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Você pode não ter jogado nenhum de seus jogos, mas com certeza já ouviu seu nome. Mega Man, também conhecido como Rock Man no Japão, é um robô que combate terroristas também robóticos criados pelo maléfico Dr. Wily. Um século depois, é a vez do robô X assumir o papel de Mega Man e combater o vilão Sigma e seus corruptos Mavericks, um novo grupo de robôs que se vira contra a humanidade.

Mesmo que a história da série Mega Man seja interessante e devidamente expandida ao longo da saga X, que em certo ponto introduziu cenas animadas (ao estilo anime) para dar maior profundidade narrativa à aventura, a franquia da Capcom sempre botou a diversão dos jogadores em primeiro lugar – ao menos na maior parte do tempo. Para saciar a vontade dos fãs e em preparação para a chegada do aguardado Mega Man 11, foram enfim lançadas as coletâneas Mega Man X Legacy Collection 1 & 2 (com a 1 cobrindo de X a X4 e a 2 indo do X5 ao X8).

X-Tudo

A saga Mega Man X começou em 1993 no SNES com o jogo de mesmo nome. Logo em sua primeira fase, é perceptível o quão avançadas eram suas mecânicas e especialmente o design de suas fases, que permitem escalar muros com facilidade e pode ser alterado pelo comportamento de inimigos. O que vem depois, no entanto, se provaria como uma fórmula de sucesso: corra, atire e pule por oito fases, cada uma com seu próprio chefe, que se derrotado garante ao robô X uma nova habilidade.

Imagem do jogo Mega Man X Legacy Collection 1 & 2
Quem você chamou de sucata?

A fórmula era na verdade tão boa que persistiu ao longo da saga X toda, para melhor ou pior. Mega Man X2 e X3, apesar de contarem com gráficos mais detalhados e controles ainda mais responsivos, não vão muito além do que foi estabelecido pelo icônico primeiro jogo da saga (e tudo bem!). De fato, foi com Mega Man X4, o primeiro título da franquia a chegar para o PS1, que a saga contou com um enorme salto gráfico e também um design de fases exponencialmente mais dinâmico, marcando um novo ponto alto para a série – ápice que infelizmente não foi superado.

Enquanto Mega Man X5 continuou o que X4 estabeleceu para o futuro, o jogo não é tão criativo e demonstrou sinais de esgotamento da fórmula, algo que de fato aconteceu com o jogo seguinte, X6. Pior ainda, tentando remediar a falta de renovação na franquia, a Capcom optou por um caminho diferente e decidiu trazer a câmera para trás dos personagens no infame X7, considerado quase que unanimemente o ponto baixo de toda a história do Mega Man nos jogos. No ano seguinte, surgiu Mega Man X8, que resgatou o arroz e feijão de antes mas sem a criatividade suficiente para trazer a série de volta à glória.

Para que fazer esse rápido panorama? Simples: é só observarmos um pouco para constatarmos que a coleção 1 de Mega Man X é absolutamente superior à 2. Isso não só fica em detrimento do custo-benefício do pacote 1+2, como também se torna ainda mais decepcionante quando percebemos que os extras do Museum, que guarda diversas informações e mídias sobre a história de Mega Man, são os mesmos em ambas as coleções. Ao menos o modo X Challenge, que permite escolher mais de um chefe para enfrentar simultaneamente, possui algumas diferenças entre as coletâneas.

Imagem do jogo Mega Man X Legacy Collection 1 & 2
Libere oito fases, derrote os chefes e salve o mundo. Depois faça tudo de novo.

Pague oito, leve quatro

Ao menos todos os jogos estão devidamente remasterizados, especialmente os bidimensionais pixelados, que agora contam com um novo filtro “HD” que adiciona mais pixels e torna os traços dos personagens e cenários mais limpinhos – essa é uma opção adicional, então aqueles que preferem uma maior fidelidade aos gráficos originais também podem jogar do seu jeito. Por outro lado, por serem completamente tridimensionais, X7 e X8 já não se seguram tanto assim no departamento visual,  embora não apresentem gráficos ruins.

Há também alguns pequenos problemas com o mapeamento de botões e o nível de dificuldade. Por algum motivo desconhecido, Mega Man X2 está com os botões de ataque e ‘dash’ trocados, e não há a opção de mapeá-los manualmente. Já quanto ao nível de dificuldade, é uma ótima alternativa que a Capcom tenha incluído o modo Rookie Hunter, que permite que os novos jogadores sofram menos dano e apreciem as fases com mais tranquilidade, porém há algumas inconsistências entre o valor de dano infligido pelos inimigos comuns e os causados pelos chefes. Por exemplo, no mesmo X2, passei por uma fase inteira praticamente invencível para no fim tomar uma bela surra do chefe. Isso, felizmente, não acontece a todo momento e também não se aplica a todos os títulos na coletânea.

Mega Man X Legacy Collection 1 & 2 é um pacote que se beneficia ao ser vendido separadamente. É ótimo que a Capcom esteja valorizando seu legado e reconstituindo passo a passo a história de um de seus maiores heróis, mas o preço está um tanto salgado para adquirir quatro ótimos jogos junto de dois medianos e outros dois ruins. Se eu pudesse recomendar em partes, então a X Legacy Collection 1 se faz obrigatória para os antigos fãs de Mega Man e os novatos curiosos para conhecer o personagem. Quanto à segunda coletânea, que é indiscutivelmente inferior, o melhor a se fazer é esperar até que apareça um desconto amigo.

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