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Uma das certezas que agosto nos traz é o início da pré-temporada da NFL e é claro, com ela sempre vem um novo Madden. Como toda franquia de esportes, o time da EA vem quebrando a cabeça ano após ano para descobrir o que eles podem incluir para que a sequência torne seu antecessor completamente obsoleto. A solução deste ano foi Mahomes, muito Patrick Mahomes!

Piadas à parte, Madden NFL 20 adotou o quarterback que mais se destacou na temporada passada para ser o rosto de seus novos modos que não são tão novos assim. O título veio mais requintado em habilidades exclusivas e particularidades das maiores estrelas da liga, além de trazer um modo história inédito onde construiremos toda a carreira do nosso próprio QB.

I’m a superstar

Já tem alguns anos que a EA vem tornando Madden um jogo mais amigável e atrativo para novatos, pouco a pouco. Jogos de esportes norte-americanos costumam ser bem complexos e com esse não é diferente, mas senti que Madden 20 realmente traz um grau de dificuldade bem acessível. Os jogadores podem selecionar seu nível de maestria e como desejam ser desafiados, com uma jogabilidade mais arcade ou mais puxada para o simulador (que é só para os fortes).

Além do mais, ele conta com uma série de tutoriais muito detalhados que não só ensinam a jogar como também explicam o esporte para quem caiu de paraquedas. Se você sempre quis jogar Madden mas nunca entendeu lhufas, a edição de 2020 chegou para tirar todas as suas dúvidas.

Spoilers do Super Bowl LIV?

Apesar de tudo sempre ser uma bagunça no início, os controles respondem bem e é agradável controlar os jogadores, principalmente no ataque. Arremessar bolas com Mahomes, cruzar o campo com Saquon Barkley ou recepcionar bolas usando uma única mão do Michael Thomas são apenas algumas das ações que enche qualquer fã do esporte de satisfação.

Ainda assim, existem alguns problemas de performance que quebram consideravelmente a imersão. Não é raro você se deparar com jogadores atravessando o braço ou as mãos no corpo de outros, jogadores correndo um contra o outro ou travados em uma parede e até mesmo alguns se teleportando ao marcar um touchdown. São detalhes tão toscos que até tiram a seriedade do jogo.

Ao menos isso é (quase) compensado com as habilidades Superstar e X-Factor, um privilégio que apenas os melhores de cada posição podem contar. O X-Factor é mais limitado, ficando disponível apenas quando cumprimos alguns objetivos dentro da partida como correr 20 jardas sem ser derrubado ou marcar um touchdown sem ser interrompido pela defesa adversária. Cada jogador de “elite” tem dois objetivos baseados na posição em que joga.

Deus Brees fazendo o que ele faz de melhor.

É nas habilidades Superstar que mora o verdadeiro perigo, porque essas não precisam de critérios para serem usadas e são ativadas normalmente enquanto controlamos aquele jogador. Além disso, eles tiveram mais cuidado em adicionar dancinhas, movimentos e comemorações características de cada um, o que ajudou a deixar o jogo um pouquinho mais próximo da realidade.

O rosto da franquia

 

O modo história é razoavelmente interessante, mas não chega a prender tanto quanto poderia. Nele você cria o seu próprio QB, editando sua aparência, nome, escolhendo a faculdade em que ele jogará no College, participando do Draft e finalmente alcançando o sonho de jogar na NFL. Não pense que as opções de customização serão vastas e que você conseguirá criar um Jimmy Garoppolo da vida – a única certeza que temos é que seu personagem ficará muito feio.

Durante a campanha você tem conversas interativas com seu técnico, companheiros de equipe e até alguns nomes famosos, o que vai moldando a personalidade do seu personagem de acordo com suas respostas. Não é nada que vá interferir no seu jogo e quase sempre são diálogos superficiais que não atingem a profundidade esperada. Não espere muito do modo Face of the Franchise.

Modo carreira com curadoria do Mahomes em pessoa.

Já o modo Franchise provavelmente é o maior atrativo para quem torce para algum time da liga. Nele, você escolhe um time para levar ao Super Bowl do zero, assumindo o papel do técnico e administrando a equipe do seu jeito. Você joga desde a pré-temporada e o mais legal: o calendário é o mesmo da vida real! Então quem está acompanhando o esporte vai se divertir mais ainda.

Esse modo dá mais liberdade para quem quer um jogo rápido ou não gosta de jogar certos trechos. Ele permite jogar partidas completas ou controlar somente o ataque ou a defesa, simulando o restante e agilizando o processo. Conforme você avança, pode ir comprando jogadores e montando o time dos seus sonhos – é basicamente uma Master League, para os íntimos.

Herói de Big Apple!

Por fim, temos o My Ultimate Team, que continua sendo o mais divertido fantasy card game da NFL. A única diferença desta edição é que tornaram este modo mais estratégico, te dando uma sensação maior de ser um general manager de um time. Cumprir desafios libera mais cartas e assim vai se formando um time de estrelas no seu deck. Mas é claro que, se tratando de um jogo da EA, não poderia faltar as famigeradas loot boxes. Esses cards são recompensas aleatórias e a melhor maneira de adquiri-los é comprando a moeda virtual de Madden com dinheiro de verdade. Ainda é possível desbloquear uma quantidade considerável cumprindo desafios, mas obviamente demora muito mais.

Madden NFL 20 oferece uma experiência sólida e agradável na maior parte do tempo, mas ainda é uma franquia que precisa de muito mais polimento e evolução. O pontapé do modo história foi interessante, mas pode ser muito melhor, assim como todos os bugs bizarros que poderiam ser evitados. Ao menos você poderá ver Antonio Brown jogando pelos Raiders usando seu velho capacete.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024