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Claro que RTS não é um gênero que combine muito com os consoles. Toda a dinâmica e a jogabilidade sempre foram pensadas para o teclado e o mouse de um computador. Mas em um universo saturado de shooters, é bom ver que novidades podem surgir de onde a gente menos espera e, principalmente, dentro do universo de Halo.

Foi assim com o primeiro Halo Wars. Confesso que seu anúncio me causou estranheza, afinal, a série era famosa por ser o FPS que redefiniu o gênero nos videogames. A principal dúvida era como conseguiriam fazer com que os jogadores se sentissem atraídos para jogar um RTS no gamepad. O resultado final foi excelente, criaram uma forma de jogatina que ficou simples, mas ao mesmo tempo completa. Foi até estranho demorarem tanto para produzirem sua continuação.

A Spirit of Fire está de volta

Halo Wars 2 se passa exatamente 28 anos depois da história do seu antecessor e pouco depois dos eventos de Halo 5: Guardians. A nave Spirit of Fire, dada como desaparecida, ficou à deriva desde o final do primeiro jogo e toda sua tripulação comandada pelo Capitão James Cutter estava em animação suspensa.

Quando despertam, sem nenhum conhecimento de onde estão nem sobre o que se passou nesse tempo todo, recebem uma comunicação criptografada da UNSC. Como não conseguem decifrar seu conteúdo, Cutter envia um time para investigar e é aí que dão de cara com Atriox.

Houson, we have a problem...
Houston, we have a problem…

No complexo onde os Spartans Jerome, Alice e Douglas encontram a origem da transmissão está a IA Aline. Lá também encontram Atriox e seu grupo de Banidos. Eles são Brutes que eram usados pelos Convenant em missões suicidas, mas que se rebelaram e criaram seu próprio exército. Agora a equipe da nave precisa combater essa nova ameaça antes que consigam arrasar toda a galáxia.

Teclado e mouse ou gamepad?

Como já falei, Halo Wars surpreendeu todo mundo com sua jogabilidade apurada no Xbox 360, então era de se esperar que a continuação fosse pelo mesmo caminho. Por ser parte da iniciativa Play Anywhere, Halo Wars 2 está disponível tanto para Xbox One quanto para Windows 10, então resolvi testar nas duas plataformas.

Jogar no computador é, obviamente, uma experiência mais ágil e os jogos de estratégia em tempo real precisam dessa agilidade, então não é necessário dizer que a melhor forma de jogar é no Windows 10. Mas, dando continuidade ao que foi feito anteriormente pelo falecido Ensemble Studios, a parceria entre Creative Assembly e a 343 Industries deixou ainda mais dinâmica a jogabilidade no gamepad. Ela perde somente para a simplicidade de se fazer certas coisas com o mouse, como a seleção de unidades por exemplo.

Como faz pra voltar a dorm
Será que a gente pode voltar a dormir?

A forma com que os atalhos foram pensados para as ações e comandos no Xbox One, por mais complexos que sejam, fez com que eu me sentisse muito à vontade com o controle nas mãos e só foi preciso uma pequena curva de aprendizado. Por isso é aconselhável passar pelo tutorial primeiro. A “roda de construções” está de volta, sempre achei isso uma solução extremamente inteligente e muito intuitiva de ser utilizada com o direcional. Juntos temos também a “roda de habilidades” de personagens, que vão desde um ataque mais forte e direcionado até a recuperação de energia das unidades no campo de batalha. É preciso lembrar que essas habilidades tem um tempo de recarga, não dá para usar o tempo todo.

Um game bonito de se ver

Apesar das limitações do Xbox One, afinal, estamos falando de um aparelho de 2013, Halo Wars 2 é bem bonito no videogame. Com animações muito bem trabalhadas, belos efeitos de partículas, cores bem vibrantes e uma fluidez quase sempre constante. Isso sem falar das cutscenes que são um espetáculo à parte, todas muito bem produzidas, com dublagem condizente e graficamente belíssimas. Não consegui achar um defeito sequer nelas.

Claro que se quisermos jogar a 60 FPS e com pelo menos 1080p de resolução, é preciso ir para o computador. Aqui sim os adeptos da gloriosa Master Race podem esbanjar e o título mostra toda sua qualidade gráfica. Os efeitos ficam ainda mais bonitos e realistas, sendo possível ver muito mais detalhes nas estruturas, em cada item da construção, nos veículos e personagens, até os ataques ficam mais impressionantes, com destaque especial para os lança-chamas dos Hellbringer.

Sai pra lá, tá estragando a pintura do meu jipão!
Sai pra lá, tá estragando a pintura do meu jipão!

Vamos jogar!

Mas e a campanha? Com um total de 12 fases que variam desde construir e evoluir para destruir seus inimigos, até dominação de território, cada uma traz um desafio diferente e vai contando a história de forma interessante. Infelizmente achei que a aventura principal é um tanto curta, acredito que determinadas missões poderiam ser maiores, mais trabalhosas.  Apesar disso, é legal ver que não ficamos presos naquela velha forma dos RTS. Os desafios são variados, as tarefas são diferentes, a cada nova etapa os objetivos vão se diversificando. Um bom exemplo é quando, logo no começo, sua missão é dominar determinados pontos do mapa e os manter sob sua posse. Assim você vai conseguindo energia suficiente para a ativação de uma estrutura importante. Lembra muito os modos Domination que vários FPS tem no multiplayer.

Por falar em multiplayer, temos novidades interessantes em Halo Wars 2. Além do bom e velho Mata-Mata, e do Dominação, onde ganha quem fizer mais pontos dominando (duh) determinados pontos do mapa, as novidades são os modos Fortaleza e Blitz. No Fortaleza, cada jogador recebe recursos ilimitados e precisam controlar a maior quantidade de fortalezas até o tempo acabar. Aqui a idéia é que todos tenham as mesmas condições na batalha, ganha quem souber usar da melhor forma possível os recursos disponíveis.

Truco, ladrão!
Truco, ladrão!

A grande novidade e o grande atrativo do multiplayer é o modo Blitz. Cada jogador conta com 12 cartas, cada uma com unidades ou habilidades e é preciso saber a melhor forma e o melhor momento para usá-las, sem desperdício. Além do modo em que os jogadores podem se enfrentar, ainda existe um outro chamado Blitz Firefight. Um estilo horda que pode ser jogado sozinho ou em co-op, com o objetivo de sobreviver o maior tempo possível às ondas de ataque dos inimigos. É bem frenético e vale a pena ser conferido.

Quando chega Halo Wars 3?

Hoje em dia o mundo gamer está saturado por títulos repetitivos e as mesmas franquias com novas edições todo ano, cada vez mais a impressão que tenho é de que as empresas tem medo de inovar, de arriscar. Para quem está sempre buscando jogos diferentes, como eu, Halo Wars 2 é um alento.

O universo de Halo sempre prezou por bons enredos e histórias que prendiam os jogadores. Por isso, depois da escorregada que deram em Halo 5 e a recepção morna que ele recebeu, a 343 Industries e a Creative Assembly tinham uma grande responsabilidade em mãos. Não só conseguiram cumprir com louvor sua missão, como trouxeram vida nova a um gênero que não tem quase nenhuma representatividade nos consoles.

Após pouco mais de 10 horas de jogo, que por sinal passaram bem rápido, tudo que me pergunto é: será preciso esperar tanto tempo para que saia uma continuação?

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