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De acordo com o dito popular, a curiosidade matou o gato. Por outro lado, há aqueles que digam que, mesmo assim, a satisfação da descoberta o ressuscitou. Lumina, jogo criado pela Gem Rose Accent, é um game sobre uma arqueóloga que acaba presa dentro de uma pirâmide enquanto a explorava. Batizada de Ka-Nefer, a pirâmide é repleta de câmaras seladas e guarda uma maldição.

Trazendo 18 níveis com puzzles relacionados aos feixes de luz que existem dentro da pirâmide, Lumina nos encarrega da missão de escapar do local com nossas vidas, evitando que o mal dentro dele seja liberto na terra.

Corre que a múmia ta pistola

Lumina é um jogo simples, todo voltado para a narrativa de se fugir de dentro de Ka-Nefer. Logo que começamos, adentramos a pirâmide e, momentos depois, o chão cede sob os pés de nossa protagonista. Desnorteada com a queda e com sua lanterna destruída, ela logo descobre um feixe de luz fluindo por dentro da estrutura de pedra. Utilizando um espelho, ela redireciona a luz para uma placa de cor semelhante na parede, acionando a porta antes selada.

Imagem do review de Lumina
Deveriam ter seguido o projeto do cara.

Utilizando um pergaminho que mostra as combinações necessárias para se abrir as portas, seguimos pirâmide adentro. Enquanto se vasculha as câmaras, é possível encontrar grandes paredes com hieróglifos que contam sobre a disputa entre os deuses Amon-Ra e Ka-Nefer. O primeiro, para proteger a humanidade, selou o segundo e seus tesouros na pirâmide, e qualquer interação humana com o tesouro pode ser o que divide a paz na terra com o caos total.

Amon-Ra lançou uma terrível maldição, onde qualquer peça de ouro que fosse movida do local libertaria Ka-Nefer e amaldiçoaria o ladrão. Logo, a protagonista de Lumina tem duas escolhas à frente: fugir e sobreviver com uma incrível aventura que poucos acreditarão, ou tentar a sorte e pegar algum item do tesouro de Ka-Nefer, arriscando a chance de ser amaldiçoada por antigos deuses egípcios.

Luz no palco

Utilizando os raios de luz da pirâmide e evitando as serpentes e múmias que surgem vez ou outra, o importante é manter a mente limpa para poder resolver os puzzles. Em suma, os produtores de Lumina dizem que o título se assemelha a jogos como Portal, The Talos Principle e The Witness. Dessa forma, é fácil se esperar um título abundante em desafios, o que não é a questão aqui. Imediatamente podemos ver que o jogo é bem mundano em suas tentativas de surpreender o jogador com enigmas, que são facilmente desvendados.

Imagem do review de Lumina
E lá se vão mais 2 minutos da minha noite…

Além de movimentar a personagem, é possível utilizar o mouse para colocar espelhos e prismas. Os espelhos são colocados com o botão esquerdo e os prismas com o direito, mas há também um comando para se andar que é necessário em apenas uma parte do jogo. Já com Tab olhamos as combinações de cores de luz, e há também um botão útil para se dar zoom.

O gameplay de Lumina é monótono e pouco desafiador dentro do que o título sugere. Ao menos comparado com a iluminação. O jogo foi feito com a Unreal Engine, que rendeu inúmeros títulos incríveis, mas Lumina não possui uma configuração de claridade própria e é incrivelmente escuro em determinados momentos. Frequentemente me vi espremendo os olhos enquanto observava a escura tela do jogo, tanto de dia quanto de noite.

Imagem do review de Lumina
Pouco desafiante e bem monótono para ser real.

De volta para a superfície

Os gráficos de Lumina são simples e pouco interessantes, e as câmaras são sempre recheadas dos mesmos elementos na maioria das vezes, como areia, fragmentos de rochas, sarcófagos com o rosto de Anúbis e escorpiões que podem ser pisoteados. Frequentemente também podemos nos deparar com tesouros espalhados, que caso o jogador não tome cuidado, serão pegos e, uma vez pegos, não podem ser devolvidos, assim fazendo com que o mesmo consiga o final ruim instantaneamente e sem qualquer chance de reparo.

Lumina também ainda possui alguns glitches e bugs, que dificultam ainda mais a navegação pelas câmaras da pirâmide. Além disso, os finais são ambos bem decepcionantes para ser realista. Lumina pode ser visto como um jogo de puzzle educacional, algo bem simples e simplório, que pode ajudar alunos a entender melhor o espectro de cores existente – mesmo que o jogo só utilize seis delas – e a habilidade de resolver problemas. Mas para fãs ávidos de jogos de puzzle, é uma compra arriscada.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024