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O que escrever de um jogo com grande potencial, sob uma premissa que possui enorme espaço para crescer, mas que tem poucas personagens, poucas fases, poucas armas e poucas informações a respeito de tudo? Confira abaixo a review de Hyper Jam, jogo de PlayStation 4, PC e Xbox One do gênero Arena Brawler.

The 80’s are back, man!

Hyper Jam é um jogo em Arena Brawler para até 4 jogadores, com uma pegada oitentista forte e enormes influências cyberpunk. São quatro as personagens que encontramos: Max (inspirado nos heróis machões da década), Ghost (fortemente forjado no cyberpunk e, com certeza, inspirado no anime Akira), Vance (inspirado nos capangas de Tony Montana, de Scarface) e Yuki (inspirada em samurais, também na pegada cyberpunk).

Para já citar um ponto negativo: não há qualquer diferença mecânica entre eles. Todos são exatamente iguais, mudando única e exclusivamente seus nomes. Não há características de cada um ou poderes especiais. Nada. Da movimentação à maneira que eles reagem a qualquer coisa, tudo ocorre exatamente igual.

Show de luzes na sua televisão, bicho.

Sob nenhum motivo aparente, já que não existe qualquer tipo de história para cada um deles, nossos gladiadores do século XX são arremessados em seis tipos de arenas diferentes; quatro muito parecidas (Subway, Querpass, Assembly e Skyline possuem a mesma palheta de cores), além de Jungle e Hotel.

Com poucos tipos de armas, sendo duas de fogo, um arco e flecha, uma katana e um martelo gigante, a missão é ser o último a sobreviver mediante aquilo que está sendo ofertado: arenas curtas, contato rápido e a obrigação de se colocar a frente para o combate. A trilha sonora é rápida e te acompanha em todos os momentos de uma forma bem colocada. A direção de arte de Hyper Jam é voltada aos neons, ao rosa, ao roxo, ao preto e, claro, temáticas futurísticas e japonesas, numa miscelânea interessante.

Divertido, desafiador e intuitivo

O que mais admiro no game é a maneira como as batalhas são apresentadas. Aqui, a frase “Os últimos serão os primeiros” nunca teve tanto sentido. Por conta de cards entregues ao fim de cada rodada (Perk Drafting), você tem a chance de selecionar diversos power ups para seu personagem.

Há de tudo um pouco, desde ganhar mais vida à cada segundo, passando por congelar o adversário depois de cada porrada etc. E onde entra “Os últimos serão os primeiros”? Quem fica na última colocação do ranking do turno será o primeiro a escolher. Uma hierarquia camarada.

Diversas foram as vezes onde o 1º,2º,3º,4º turnos foram completamente diferente dos últimos. Isso faz com que cada batalha seja única, longe de registrar mesmices.

Deu ruim? Não para sempre, meu irmão!

Ainda está perdido no que estou falando? Fique calmo. Para aqueles que nunca tiveram experiências em games do gênero é bem simples. Logo de primeira há um bom tutorial, onde tudo é bem explicado. Além disso, o próprio game te coloca para selecionar um level – do fácil ao muito difícil. Não tem muito segredo.

Batalhas rápidas e inteligentes

Não há modo campanha, contendo apenas competitivo local ou online, sendo que o primeiro pode ser jogado com bots – as diferenças entre os humanos e os robôs são bem claras. Enquanto que no online (em pouco mais de dois minutos você encontra alguém para jogar) a ideia dos caras é destruir, pouco pensando no game em si, contra a máquina, a inteligência é afiada e em diversas ocasiões há uma disputa acirrada pelo primeiro lugar.

O primeiro fator não chega a ser um ponto negativo já que não posso mandar nos outros players, mas é nítida a ideia de que, caso os adversários notassem a premissa do jogo, o online seria bem mais legal. Modo online aqui, aliás, sem problemas. Creio que o tempo de espera se deu porque joguei Hyper Jam antes de seu lançamento.

Do início das batalhas até o final, os players ganham responsabilidades. Morreu? Receba a chance de atrapalhar os outros lançando espécies de laser a cada 10, 8 segundos na arena. Quando dois jogadores ficam batalhando e nada acontece (o mesmo ocorre para 3 ou 2 jogadores), há ainda uma redução da arena no melhor estilo battle royale, onde uma onda magnética começa a apertar todo mundo, o que obriga, mais uma vez, a treta imediata e sanguinária.

Imagem do jogo Hyper Jam
Há bons conflitos, seja com bots ou outros players.

Problemas aqui, ali e falta de criatividade

O que mais de incomodou em Hyper Jam é que ele é raso, curto. Minha impressão é de que o jogo foi feito às pressas. Já escrito, menciono a falta de histórias dos personagens, além da falta de mais personagens, a falta de mais modos, a falta de mais músicas, a falta de mais arenas, a falta de mais armas… Falta muita coisa! Torço para que, futuramente, um DLC seja lançado, pois temos sim um jogo com enorme potencial.

Mas qual a razão daqueles caras estarem ali? Qual é o motivo da batalha e qual o motivo deste estilo futurista? Dificilmente você criará empatia. Conhece aquele papo de comprar a briga? Aqui não se compra, apenas se pega emprestado por um tempo e está tudo bem. Use até onde achar que é necessário (e isso ocorre, de certa forma, bem rapidamente).

Imagem do jogo Hyper Jam
A sensação é a de que estou jogando uma demo.

Dos livros aos games, passando pelos filmes e até mesmo na música, para se virar fã é necessário ter curiosidade por aquele universo que te cerca. Senti vontade de saber mais sobre Hyper Jam, mas tais informações não existem. Onde foram parar os roteiristas ou para que eles serviram neste game? Ponto bastante negativo.

Porém não há como descrever outros problemas. Não há lag, não há quedas nas taxas de frames ou carregamento tardio de cenário. Pecaram mesmo é na falta de profundidade. Por preguiça ou pura falta de vontade (de repente o prazo apertou, vai saber) e criou-se aqui um jogo genérico, sem muita identidade.

Meu palpite é que, sem DLCs, Hyper Jam vai se tornar um jogo esquecido facilmente. Foram boas horas de jogo. Todavia é exatamente aquilo: uma hora enjoa, dá no saco. Recomendaria o jogo? Neste primeiro momento ainda não. Sugiro aguardarem uns conteúdos extras para, aí sim, recomendar a rodo Hyper Jam. Uma pena! Juro para vocês que até queria escrever mais sobre ele…

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