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Já dizia aquele velho ditado: você é o que você come. Em Lunch A Palooza, essas palavras não poderiam ser mais verdadeiras, pois nós literalmente somos o que comemos! Neste jogo encarnamos várias delicinhas de fast food como hambúrgueres, pizzas e sorvetes para sair na porrada um com o outro, simples como deve ser.

Por mais tosco que possa soar, a ideia é realmente boa e o jogo tinha tudo para dar certo, afinal é aquele tipo de game que costumamos jogar com a galera, só para dar risada. O problema é que não demora muito para percebermos que, assim como nas principais redes de fast food, fotos e comerciais podem enganar muito bem e, na prática, nunca é tão bom quanto parece na propaganda.

Cuspindo no prato que come

Lunch A Palooza já começa com um grande problema: não é possível jogá-lo em singleplayer. É óbvio que foi um título pensado para ser jogado com mais pessoas (e provavelmente seria bem chato de jogar sozinho), mas não dar a opção de jogar com BOTs e obrigar o jogador a ter pelo menos uma companhia para jogar é crueldade.

Emocionante.

O segundo grande problema: o multiplayer é exclusivamente local. Como os desenvolvedores tiveram a coragem de impedir seu público de jogar solo e não colocaram ao menos um modo online? Não é todo mundo que tem companhia para jogar sempre e, nessas horas, o online é o que salva. Este game cospe na cara dos lobos solitários ao redor do mundo.

Enfim, uma vez que você tiver ao menos uma pessoa para jogar junto, existe uma variedade de quatro modos. Para ser sincero, não faz a mínima diferença qual você escolher, pois todos têm o mesmo objetivo: derrubar seus oponentes da mesa até vencer. O único mais diferente é a sua versão de “Capture the Flag”, onde devemos capturar um pequeno território para vencer, então não depende somente da pancadaria.

Ainda que tenha esse único modo para quebrar um pouco a rotina, o fato da variedade não ser maior e quase todos girarem em torno da mesma coisa é outro ponto fatal. Mesmo com bastante gente para jogar, as chances de todos perderem o interesse rapidamente e decidirem jogar outra coisa são altíssimas! As primeiras partidas são até legais, mas não demora nada para se tornarem enjoativas e pouco convidativas.

Os cenários são legais, só o framerate que não é.

Guerra de comida 

O gameplay lembra um pouco Gang Beasts, onde você controla personagens “moles” e precisa caprichar no improviso para se sair bem-sucedido. Lunch A Palooza é bem fácil de jogar e você só precisa pular e atacar, o resto está lá só de enfeite. Cada comida possui um ataque diferente e características próprias, por exemplo: a almôndega só anda rolando enquanto o hambúrguer é pesado e o mais lento de todos.

Conforme jogamos, vamos desbloqueando algumas coisinhas como skins, novas arenas e novas comidas jogáveis. No geral, tanto a variedade de personagens como a de arenas é bem baixa e dá para liberar tudo rapidinho. Esse é outro fator que diminui drasticamente a vida útil do jogo, pois uma vez que você liberou todas as comidas e restaurantes, já viu de tudo e não vai mais querer continuar jogando.

Mas por incrível que pareça, dá para piorar. Quanto ao desempenho, pelo menos no Nintendo Switch posso afirmar que está deplorável. Alguns cenários rodam na qualidade esperada, mas outros sofrem uma queda de fps tão absurda que dá até tristeza. O da pizzaria é um deles: o jogo fica tão lento que chega a dar vertigem. Uma vez que você perceber quais arenas rodam bem e quais não rodam, provavelmente vai ficar jogando sempre nos mesmos cenários, cortando pela metade o que já era pouco.

Vai me dizer que não dá vontade de jogar air hockey com as comidas?

O jogo se vende como algo fácil de jogar e para todos os públicos, e isso ele é mesmo. Porém, não dá para ignorar o quão pobre de conteúdo é e como ele ainda consegue executar mal o pouco que oferece! Fiquei pensando que se ele não se limitasse exclusivamente a um jogo de luta e oferecesse alguns modos mais variados, mais puxados para um party game, poderia ser mil vezes melhor! Um exemplo muito simples: a arena da pizzaria possui uma mesa de air hockey e me peguei imaginando como seria mais legal jogar hockey com as comidas do que lutar com elas. Ficou aí um baita potencial desperdiçado.

De acordo com a experiência que tive, fica difícil recomendá-lo. Não sei se o desempenho está melhor nas demais plataformas, mas ao menos posso garantir que o port de Switch possui ainda mais pontos negativos devido ao seu baixo desempenho. Eu queria mesmo ter gostado deste jogo, mas infelizmente não deu.

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