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Crie e manipule seres simplesmente pela sua vontade! Faça com que venham e voltem ao pó movimentando apenas alguns músculos! Masters of Anima é o novo lançamento da quase novata Passtech Games, distribuído pela veteraníssima Focus Home Interactive, e traz o conceito de brigar com bonecos a um novo ponto.

Uma mistura da ação em perspectiva isométrica de Diablo I e II com a criação de unidades de realização de tarefas de Age of Empires. Um role playing game (RPG) de ação com estratégia em tempo real. Uma quimera esquizofrênica de proporções inimagináveis com resultados, no mínimo, diferentes.

Em Masters of Anima, você é Otto, um aprendiz de Anima, uma forma de energia que pode ser manipulada em diversas formas pelos sacerdotes responsáveis – os shapers – com diversos objetivos. Otto é a última escolha para salvar a maior autoridade em manipulação de Anima, no caso, Ana, sua noiva.

Fiat Lux!

Masters of Anima te coloca na posição de controlar um exército de até 100 seres mágicos chamados de guardiões. Podendo trabalhar com até quatro classes de defensores, uma focada em defesa e manter a atenção dos inimigos, a segunda de arqueiros para ataque à distância, uma terceira para absorver o Anima dos inimigos para alimentar seu armazenamento e a última delas mais lenta e capaz de reproduzir algumas de suas ordens.

Imagem do jogo Masters of Anima
Os combates são simples no começo. No começo…

O grande diferencial de Masters of Anima é a capacidade de criar, comandar e destruir esses guardiões. O ponto que me deixou mais curioso é que o jogo recomenda fortemente que se utilize um controle para jogar melhor. Devo dizer que foi uma péssima recomendação. O jogo se torna exponencialmente mais complexo e logo nas primeiras fases a confusão é causada pela quantidade de comandos extremamente próximos e com ações opostas. Recomendo usar teclado e mouse.

Citando novamente a complexidade, ela se mostra facilmente como a maior qualidade e o pior defeito do jogo. É bem fácil e rápido entender o que o jogo sugere que você faça, mas entre o que ele te pede, o que você quer fazer e o que você vai conseguir fazer depois de se complicar todo com os controles há uma distância absurda.

Os combates exigem movimentos rápidos controlando até quatro tipos de unidades divididos em quantas formações você desejar (ou, pra ser bem honesto, você conseguir fazer) e esse é um problema e tanto. Digo que é um problema porque os combates se tornam exaustivos bem rápido, pois são repetitivos e exigem muita atenção e movimentos quase perfeitos porém sob controles bem complicados. Chega a ser uma mistura de Dark Souls com Guitar Hero com Campo Minado.

Imagem do jogo Masters of Anima
Eu avisei que os combates só eram simples no começo…

Dito isso e levando em conta todos os problemas que o combate traz, cabe aqui o parabéns para a Passtech Games por conseguir desenvolver uma forma de combate que, até onde sei, não havia sido tão trabalhado. A combinação do action-RPG com o RTS pode não ter funcionado da melhor forma possível, porém há de se levar em conta a tentativa de inovação com uma porcentagem razoável de sucesso. O combate não é bom, mas com certeza terá seus fãs.

Master of Puppets

E não é só apenas isso! Comprando Master of Anima você ganha, além de combates repetitivos e complicadíssimos e a recomendação equivocada de usar um controle, quebra-cabeças bem divertidos e satisfatórios.

Apesar do parágrafo anterior ser uma reprodução do saudoso 011 1406 (o que, aposto eu, vários de vocês não fazem nem ideia do que é), trata-se de algo bem verdadeiro, uma verdade tão afiada quanto uma Faca Ginsu: os puzzles de Masters of Anima são realmente bem divertidos. Não chegam a ser tão complexos quanto poderiam, mas não são simples a ponto de subestimar a inteligência dos jogadores.

Imagem do jogo Masters of Anima
Nos quebra-cabeças você fica como um daqueles flanelinhas de avião tentando direcionar multidões para fazerem o que você precisa.

Os puzzles são construídos de forma que você precise se organizar e trabalhar com diversos grupos de guardiões, cada um com suas habilidades para manipular o terreno a alcançar diversos objetivos. A velocidade com a qual você precisa realizar os comandos, que é um problema e tanto durante o combate, acaba por não impactar a experiência de realizar os quebra-cabeças.

A história de Masters of Anima não é nada de relevante e acaba servindo somente para dar alguma explicação do porque as coisas estão acontecendo. Não atrapalha, mas também não é lá de grande ajuda. Para completar, os gráficos são bem agradáveis com um estilo cartunesco simpático e a dublagem, apesar de ligeiramente clichê, foi muito bem feita, sendo um bônus bem legal para um jogo feito perceptivelmente com carinho.

Por fim, Masters of Anima busca trazer uma novidade para o universo de action RPG e acaba conseguindo. Pode ser que boa parte dos jogadores, assim como eu, se canse um pouco pela mecânica não se adaptar tão bem ao combate. Mas, repito, há de se admirar o trabalho. Somado à parte mais agradável de se jogar nos puzzles, combinado com os gráficos bem-feitos e a dublagem bem produzida resultam em uma experiência recomendada. Não garanto que você vá gostar e querer repetir, porém, o resultado final merece parabéns.

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