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Você é Thomas Evans, um compositor que é chamado a um hotel à beira-mar por sua amada com o intuito de salvá-la de uma ameaça desconhecida que se manifestou rapidamente pelo local, tornando homens em monstros. A ambientação de Maid of Sker é certamente promissora, mas será que o resultado final entrega essa promessa?

Os desenvolvedores de Maid of Sker, na Wales Interactive, são conhecidos por uma leva de filmes interativos (alguns premiados, inclusive), mas um nome que certamente se destaca para mim é o de Ian Thomas, responsável por roteirizar o ótimo SOMA, da Frictional Games.

Um hotel convidativo

Ao longo da trama de Maid of Sker, as coisas geralmente se desenrolam de maneira bastante linear, mas certas vezes o jogador será incumbido de fazer algumas escolhas que decidirão o destino da narrativa, dando a ele um pouco de agência sobre a direção que as coisas tomarão.

Maid of Sker
Bonito por fora…

Para isso, no entanto, o conhecimento do mapa do hotel é importantíssimo, pois caso o jogador não se lembre de alguns locais chave, ele não terá a chance de ativar o tal do final bom. Isso significa que caso não colete os itens necessários para tal final, a parte posterior do jogo será marcada por uma backtracking que pode irritar alguns.

Em Maid of Sker, não temos um combate direto com os transformados, e sim um sistema bem básico de stealth que eu descreveria como uma versão bem menos tensa de O Homem nas Trevas, filme em que os protagonistas devem sobreviver a um assassino cego.

Como os inimigos não enxergam, mas ouvem, temos que agachar e tapar a respiração de nosso protagonista em uma variedade de situações. Nesse caso, fogueiras e partículas de poeira são os nossos piores inimigos, causando no personagem uma tosse braba.

Maid of Sker
…macabro por dentro.

Os encontros com inimigos são geralmente muito parecidos entre si, com exceção de dois posteriores na campanha. Não existe muito desafio para além desses dois encontros, já que a fórmula do stealth aqui é muito, mas muito simples. É um sistema pouco dinâmico.

O primeiro desses dois encontros de destaque tem um quê de Mr. X em Resident Evil, colocando-o pra persegui-lo pelo cenário, acrescentando um pouco de tensão. Já o “chefe” final, por exemplo, consiste de uma brincadeira de “estátua”, determinando quando o jogador deve ficar parado, mas achei esse último muito menos bem-sucedido.

Esta sala deixaria Jigsaw orgulhoso.

Algo que a princípio parece uma boa ideia, mas posteriormente atrapalha um pouco é o fato de termos savepoints manuais, sem nenhum recurso de autosave durante a exploração do hotel. Inicialmente isso é tranquilo, mas no final da campanha temos uma ou outra circunstância em que o save automático faz falta, nos fazendo começar de pontos distantes.

Na versão de PS5 de Maid of Sker, que foi testada para este review, temos um bom uso do feedback háptico para indicar os passos do personagem principal, apontando quanto ruído ele está fazendo. Além disso, temos também um bom uso do áudio 3D, revelando com clareza a fonte de certos barulhos – acredite, isso é importantíssimo em algumas partes. A direção de arte, aliás, é linda, e existem dois modos gráficos: desempenho (taxa de quadros) e fidelidade (qualidade de imagem).

Maid of Sker
Esta parte faz um belo uso do áudio 3D.

Durante minha jogatina, tive apenas um problema específico relacionado à jogabilidade. A certa altura nos apossamos de um dispositivo que pode atordoar os inimigos. Contudo, não podemos tapar nossa respiração enquanto ele está equipado. O problema é que, quando o equipamos, não há maneira clara de desequipá-lo, nos impedindo de tapar a respiração.

Uma experiência suave

Fora por este problema, Maid of Sker é uma experiência curta e “suave”, podendo ser terminado em pouco mais de quatro ou cinco horas. As opções diferentes para o rumo da história são poucas, e nem todas valem a pena o retorno para uma segunda jogatina. Faltou, no caso, um modo a la Resident Evil que mudasse a disposição dos itens chave.

Ok, alguns aspectos realmente lembram Resident Evil.

Para aqueles que se assustam facilmente e querem uma experiência muito mais tranquila, também existe em Maid of Sker o Modo Seguro, que remove todos os inimigos do game e te deixa explorar livremente o Hotel, apenas tendo que resolver os puzzles e coletar os itens para abrir novas áreas. É uma adição boa que aumenta o apelo do game.

Ainda falando em modos, temos quatro fases de Desafios, estes que adicionam armas ao jogo. Neles, o jogador deve escapar do Hotel com diferentes níveis de dificuldade e condições: um te dá armas e três vidas, outro te coloca sob a total escuridão, outro te dá apenas um machado e um último define inimigos muito mais difíceis de enfrentar.

Alguns inimigos do modo Desafios são muito cool.

A adição destes modos até agrega algum valor de replay ao jogo, mesmo que seja incrivelmente destoante da campanha, que traz um tipo de terror mais elegante e contemplativo. Algo que posso elogiar nesses modos é a variedade de inimigos, alguns dos quais possuem armadura e outros que podem atordoá-lo com gritos, para nomear alguns. São modos impressionantemente decentes.

Infelizmente, no entanto, Maid of Sker assusta bem pouco, mesmo jogando no modo Normal. São pouquíssimas ocasiões que me fizeram segurar a respiração, e as ameaças geralmente são bem tranquilas de enfrentar. Ainda assim, andar pelo hotel (e jogar alguns dos desafios) rendeu alguns instantes satisfatórios de exploração, algo que acaba sendo importante no fim do dia.

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