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Nas escolas brasileiras, a história do continente asiático, principalmente a do Japão, não é amplamente ensinada nas aulas. Dando um foco maior ao contexto brasileiro e europeu, os acontecimentos históricos da terra do sol nascente são deixados em segundo plano. Contudo, o Japão é muito mais que animações e tecnologia, contendo elementos culturais extremamente ricos. Koi Unleashed pode ser interpretado como um tributo a essa cultura tão encantadora e intrigante.

Passando por cenários extremamente bem ambientados que rementem às terras nipônicas, o jogador deverá derrotar criaturas do folclore japonês a fim de completar a sua missão. Trata-se de um conceito artisticamente muito bem pensado, mas com uma jogabilidade que possui grandes falhas.

Entre shoguns e demônios

A história de Koi Unleashed se passa no Japão, mas com protagonistas estrangeiros. Um navio contendo os seis melhores guerreiros contratados por Sebastião II naufragou na costa japonesa. Contando com a ajuda de um personagem misterioso, os guerreiros deverão fazer o seu caminho até encontrar um local para consertar o barco.

Claro que, por se tratar do Japão feudal, o caminho não será nada fácil. Durante a jornada, demônios e criaturas do folclore japonês aparecerão para te atrapalhar. A forma como essas criaturas são representadas lembra muito os deuses na franquia God of War, mostrando uma personalidade que os torna irritantes ao sempre subestimar os guerreiros.

Otoroshi não está para brincadeira!

Todo cenário também remete ao Japão feudal, representando as construções características e toda ambientação da época. Esse foi um trabalho que, apesar da falta de recursos, foi muito bem feito, dando um ar oriental ao jogo. Contudo, parece que esse foi o foco do desenvolvedor, pois toda a jogabilidade que vem a seguir é bem questionável.

Simplicidade e falta de recursos

Com uma proposta bem simples, o jogador deverá utilizar 4 dos 6 guerreiros disponíveis para eliminar seus inimigos. A abordagem aqui é direto ao ponto: vá até o local e enfrente a divindade da fase. Com exceção de um samurai que poderá aparecer para te enfrentar, não existem outros inimigos adicionais além do chefão da fase.

A fase de combate em Koi Unleashed é bem simples. Contando com quatro habilidades, cada personagem poderá utilizá-las durante as batalhas. Contudo, alguns desses poderes necessitam de pontos de energia para serem desferidos, realizando golpes mais poderosos. Fora isso, não há muito o que se fazer além de correr, usar o ataque básico e as habilidades especiais.

Apertando a tecla “G” o menu da guilda aparece, onde é possível gerenciar alguns aspectos dos outros guerreiros.

Por conta dessa limitação, os chefões são extremamente difíceis de lidar. Encontrar a estratégia certa depende não somente de escolher os guerreiros certos, mas também de como escapar dos vários golpes desferidos pelos seus inimigos. É importante frisar que seus oponentes possuem fases, alterando os golpes e se tornando uma dor de cabeça maior.

Um fator que adiciona muita dificuldade às batalhas é a inteligência artificial dos seus aliados. Mesmo com a opção de dar ordem aos mesmos, é muito difícil fazer com que eles tenham a decisão certa nas batalhas. Durante o meu jogo, tive muitos problemas com a suporte do time, já que ela se recusava a reviver os aliados por conta própria. Os comandos de ordem são poucos e não correspondem às necessidades do combate.

Ambientação vs Jogabilidade

É notável a falta de recursos pela interface de Koi Unleashed. O menu da guilda, por exemplo, é um algo crucial que você irá mexer ao final de toda fase. Contudo, a sua navegação deixa bastante a desejar, sendo bem confusa e complicada. Para mexer em um personagem, é necessário escolher o mesmo em uma barra lateral usando o teclado, travar a seleção e, aí sim, navegar pelos outros menus e trocar suas configurações. Vale lembrar também que essa barra lateral é onde os 4 guerreiros são selecionados.

Ao se derrotar um chefe, itens ficarão disponíveis em seu inventário, mas navegar por eles pode ser uma dor de cabeça.

Os itens se resumem em cristais e runas, onde cada personagem terá apenas um espaço para cada. Utilizá-las de acordo a especialidade dos seus guerreiros é de extrema importância, já que eles concedem bônus de atributos consideráveis. Contudo, como não há um sistema manual para salvar o jogo, se você configurar seus personagens no inicio de uma fase e sair antes de enfrentar o chefe será necessário fazer tudo de novo quando retornar.

Com uma ambientação tão bonita e poucos recursos, é uma pena que os elementos vitais do jogo sejam dessa maneira. Por se tratar de um jogo complexo com vários guerreiros enfrentando chefes poderosos, talvez um modo multiplayer faça sentido em um futuro próximo, o que poderia resolver parte desses problemas.

Koi Unleashed é um jogo muito bonito pela quantidade de recursos alocados, mas com problemas graves em elementos importantes da sua jogabilidade. Os menus são pouco interativos, confundindo bastante os novos jogadores até que os mesmos se acostumem. O combate é bem básico e não combina com a dificuldade contida por aqui, oferecendo poucas opções para lidar com seus inimigos. Por mais que o jogo tenha algum potencial, é recomendável apenas para fãs da cultura japonesa.

Review – Pepper Grinder

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