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Heroes of Hammerwatch, produzido pela CrackShell, é um jogo que me faz apreciar os pequenos títulos lançados pelas produtoras indie, trazendo mecânicas já conhecidas mas que se encaixam como uma luva em uma temática medieval e fantasiosa na estética pixel art. O game se trata de um RPG roguelike, um subgênero dos RPGs tradicionais caracterizado entre outras coisas pela geração de nível aleatória durante a partida.

O título ainda possui um sistema de morte permanente, perdendo seus itens (loot) mas mantendo a experiência adquirida. A dificuldade é elevada, e o ângulo de câmera isométrico. A primeira impressão que tive é de estar jogando uma mistura de Diablo com Dragon Quest, mas ao longo da jornada eu conheci e compreendi melhor como o mundo onde eu estava funciona, ganhando personalidade própria.

A vida é feita de coisas simples

O enredo nos traz uma história básica, em um mundo mágico medieval devastado por criaturas malignas. Parece simples, porque é simples. Você começa em um castelo destruído, sem nenhuma explicação ou GPS para te indicar qual rumo seguir. Seu personagem é um herói que deve ajudar a reconstruir esse castelo com os tesouros espalhados por longas dungeons cheias de armadilhas e monstros sedentos pelo seu sangue. O gameplay segue de forma sólida: você adentra a dungeon todo destemido, derrotando hordas de inimigos que virão em quantidades cada vez maiores, mais fortes e com mais habilidades. Derrotando vários de uma vez, ativamos um combo com uma aura rosa que atira em todas as direções.

Imagem do jogo Heroes of Hammerwatch
Hora de furar um pouco esses olhos cheios de conjuntivite.

Ao iniciarmos a jornada, somos introduzidos à tela de classes, podendo conhecer todas os 9 tipos de heróis e suas habilidades, indo de Paladino, Patrulheiro, diversos tipos de Magos, Arqueiros até Gladiador e Ladrão. Contudo, apenas 5 estão disponíveis para escolha, enquanto as outras possuem níveis ou objetivos específicos que precisam ser cumpridos para desbloqueio. Em seguida, uma tela de customização aparece, permitindo modificar a cor de pele, cor das roupas, cor das armas e a voz, essa que por sinal irá definir se seu personagem é masculino ou feminino, algo que achei irrelevante em todos os momentos de jogatina.

A classe que escolhi inicialmente foi a Ranger (Patrulheiro), que ataca de longas distâncias atirando flechas com sua Besta, o que por sorte já me deu grande vantagem. De início, por ter uma dificuldade alta, busquei evitar combates diretos, facilitando muito os primeiros momentos do jogo. Cada classe possui um ataque primário e quatro habilidades únicas. Inicialmente, começamos com uma habilidade e vamos adquirindo as outras através de upgrades em um NPC específico. Também há habilidades passivas, que dão status positivos, buffs de fortalecimento e de restauração.

Passando pelas dungeons, há armadilhas que contêm recompensas que nos auxiliam no que o jogo chama de Run (rodada). Essa “Run” é a métrica usada no game para saber o quão longe você conseguiu chegar, marcando quantas fases e quantos caminhos percorreu. Cada dungeon é construída de forma aleatória, isto é, a cada vez que morremos e recomeçamos, a área ainda é a mesma mas a distribuição de armadilhas, inimigos e caminhos do cenário são diferentes. No jogo, há diversas fases, cada uma contendo 3 andares. Ao superá-los, nos deparamos com o chefão, que após ser derrotado te dá acesso a uma nova área com mais 3 andares e o ciclo se repete.

Imagem do jogo Heroes of Hammerwatch
Uma tela que se torna familiar nesse tipo de jogo.

É uma cilada, bino!

Ao superar uma armadilha, você pode desativá-la e abrir um baú que te dará um item com status positivos para auxiliar na Run, o que vale muito a pena. Itens recolhidos ao longo da exploração dão vantagens fundamentais para o progresso da dungeon, e mesmo os piores itens podem ser trocados em um NPC. Ao avançar, derrotando inimigos você recolhe tesouros através de baús, caixas, vasos e muitos itens do ambiente como passagens secretas. Esses tesouros servem para comprar upgrades pro seu personagem, sendo Ouro para Upgrades no Castelo e Coins para Upgrades no Personagem.

O sistema de combate é bem simples, consistindo em atacar e evitar todo tipo de ataque inimigo. Os controles são ótimos no Joystick, com apenas uma leve dificuldade para acertar inimigos em movimento diagonal, algo que é facilmente feito com Mouse e Teclado. Como todo bom RPG, há uma poção de Cura que restaura o HP e a MANA perdidos. Há apenas um tipo de poção para as duas funções, que podemos ir aprimorar através de upgrades no NPC correspondente, aumentando capacidade e quantidade. Ao matar o chefão da fase, liberamos um portal para que se morrermos não seja preciso enfrentá-lo novamente.

Imagem do jogo Heroes of Hammerwatch
O que poderia dar errado, não é mesmo?!

Outro ponto positivo fica pela parte do visual do game. Cada característica do cenário, sejam as fumaças e efeitos de gelo ou fogo, ou até tempestades de areia, foram extremamente bem desenhados. Em todos os momentos me senti jogando um jogo da velha-guarda na nova geração. Além disso, os efeitos sonoros são impecáveis. Ainda há uma trilha sonora marcante para cada fase e uma música única para cada Boss, essas que se encaixam perfeitamente com os cenários.

Os vários inimigos vão de vermes e aberrações a gigantes de pedra e chefes colossais que nos trazem boas batalhas cheias de desafio. Algo que apreciei foi a boa variedade deles. Todos os inimigos aparecem em grandes quantidades, o que pode dar uma sensação de repetição, mas acaba sendo totalmente o contrário, já que cada tipo de inimigo se comporta e ataca de uma forma diferente, fazendo você se adaptar a cada um deles com sua ótima inteligência artificial. Os inimigos recuam, se escondem, te contornam e atacam pelas laterais, algo que às vezes não vemos em títulos grandes.

Imagem do jogo Heroes of Hammerwatch
Itens e mais itens são o que eu quero.

O conjunto da obra

Após completar a história pela primeira vez, desbloqueamos o modo “New Game +”, que nos permite jogar novamente aumentando o desafio e o fator de replay. Heroes of Hammerwatch é uma sequência aprimorada de Hammerwatch que definitivamente me surpreendeu, e em nenhum momento me senti enjoado das diversas repetições que fiz ao entrar e morrer nas dungeons, por várias e várias vezes.

O jogo me trouxe um bom desafio, mas que com paciência pude superar e me divertir à medida que o jogo progride. A mecânica me faz lembrar aqueles viciantes jogos de celular que nos deixam cativados por horas e horas, completando objetivos para aprimorarmos os personagens. Infelizmente, o título até pode parecer cansativo ao ser jogado sozinho, por ter uma progressão lenta no início. Dito isso, recomendo que, assim como eu, convide um amigo para jogar. Superar os desafios se tornará mais fácil e muito mais divertido.

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