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Se um jogo te coloca na pele de uma menininha de oito anos de idade que fatia zumbis por pura diversão, não tem como ele te decepcionar. É disso que se trata Keen: One Girl Army, o mais novo jogo do estúdio nacional Cat Nigiri, que também foi o autor de outras joinhas raras como o fantástico Necrosphere.

Keen é uma grande mistura de vários gêneros que felizmente deu muito certo. O jogo traz puzzles que exploram o já famoso combate em turnos dos RPGs, ao mesmo tempo que brinca um pouco com o sistema de dungeons que tornou a franquia Zelda o que ela é hoje. É claro que tudo isso foi adaptado com mecânicas do próprio jogo, então temos aqui um título um tanto único, divertido e desafiador.

Brigando igual garotinha

Nossa protagonista é Keen, uma garotinha que foi abandonada pela mãe e acabou sendo criada pela avó. O que torna ela especial? A vó dela é uma grande mestre das artes milenares ninjas e ensinou tudo que ela precisa saber para proteger seu vilarejo de uma legião de criaturas diabólicas.

Apesar do jogo possuir um enredo, ele acaba ficando em segundo plano e isso pode fazer com o que o jogador não dê muita atenção aos diversos diálogos que ocorrem no meio das fases. Além de Keen e sua avó, nos encontraremos com outros personagens que ao seu próprio modo vão enriquecer a trama, mas não é nada muito profundo. Quase todos os diálogos só estão lá para encaixar uma piadota, então não é o tipo de jogo que jogamos procurando uma boa história.

Deslizando a gente chega lá.

O game é dividido em fases e cada uma apresenta um labirinto dividido em cenários. Funciona como uma dungeon ao estilo Zelda, como já citado, onde você vai desvendando o mapa da fase e explorando diversos caminhos que podem (ou não) recompensar sua curiosidade. Porém, em Keen não podemos explorar os cenários livremente, pois só podemos nos movimentar através de células no chão.

Semelhante às arenas de um RPG tático, o chão desses cenários é dividido em vários quadrados e nossa personagem se movimenta através deles, mas somente por linhas retas, sejam verticais ou horizontais. O único jeito dela não cruzar uma ponta a outra do cenário é esbarrando em algum objeto que esteja no caminho e é aí que entra a parte dos puzzles.

Conte seus passos 

O objetivo principal do jogo é simplesmente concluir todas as fases, mas existem outros opcionais que podem estimular o replay de cada uma. Todos se resumem a concluir a fase dentro de um limite de movimentos e vencer sem tomar dano. É óbvio que tudo isso é bem difícil e praticamente impossível de fazer de primeira, então é um desafio extra para os jogadores mais experientes e familiarizados com o jogo (ainda que não seja tão estimulante ou recompensador completar esses objetivos).

Keen só precisa atravessar seus inimigos para matá-los, então a princípio é algo simples, mas é claro que o jogo dá um jeitinho de intensificar as coisas. Você só consegue o kill instantâneo quando eles estão em linha reta e com um quadrado livre atrás; caso contrário, você só consegue tirar um pouco de vida e ainda fica vulnerável a ataques.

As mecânicas de combate se destacam nas batalhas contra chefes.

Tudo aqui é feito em turnos, então não adianta ficar parado esperando os inimigos se aproximarem. Eles só se movem quando você se move e pode ser que muitas vezes eles não vão para o lado que você quer, te forçando a desvendar aquele puzzle e descobrir qual a movimentação ideal para cada cenário. É trabalhoso, mas não deixa de ser uma mecânica muito divertida e estimulante, principalmente nas batalhas contra chefes.

Uma boa parte das fases são muito longas, repletas de cenários para explorar e com segredos e colecionáveis escondidos. Ainda que seja um fator legal para incentivar a exploração, as fases mais extensas acabam sendo cansativas demais e podem ser bem desanimadoras na hora de rejogar em busca dos objetivos opcionais.

Os gráficos são fofinhos e cativantes, com cores bem fortes que de alguma forma sempre conseguem deixar nossa personagem em evidência, então tudo é perfeitamente harmônico. A trilha sonora também não faz feio e traz músicas com aquele tom oriental que todos nós já estamos cansados de ouvir, porém com uma batida bem pegajosa (no bom sentido).

Keen: One Girl Army é um daqueles jogos perfeitos para serem jogados no Switch. Ele é divertido, barato e ainda é brasileiro, então você já tem três bons motivos para se aventurar na pele dessa assassina tão fofinha.

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