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Immortal Redneck saiu pra PC há mais de um ano e, em fevereiro, chegou ao PlayStation 4 e Xbox One. Mas foi somente este mês, com o lançamento pro Switch, que fiquei sabendo da existência deste FPS roguelite. Caramba, como fui deixar passar este game? Eu realmente não sei, mas sou grato por ter conhecido o jogo da Crema no Switch. Não é a melhor versão, o que irei detalhar durante o review, mas o que importa mesmo permanece intacto.

A trama narra a desventura de um caipira que estava caçando com seu buggy no Egito e acabou sofrendo um acidente fatal nas dunas. Deuses faraônicos enfaixam o pobre coitado como uma múmia e o concedem a imortalidade. E é assim que ele se torna um, tcharam… Caipira imortal! Sim, temos aqui um FPS old-school que não dá a mínima pra história. Porém a escolha do Egito como tema não foi aleatório: tudo é perfeitamente contextualizado aqui.

Deus, me ajude!

Por ser um roguelite, Immortal Redneck combina fases procedurais (geradas aleatoriamente) com morte permanente. Mas para não punir demais o jogador, o game oferece 8 classes que conferem habilidades ativas e passivas diferentes, além de armas exclusivas. O protagonista representa o Senhor do Caos, com a habilidade ativa de aumentar temporariamente o ritmo de disparo e a passiva que permite aumentar a munição coletada. Os atributos dele são os mais equilibrados, embora você comece com as armas mais básicas: um revólver, uma espingarda e dinamites. Escolhendo uma das classes, representadas por deuses desbloqueáveis na árvore de habilidades ao longo do seu progresso, você continua sendo o mesmo personagem mas assume as características da classe selecionada.

Há opções para todos os gostos e tipos de jogador, seja ofensivo ou defensivo. Sekmet, a Deusa da Cura, possui uma cruz ansata (Ankh) com tiro infinito, sua habilidade ativa permite transformar todos os objetos visíveis em bifes e a passiva aumenta sua vida máxima a cada nova sala descoberta. Seth, o Deus das Tempestades, possui uma espada elétrica bem maneira, sua habilidade ativa permite disparar um campo elétrico com dano de área e a passiva faz com que os inimigos tomem dano ao atingir você. Deu pra ter uma ideia, né?

Imagem do jogo Immortal Redneck
Pra conseguir avançar no game, você precisará gastar muito ouro em habilidades.

O mais legal é que cada classe concede armas próprias, ainda que seja possível trocar todas elas por outras que encontrar pelo caminho. Claro que isso vai depender da sua sorte, já que uma partida nunca será igual a outra e há mais de 50 armas disponíveis. Immortal Redneck é osso duro de roer nas primeiras horas e mesmo dispondo de boas armas e habilidades, você vai precisar também da ajuda dos pergaminhos pra sobreviver. Eles conferem habilidades passivas muito úteis, como ver os inimigos através da parede, melhorar o ataque e defesa, recuperar vida a cada inimigo morto e etc. Mas há também os pergaminhos que te ferram, como ter uma de suas armas quebrada ou o pulo tirar a sua vida.

Tem também os medalhões que, após serem encontrados, podem ser ativados na lojinha do mercador Suy. Na mesma loja você pode comprar três pergaminhos antes de reiniciar a aventura: um que garante um pergaminho comum (aleatório) ao entrar na pirâmide, outro dourado que aumenta a chance de começar com um pergaminho bom e por fim o Déjà vu, que reproduz a última pirâmide visitada mas exclui todo o ouro.

Maratonista de escadas

O objetivo em Immortal Redneck é conquistar três pirâmides lotadas de inimigos e guardadas por chefes. Cada pirâmide possui 7 andares, sendo que em cada um você encontra uma escada para o próximo andar. O ideal é você explorar tudo antes de subir as escadas pra garantir uns pergaminhos, armas e munição. Tem até salas secretas para encontrar, geralmente com boas recompensas. Mas se quiser ganhar tempo e subir direto, o jogo lhe dá essa liberdade. A dificuldade vem com o aumento gradual da vida e ataque dos inimigos, ainda que você seja um bom jogador de FPS e curta ficar pulando que nem coelhinho. Os cenários muitas vezes dificultam a sua locomoção com corredores estreitos, armadilhas ou lava pra todo lado.

Imagem do jogo Immortal Redneck
Com a Rocket Launcher, sou eu quem manda nessa joça.

Antes de encarar o chefe de cada pirâmide, no 7º andar, você enfrenta um sub-chefe no 3º andar. Cada pirâmide possui seu próprio visual, cada vez mais escuro e high-tech, e os inimigos também mudam de uma para outra. Apesar do estilo cartunesco, aparentemente influenciado pelas maluquices de Serious Sam, os inimigos são criativos e oferecem um bom desafio. Já no gameplay dá pra notar uma forte influência de Doom e Quake, com direito a Strafe Jump e até uma Rocket Launcher herdada de Quake 3 Arena (abaixo).

Quanto à árvore de habilidades, é nela que você gasta boa parte do ouro obtido. Sempre que morrer, você perde os pergaminhos e armas que conseguiu da última vez e renasce do lado de fora das pirâmides mantendo apenas o ouro obtido. É neste ambiente que você interage com a árvore de habilidades, onde pode melhorar os atributos de ataque, defesa, vida, % de acerto crítico e dano crítico. Cada habilidade possui um determinado nível de evolução, que abre outras opções como novas classes e até mesmo uma arma grátis aleatória toda vez que entrar numa pirâmide. É somente com estas melhorias que o jogo passa a ficar mais fácil, além da ajudinha marota dos medalhões (só pode escolher um, infelizmente). Após torrar o seu ouro, é hora de entrar novamente na pirâmide e torcer pra durar mais tempo.

Imagem do jogo Immortal Redneck
Nem esse pôr do sol consegue esconder o downgrade nos gráficos.

Ainda que aparenta ser genérico, é impossível não se apaixonar por Immortal Redneck. Ele é divertido e viciante justamente pelo fato de mudar de forma a todo momento, uma combinação muito bem executada dos gêneros FPS e Roguelite. Mas nem tudo são flores: o port pro Switch deixa muito a desejar. Se roda DOOM bonitão no console da Nintendo, por que diabos este jogo não rodaria bem? Eu não sei explicar, exceto lamentar o downgrade do jogo pro Switch. Os gráficos ficaram menos impactantes, com texturas borradas e poucos efeitos visuais. E mesmo rodando a 30 FPS, o jogo sofre com algumas quedas de frames quando há muita coisa rolando na tela.

Vale pegar a versão de Switch? Bem, eu não posso reclamar de ter passado horas jogando esta belezura no conforto da cama (e no desconforto do trono). Mas confesso ser uma múmia jogando FPS no controle. Tanto no modo portátil quanto no modo “dockado”, com o controle em mãos, eu apanhei muito até me acostumar. Eu costumo jogar FPS a moda antiga, com teclado e mouse. Portanto se você passa pela mesma situação que eu, sugiro comprar a versão de PC mesmo e usufruir do jogo em sua total performance.

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