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A galera mais nova de hoje pode não saber, mas antigamente os jogos podiam ser muito frustrantes. E não estou falando no sentido de serem ruins, mas sim de alguns serem ridiculamente difíceis, exigindo um esforço quase sobre-humano do jogador para atingir o final. Os mais velhos devem lembrar das inúmeras vezes que morreram pulando em plataformas que apareciam e desapareciam em Mega Man, de bater contra uma parede enquanto dirigia uma espécie de moto futurista em Battletoads ou ainda levar aquele tirinho de nada em Contra e ter que recomeçar o jogo do início por ter perdido todos os continues.

Essa época passou e os games atualmente são bem mais amigáveis, não punindo o jogador tão severamente por um erro isolado ou alguma falta de precisão nos controles. Mas tem gente que sente saudades da dificuldade exagerada daquela época, e são exatamente estes que deverão adorar Hard Corps: Uprising, game lançado pela Konami para as redes Xbox Live e PlayStation Network. Hard Corps: Uprising é um shooter 2D exatamente no esquema dos antigos Contra. Na realidade, Hard Corps: Uprising é um Contra que a Konami resolveu não chamar de Contra. Até a história é relacionada. Uprising funciona como um prelúdio de Contra: Hard Corps, título lançado em 1994 para Mega Drive.

A história é bem simples e batida. O ano é 2163 e a Terra está dominada pelo império Commonwealth, um poder que oprime as nações do planeta. Por conta desta situação, uma força de resistência foi formada, e é exatamente nesta organização que estão os dois personagens inicialmente jogáveis do game, Bahamut e Krystal, que devem percorrer oito fases derrubando diferentes tipos de inimigos e chefes para chegar ao próximo cenário e fazer a mesma coisa novamente. E isso não é ruim!

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Uprising oferece dois modos de jogo: Arcade e Rising, ambos com possibilidade de ação para um jogador ou em dupla, local ou online. No Arcade o game oferece um número escasso de vidas e continues para passar por todas as fases, tarefa bem difícil, já que um erro mínimo pode representar a perda de uma preciosa vida ou de alguma arma mais eficiente para derrotar o próximo chefe. Já o modo Rising é bem mais amigável. Nele existe um sistema de experiência que permite que o jogador aumente o número de vidas, de continues, melhore o poder das muitas armas do jogo, compre novas habilidades, entre outras coisas. No Uprising também é permitido que se inicie o jogo de qualquer fase e jogue novamente estágios passados para acumular experiência.

Falando nas fases, elas se estruturam basicamente em ação de tiro 2D com inimigos simples, algumas armadilhas, sub-chefes na metade delas, mais inimigos e um chefão no final que quase sempre deve ser derrotado mais de uma vez em diferentes formas. Mas algumas das fases fogem ao padrão, com o protagonista andando num tipo de skate flutuante ou tendo que se esconder para evitar alarmes. Já os ambientes vão de desertos a cidades, passando por florestas e bases inimigas.

Hard Corps Uprising tem um bonito estilo visual 2D que remete diretamente aos animes. A desenvolvedora ARC System Works é conhecida por trabalhar bem este estilo gráfico nos games de luta Guilty Gears e BlazBlue, e repete aqui o bom resultado, com personagens coloridos e bem animados. O trabalho de som, apesar de não ser tão bom quanto o gráfico, com trilha sonora e efeitos meio genéricos, consegue cumprir bem o papel.

Hard Corps: Uprising consegue ser, dessa forma, um belo revival para os órfãos de Contra e dos jogos de tiro 2D “casca grossa”, mas expande também seu alcance para os acostumados às facilidades dos jogos mais atuais. Um ótimo jogo de US$ 15 que pode ser terminado em quatro horas, mas que oferece motivos para ser jogado diversas vezes seja pela qualidade, pelo desafio em se terminar o modo Arcade ou também de conseguir evoluir ao máximo os personagens no modo Uprising.

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