halcyon 6: Lightspeed Edition é uma boa pedida pra quem conhecer o game de 2016 em sua melhor forma. O humor ímpar e a quantidade de coisas pra fazer o manterá ocupado por mais de 12 horas. O jogo custa R$28 no Steam e é altamente recomendado pra quem gostou também da franquia XCOM e o indie FTL. É, de fato, a junção perfeita destes dois jogos, transformados em um universo cativante e viciante feito de pixels.

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