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O sol se põe e nasce novamente, e mais um vilão decide destroçar a realidade por, aparentemente, motivo algum. Um Lich aprisionou nosso mundo em um ciclo atemporal e mergulhou seus habitantes em um dia da marmota de dor, derrota, decepção e sofrimento. Por que ele fez isso? Ainda não sabemos, mas o nosso trabalho – como herói – é descobrir.

O novo lançamento da Four Quarters, distribuído pela midas da atualidade Devolver Digital, é Loop Hero! Poderia ser uma pizzaria da fatídica Bate-Papo, mas é um jogo que mistura roguelite, idle, clicker, tycoon, RPG, deckbuilding e RTS. Se eu só ouvisse esta descrição, diria que o interlocutor estaria louco, porém Loop Hero é um verdadeiro unicórnio.

Um Feitiço do Tempo

Quando você acorda depois do que parece ter sido uma senhora pancada na cabeça e sua memória foi pro beleléu, não sobram alternativas, somente o caminho a frente. O problema é só topar com o que parece ser um esquisitão em um sobretudo enorme. E ainda piora quando ele abre – na já terrível expectativa de ver detalhes indesejados – e vemos um esqueleto aterrorizante.

Já que a realidade se tornou uma ilusão e o universo nada mais é do que um holograma, temos 2 opções: buscar uma solução para este problema – que inclui esfarelar a fuça do esqueletão – ou comprar ouro. Como não apareceu ninguém com aquelas placas de corres berrantes de corpo inteiro ao lado de uma moça vendendo chip pré-pagos de operadoras de telefonia móvel, já tenho a resposta para minha dúvida.

Imagem de Loop Hero
É necessário saber onde e como ir.

A cada vez que saímos do nosso acampamento para encontrar o responsável pelo caos que reside na escuridão de Loop Hero os caminhos são absolutamente diferentes, em um misto de perda de memória recente com pinturas de M. C. Escher. Cabe a nós mesmos utilizarmos as cartas representando nossas lembranças para completar os entornos dos caminhos.

A inserção dos cards nas posições permitidas gera efeitos diversos, desde aumento nos pontos de vida do personagem, diminuir a vida dos inimigos, aparecer vampiros, goblins ou harpias, até soltar raios tal qual o Tio Victor esbravejando “Raios e Trovões!” ao se incomodar profundamente com seu sobrinho-neto de 300 anos por não estar com o dever-de-casa em dia.

Os equipamentos que utilizamos são obtidos por meio de muita luta, sangue suor e lágrimas, sejam obtidos em baús ou destrinchados dos corpos dos inimigos. Para cada classe de personagem temos algumas possibilidades de itens a se colocar, uns focados em causar o máximo de dano no menor tempo possível, enquanto outros são voltados em aguentar as pancadas ao se focar na obliteração absoluta.

Imagem de Loop Hero
Todo vilarejo cresce em torno de algo.

Diferencialmente, todo o ato de passar pelos caminhos tanto quanto a destruição total e absoluta não está nas suas mãos. Temos nossas responsabilidades em posicionar as cartas nos espaços do mapa e em selecionar quais equipamentos serão os escolhidos, porém na hora da briga de verdade Loop Hero se comporta como um clicker – sem a parte de nos sentirmos mal por estarmos depositando nossa vida em um sifão sem fim.

Tudo isso torna Loop Hero um conjunto único tal qual citado nos primeiros parágrafos deste texto. Se fosse só isso, o jogo já seria uma recomendação certa. Para somar ao já perfeito, o estilo audiovisual remete a jogos de uma geração intermediária entre o NES e o SNES, oferecendo até um filtro para assemelhar-se a uma tela de tubo de raios catódicos.

Imagem de Loop Hero
É esperar e desejar o melhor!

Tendo “investido” 658 horas de jogo em Idle Champions of the Forgotten Realms e aproximadamente 1100 horas em Cookie Clicker, acredito que eu tenha certa autoridade para dizer sobre a qualidade de um clicker. Loop Hero inova no gênero clicker ao fazer que ele soe como um jogo de verdade, com investimento emocional e estratégia. Loop Hero é simplesmente perfeito.

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