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Monster Hunter Rise foi o primeiro game de toda a franquia que eu joguei na minha vida. Sim, tive acesso a MH World, qual não dei muita bola no passado, assim como já vi algumas vezes a versão Ultimate do terceiro e quarto no Nintendo 3DS. Porém, nenhum tinha me chamado muita atenção. Nem esse, sendo bem sincero. E eu não podia ter seguido o caminho mais errado no universo, caros leitores. Logo de cara, sem pestanejar e sem o menor pudor já admito que esse foi um dos melhores títulos que já coloquei em meu Nintendo Switch.

E se isso é uma surpresa para você, não devia ser. A Capcom tem acertado a mão de uma forma incrível nos últimos anos com sucessos como Devil May Cry 5, Mega Man 11, Resident Evil VII e o 2 Remake. Todos eles fizeram bastante barulho entre os fãs e a crítica, figurando já nos favoritos de algumas milhões de pessoas. Assim como, hoje, admito que a experiência que tive com o mais novo jogo sobre caça aos monstros se tornou um dos meus.

Uma experiência única

Assim que Monster Hunter Rise começou, já percebi que ele era feito de sensações que são construídas gradativamente. Vai por mim, não apresse a sua jornada, respire e aproveite cada instante como se fosse algo único. O menu inicial já começa com uma canção completa de Hinoa, qual me senti obrigado a parar e ouvir, prestando atenção em cada detalhe da ambientação. E a partir disso, vem a primeira caçada, os primeiros aprimoramentos e até mesmo as primeiras dificuldades. Tudo isso está ali para te fazer aprofundar ainda mais neste universo.

Da personalização até o momento que pula com as suas armas na pele dos monstros, todos os elementos parecem estar completamente conectados. O enredo é bem-montado, que combina com os personagens extremamente carismáticos, missões atribuídas para oferecer desafios interessantes, a jogabilidade é extremamente fluída, desde os movimentos pesados de machados até os mais velozes das lâminas duplas, não tem um lugar para onde olhei e enxerguei algo além do casamento perfeito dos recursos possíveis.

Imagem do review de Monster Hunter Rise
Hinoa dá um verdadeiro show ainda no menu inicial.

Mesmo sendo um novato, em instante algum me senti perdido ou que essa franquia, que já conta com uns cinco títulos da linha principal e uma dezena de spin-offs, me prejudicasse por essa condição. As explicações são simples, mesmo com uma tonelada de coisas diferentes para você se preocupar. Em questão de uma a duas horas de Monster Hunter Rise, já me arriscava no craft de armas e armaduras, preparava armadilhas e até me jogava para enfrentar os monstros que não eram meu alvo enquanto o tempo corria contra mim.

E quando falo de variedade, aqui as opções estão em uma abundância grandiosa. São 14 armas, cada uma com inúmeras variações que contam com diversos efeitos diferentes, além de atributos que vão além do simples poder de dano. Escolher a correta ajudará muito em cada conflito. Já as armaduras, cada criatura grande que você enfrentará tem um set próprio com capacete, peitoral, luvas, cinturão e pernas. Você pode misturar tudo ou montar algo que combine exatamente com o terreno conforme conquista os itens que cada um solta ao ser derrotado. Isso sem citar que seu Amicão e o Amicato também possuem equipamentos próprios.

Imagem do review de Monster Hunter Rise
Se você é indeciso para escolher roupa, tenho uma péssima notícia…

Porém, se você não saltou nessa desavisado e de forma inédita como eu, não se preocupe em ter de ficar ouvindo tutorial que já está cansado de saber. Pule tudo e parta diretamente para a ação. Assim vai perder uma explicação ou outra sobre algum recurso novo? Obviamente que sim, mas tudo é tão intuitivo que não acredito que te dará algum trabalho para aprender todas as novidades na prática.

Ouso dizer que é impossível jogar Monster Hunter Rise por um tempinho sem achar algo incrível. Até mesmo nos cenários, que são gigantescos, você encontra algo para admirar. Graficamente falando, ele força o Nintendo Switch ao seu limite e acredito que será muito difícil vermos algo mais próximo ao realismo do que nisso. Eu dou os meus parabéns à equipe de desenvolvimento e arte, qual não poupou esforços para trazer um visual tão impressionante quanto MH World.

