Skip to main content

Existem experiências que, caso se prolonguem demais, podem acabar sendo de longe as piores. No entanto, In Rays of The Light, o remake do indie The Light de 2012, é exatamente o contrário. Como o clarão de uma bomba nuclear, o jogo, se jogado da maneira correta, tem em torno de trinta minutos, deixando um gosto de quero mais. Com uma história simples, ainda deixa muitas pontas soltas.

Se trata de uma experiência de meditação e reflexão sobre o avanço insaciável da humanidade contra a natureza. Acredito que mesmo com uma mensagem poderosa, In Rays of The Light acaba tendo uma execução muito mais confusa do que se esperava.

Morte, a destruidora de mundos

In Rays of The Light nos lança em uma pequena área onde o mundo e o tempo parecem ter parado durante uma bela manhã. Nosso protagonista misterioso acorda nas ruínas do que um dia parece ter sido um escritório. Assim que podemos controlá-lo, devemos explorar esse esqueleto de concreto e memórias das pessoas que um dia aqui estiveram. Mas apenas rastros podem ser encontrados, através de fotografias e documentos.

Imagem do review de In Rays of the Light
A cada uivo de lobo e rugir de leão, uma alma humana encontra a redenção.

Assim como a música The Omen de Prodigy diz, muitas das pistas se encontram na parede e contam os terríveis acontecimentos que aqui se desenrolaram. Neste local vazio permeado apenas por sombras e ecos do passado, devemos coletar documentos que explicam o que desenrolou por aqui.Porém nada é explicitamente nos dito, partindo da curiosidade do jogador correr atrás destes itens.

No entanto tenho que admitir que, mesmo com a poderosa mensagem que deseja passar, In Rays of The Light deixa a desejar. Por exemplo, no momento em que o jogo realmente resolve acertar o jogador com um poderoso filme que mostra a iminente ruina da sociedade, tudo fica solto. O jogador pode simplesmente abandonar a sala ou não ver o filme. Além disso, a sessão anterior no escuro labirinto pode acabar deixando muitos jogadores sem entender exatamente o que está ocorrendo, perdendo assim pistas importantes da história.

Sirenes ou trombetas?

O jogo tem um gameplay extremamente simples, no qual o jogador interage com itens e resolve puzzles. As ferramentas encontradas para ajudá-lo neste universo são um mapa do prédio principal, um cano que serve de alavanca, um isqueiro e uma lanterna. Usando-os, o jogador irá fazer de tudo, desde abrir portas, conseguir itens necessários para resolver puzzles e até mesmo trafegar pelos labirintos de um bunker.

Imagem do review de In Rays of Light
Terei eu sido escolhido para o arrebate também?

Mesmo com uma excelente sonoplastia que promete assustar muito alguns jogadores, admito que In Rays of The Light foi uma experiência bem morna. Achei o final excelente, mas é por que eu pessoalmente consumo muito conteúdo semelhante ao que foi proposto aqui. No entanto, consumidores não tão acostumados a materiais mais narrativos de pós-confrontos nucleares ficarão perdidos e provavelmente acabarão por criticar a obra de maneira superficial.

Afinal, como dito antes, o curto jogo de apenas vinte a trinta minutos conta com a curiosidade do jogador para descobrir os eventos aqui ocorridos. Mas segmentos como a fuga do bunker ou até mesmo a exploração do prédio principal e documentos importantes podem acabar passando despercebidos. Isso irá com certeza causar uma grande confusão em certos jogadores, principalmente pelo fato do jogo não ter localização.

Olááá enfermeira!

Último clarão antes da noite e inverno escuros

In Rays of The Light é uma obra bem inquisitiva sobre a mensagem que quer passar, uma de um futuro catastrófico que nos aguarda. Mesmo com gráficos muito belos, sonoplastia bem feita e uma mensagem interessante, não deixo de pensar que este jogo acaba sendo um tanto quanto pedante e apressado em seu desenvolvimento, com uma mensagem final que acaba sendo rasa.

Essa mensagem acaba ficando perdida caso o jogador não se interesse em buscar todos os fragmentos de documentação e imagens. O final secreto também é bem morninho. Como é de se esperar, o jogo traz uma excelente e desolada atmosfera, mas acaba sendo uma experiência curta, solta e acaba deixando mais perguntas do que respostas ou mensagens.

Imagem do review de Everloop

Review – Everloop

Marco AntônioMarco Antônio28/03/2024
Imagem do review de Dicefolk

Review – Dicefolk

Marco AntônioMarco Antônio27/03/2024