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Na minha opinião, é muito difícil errar um metroidvania. Você tem o mapa 2D e acrescenta um protagonista com poderes legais a fim de enfrentar os inimigos. A cada chefe vencido, ganha uma habilidade para chegar a outro ponto do mapa e enfrentar outros novos e mais poderosos. A fórmula criada por Koji Igarashi é quase à prova de problemas. Não me lembro de algum jogo do gênero ser completamente ruim. Talvez faltando alguma coisa aqui, outra ali. Mas não ruins. A esta altura, já devem estar pensando que odiei Mable & The Wood.

Com um parágrafo de introdução desses, é natural pensar que vou descer o cacete no joguinho. Mas não é bem assim. É verdade que o jogo não tem a genialidade de um Symphony of the Night, mas não é um desperdício total. Acho que podemos colocá-lo dentro de um parâmetro de mediano. Vamos desenvolver mais o raciocínio.

Uma história simples

Mable & The Wood começa com um bando de sujeitos estranhos tentando invocar uma entidade. Para a grande surpresa deles, o enviado da profecia não é nada mais, nada menos que uma garotinha com uma espada. Mas eles não podem fazer muita coisa, uma vez que a menina se materializou na frente deles e ainda tem o poder de se transformar numa fada. É claro que ela é o enviado de sabe-se lá quem a tenha enviado.

O problema é que é só isso. Depois de uma pequena apresentação, temos que entrar na floresta e matar o monstro. Não há diálogos como a conversa de Alucard com a Morte no começo de Symphony of the Night. Você é jogado na ação de forma dura e seca. Isso pode não ser problema para quem gosta apenas de entrar depressa na ação, mas para um maluco por histórias como eu é um pouco decepcionante.

Imagem do jogo Mable and The Wood
Na montanha, é necessária a forma de aranha para escalar. Dá até pra lembrar daquela música infantil…

Uma coisa que se deve elogiar em Mable & The Wood são os gráficos. São extremamente simples, mas conseguem compor o cenário muito bem. Os personagens também são muito bem desenhados, embora ache a decisão de tornar a protagonista sem rosto meio sem razão. Sei que é um recurso para que qualquer um pudesse se identificar com ela, mas me faz falta uma construção melhor da personagem. Afinal, a enviada da profecia poderia ter um pouco mais de personalidade.

O level design é outra coisa que deve ser levada em conta. A primeira área foi feita para te ensinar como usar os poderes da protagonista. No caso, a capacidade de poder se transformar numa fada. A cada vez que fazemos isso, a menina pode voar por um certo tempo, mas a espada fica no chão onde a deixamos. A arma só é recuperada quando retornamos à forma humana, voando em nossa direção. Esse também é o primeiro modo de ataque a nosso dispor: mantenha os inimigos entre você e a espada, e eles serão atingidos.

No fim da fase, enfrentamos um aranha gigante, que fica pulando pra frente e para trás. A desgraçada sempre resolve pular em cima de você do nada, quando pensa que a batalha estava vencida. Finalmente vencê-la é um alívio imenso.

Imagem do jogo Mable and The Wood
Tem sim, mas tem que pagar um rim!

Recolhendo diamantes

Ao longo do jogo, você recolhe diamantes dos inimigos vencidos. Com eles, pode comprar alguns itens que vão desde restaurar a sua vida até aumentar a força, o que é muito útil ao enfrentar qualquer chefe cabeludo. Precisei dos dois na aranha, mas eu sou um pereba. O problema é que você os perde toda vez que morre, porém uma estátua aparece no ponto onde morreu contendo os diamantes anteriores. Nem sempre vai conseguir chegar na estátua, então tome cuidado com seus diamantes.

E isso é uma coisa que é bom ser dito: Mable & The Wood é difícil. Você vai morrer muitas e muitas vezes antes de conseguir atravessar aquele abismo ou passar aquele chefe. O que não seria um problema de início. Contudo, o fato é que senti que os controles não foram muito bem mapeados. Um exemplo é a forma de aranha. Um toque do botão, você atira a teia, mantendo o mesmo botão apertado, a protagonista sobe pela teia para alcançar outras áreas. Não é toda vez que esse comando funciona direito. Muitas vezes caí porque acabei soltando outra teia sem querer. Deve ser porque sou ruim mesmo.

Imagem do jogo Mable and The Wood
Pode confiar mesmo, ele tem.

Acho que podemos terminar dizendo que Mable & The Wood é um bom jogo. Como disse antes, não tem a genialidade de um Symphony of the Night, mas tem seu charme. É um jogo para quem quer um metroidvania um pouco diferente e bem desafiador. Uma pena que a história não seja tão elaborada como eu esperava. Mas não se pode ter tudo.

Uma última dica que posso dar é: usem controle. O próprio jogo te pede isso no começo. Ele foi feito para ser jogado preferencialmente assim. Conselho que acabei seguindo à risca. Logo, não sei como é jogar com teclado e mouse, tão queridos dos jogadores de PC. Mas isso não deve estragar a diversão de quem gosta do gênero.

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