Imagem do review de Monster Hunter Rise
Não sei vocês, mas os dias de luta ainda estão rolando por aqui.

Luisa Meeeeeeeeeeeeeeeeell…

Entre novas criaturas e as já conhecidas pelo grande público, Monster Hunter Rise obviamente dá destaque ao perigoso e ameaçador Magnamalo. A cada 50 anos a criatura ataca a Vila de Kamura durante o Frenesi, um evento que deixa os monstros ainda mais agressivos e acabam tentando invadir o local. Se você acha estes bichos grandes, o vilão é aquele que se alimenta deles para sobreviver. Estou falando isso só para ter uma ideia da magnitude que isso toma na vida da população dali e o medo que gera.

O jogo já te joga essa situação logo de cara, expondo claramente a situação para você e todos os moradores do lugar para que todos se preparem. Enquanto a guilda treina você e outros, os demais personagens tentam crescer também para ajudar no combate final. A situação toda aperta quando o Frenesi começa a dar sinais de que está mais próximo, oferecendo uma nova mecânica a toda franquia.

Imagem do review de Monster Hunter Rise
Magnamalo é uma ameaça incrível e te dará um trabalhão.

Quando a Vila de Kamura está sendo atacada, você é movido para uma barricada e lá o jogo se mistura com um Tower Defense. Você construirá torretas de ataque e defesa, preparará armadilhas e pode até invocar guerreiros lendários para te ajudar no combate. Você pode subir em algum destes equipamentos enquanto tenta deter a horda de monstros ou cair na mão contra eles. A Luisa Mell que me perdoe, mas ambas as propostas para derrubar até a última destas criaturas são prazerosas até demais, sem ponderação alguma.

Além disso, conforme os derrota e Monster Hunter Rise te dá um tempo para respirar antes de uma nova tentativa de invasão, os pontos ganhos fazem o nível da sua barreira aumentar e poderá criar novos itens e usar outros recursos dentro do local. Isso dá uma excelente razão para você avançar nessas missões também, que além de itens dos mais diversos monstros, também garante ótimos bônus para a sua jornada fora dali. Sendo sincero, o game te obrigará a fazer apenas uma delas e você pode pegar essas missões de forma opcional depois. Se aceita um conselho, prossiga nelas também que vale a pena.

Imagem do review de Monster Hunter Rise
As hordas são uma excelente adição de mecânica que vai te prender.

E os bichos nunca tiveram tanta vida quanto no novo jogo. Durante as batalhas, além da possibilidade clássica de ver dois deles se enfrentando sem você ali, também foi inclusa a montaria de serpe. Ali, você poderá subir em um monstro enfraquecido para fazê-lo bater contra alguma rocha ou parede, além de poder usá-lo para atacar outros oponentes ao redor. O que parecia um recurso vago inicialmente, quando domina a tática é um dos pontos-chave da emoção do combate, já que permite tomar um ar para ações que os mais velozes não te permitem com tanta facilidade.

Pessoalmente falando, posso te garantir que tem combates dentro dali que ficarão marcados na sua memória. No meu caso, foi enfrentando o Barioth. Assim que soube que eu estava avaliando o jogo, alguns amigos me fizeram ver um combate entre um jogador de Monster Hunter World e ele no PS4. A pressão logo veio, já que eu vi que a luta demorou um tempão, o monstro não deu um minuto de descanso e suas técnicas eram completamente insanas. Assim que parei em sua frente, realmente foi um momento único e diria que foi “a batalha” que selou minha opinião sobre o jogo. Você terá a sua também, meu caro leitor ou leitora.

Luisa Mell que me perdoe, mas quebrar os dentes dele foi extraordinário.

A cereja do bolo em Monster Hunter Rise

Obviamente que eu não podia terminar esse texto sem falar do modo online de Monster Hunter Rise. Se as caçadas sozinho não te levantam o gosto, o multiplayer dele fará isso. Primeiro, por causa da comunidade que é excelente. Não experimentei uma partida sequer onde tinha alguém enrolando ou fazendo palhaçada. Todos são envoltos no mesmo objetivo, tornando toda a missão em algo muito divertido e acolhedor. Derrubar as criaturas com ajuda só deixou o jogo melhor.

Em segundo lugar, pela completa agilidade em todo o processo. Quem joga online sabe, existem games que te deixam esperando eternamente em lobbies ou numa tela até todos entrarem. Aqui não tem isso, você entra direto em uma caçada já em andamento ou, se não tiver ninguém, te colocam sozinho nela e vão puxando pessoas buscando partidas para te ajudar por lá conforme encontrarem. Essa dinâmica ajudou demais e, de longe, foi uma das mais agradáveis de toda a minha história com os videogames.

Imagem do review de Monster Hunter Rise
Não seja um lobo solitário, chame a galera para jogar junto.

Já a trilha-sonora e dublagem estão sensacionais, não apenas por terem colocado uma musiquinha no menu, acreditem. Cada monstro é apresentado como um conto japonês tradicional cantado, o som deles podem ser ouvidos de longe em alguns casos, fora que cada um tem barulhos bem característicos. Realmente a Capcom caprichou e batia palmas com os pés, pois as mãos não descolavam do controle.

Outro ponto interessante é a arte, qual me chamou bastante a atenção quando vi. O bestiário e o início de cada missão traz um desenho rupestre das criaturas, dando a sensação de que foi feito pelos próprios membros da Vila de Komura, não por uma equipe aqui fora que conta com PCs de alto desempenho. São coisas pequenas, mas que te deixam ainda mais dentro do espírito que Monster Hunter Rise quer passar para você.

Imagem do review de Monster Hunter Rise
Todas as artes dos monstros são arcaicas, cheias de estilo.

E não posso finalizar esse texto sem citar o trabalho competente da equipe de localização brasileira. O pessoal daqui está de parabéns, não está nada estranho de reconhecer os recursos, armas, ataques e diversos outros elementos clássicos. Além disso, até mesmo os diálogos seguem fluídos e completamente traduzidos. É o básico? Sim, concordo. Porém, todos sabemos como são os jogos AAA do Nintendo Switch em nosso país e ter um adaptado para nós é uma vitória incontestável.

“Mas Diego, se Monster Hunter Rise é tão incrível assim, qual a razão da nota dele não ser um redondo 10?”, você deve estar se perguntando. Apesar de tudo ser num grau de excelência superior, até mesmo para os maiores jogos da plataforma, ele contém algumas falhas pequenas. Por exemplo, em alguns momentos onde a câmera incomoda em combates mais ágeis, indo para um ponto cego que você tem de se desdobrar em mil para consertar rápido. Você também vê alguns bugs aqui e ali. Nenhum lançamento está livre deles, temos de concordar, mas alguns tornam o cenário perfeito numa piada.

Imagem do review de Monster Hunter Rise
Se não entendeu o que rola aí na tela, imagina no aperto?

Isso atrapalha o game e faz a sua experiência pior? Sendo sincero, em nenhum momento passei por algo que atrapalhasse minha partida completamente. Se foi sorte ou não, deixo para você jogar e me dizer se isso foi decisivo nos seus combates. Acredito que eles consigam resolver isso com uma atualização, até por já ter uma grande já vindo a caminho no mês de abril. Mas é importante citá-las para estar ciente antes de ver algo bizarro e me xingar por não ter te avisado.

Se você é iniciante ou um veterano, Monster Hunter Rise tem um espaço para você e te levará às melhores caçadas que poderia ter nessa geração. Seja contra o lendário Rathalos ou o poderoso Magnamalo, o sentimento é indescritível. Eu só não digo que ele é o melhor jogo lançado para o Nintendo Switch por existir um The Legend of Zelda: Breath of the Wild em seu caminho. Porém, pode pular nessa jornada de olhos fechados que garanto que terá algo que te conquistará.

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