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Depois do desastroso Monster Jam: Crush It!, lançado em 2016, a série retorna com um novo título, Monster Jam Steel Titans, prometendo renovar a franquia e trazendo novidades para os fãs de caminhões monstro poderem se deleitar em competições alucinantes, executando manobras e piruetas insanas a bordo dessas máquinas poderosas.

O jogo se ambienta na “Monster Jam University”, da qual somos um aluno novato que precisará aprender do zero tudo sobre esses carros gigantes. Assim sendo, iremos começar do básico até chegar ao campeonato mundial.

Máquinas monstruosas

Uma das grandes novidades de Steel Titans é seu modo de exploração em mundo aberto. Mas não se empolgue! Não há nada semelhante aos jogos do gênero sandbox por aqui… na verdade, não há absolutamente nada nesse mundo. É um mapa – literalmente – deserto e morto, sem nenhum tipo de vida – nem mesmo outros veículos circulando.

Seu objetivo neste mundo é… bom, essa é uma ótima questão. Não há objetivo algum. Basicamente, o único propósito é coletar colecionáveis espalhados pelos cenários e acessar alguns desafios. Os eventos do modo carreira são acessados pelo menu de pausa, assim, tirando completamente qualquer sentido para este mundo deserto.

Imagem do jogo Monster Jam Steel Titans.
E os pedaços de papelão… digo, o público vai ao delírio!

Normalmente, jogos com exploração nesse estilo usam o próprio mapa para acessar os eventos do modo carreira/história, mas aqui não é o caso. De início, não temos acesso ao mapa completo, somente a uma pequena fração dele. Ao completar algumas séries de eventos no modo carreira, será liberado o restante.

Cada uma dessas sessões do mapa conta com eventos de desafio baseados em alguns dos famosos possantes gigantes. Assim como as sessões do mapa, alguns dos veículos também são desbloqueados ao concluir os eventos no modo carreira, mas também há a opção de comprá-los com créditos obtidos no próprio jogo.

Tais créditos são a única unidade monetária aqui e servem para melhorar os veículos com atualizações. No total, cada veículo possui cinco níveis de atualização para itens como motor, transmissão, chassi, rodas e etc. Essas atualizações de fato fazem diferença, mas não senti muita mudança de um veículo para outro com o mesmo nível de atualizações instaladas. Ou seja, basicamente o que muda é só a skin.

Falando em visual, os fãs dos eventos de Monster Jam terão a sua disposição todos os clássicos monstruosos já conhecidos como Grave Digger, Max-D, El Toro Loco, Monster Mutt entre outros. No total são 29 dos lendários caminhões disponíveis – apesar de alguns serem apenas skins diferentes para os mesmos modelos. Todos eles possuem dano visual relativamente detalhado.

Imagem do jogo Monster Jam Steel Titans.
El Toro Moído.

Os veículos podem perder toda a sua carcaça em colisões, com partes que ficam quebradas e penduradas. Esse é um dos pontos fortes deste título, apesar da versão de Switch não possuir tamanha riqueza nos detalhes gráficos. Nas demais versões, todo o aspecto visual chama muito a atenção, com a carcaça do veículo se sujando de lama, as rodas deixando marcas pelo terreno lamacento por onde passa etc.

Destruição controlada

Todas as disputas são situadas em arenas reais espalhadas pelos EUA e Toronto (Canadá). O jogo conta com sete tipos de eventos divididos em duas categorias básicas: disputas por posição/tempo, onde vence quem chegar em primeiro (ou completar o percurso em menor tempo) e disputas por pontos, vencendo quem fizer mais pontos.

Na primeira categoria temos eventos como Head-to-Head (mano a mano), Circuit Racing, Rhythm (corrida que vai do ponto A ao ponto B) e Waypoint (siga as setas espalhadas pelo cenário). Na segunda temos Freestyle, Two-Wheel Skills (ganhar pontos fazendo manobras que usam apenas duas rodas) e Timed Destruction (ganha pontos por causar a maior quantidade de destruição consecutiva no tempo estipulado).

Imagem do jogo Monster Jam Steel Titans.
O campeão dos campeões.

Apesar da quantidade e da variedade dos eventos disponíveis, o grande problema de Steel Titans é a IA dos adversários, que não propõe um desafio dinâmico. Ou seja, quando se ingressa em uma série de eventos do modo carreira, durante sua totalidade os mesmos veículos irão concluí-los na mesma posição, não importa o evento. Isso tira um pouco do fator desafio, tornando o jogo previsível.

Outra questão é o progresso no modo carreira. As séries de eventos são demasiadamente longas, repetitivas e consequentemente tediosas. Normalmente, essas séries contam com cerca de 12 a 14 eventos cada, porém os tipos de disputa presentes neles variam entre três, ou seja, ficam se repetindo diversas vezes, ao invés de agregar variedade.

Isso torna o jogo maçante rapidamente. Na minha primeira hora jogando, já senti isso. Apesar de contar com uma variedade de eventos distintos, eles não se utilizam disso e tornam a repetir diversas vezes o mesmo. Há uma série que conta com 10 disputas, das quais cinco são a mesma corrida, somente aumentando o comprimento do circuito.

Imagem do jogo Monster Jam Steel Titans.
Rodas pra que te quero!

Isso também se liga diretamente à dificuldade geral dos eventos. Eles só serão difíceis caso você entre na disputa com um veículo fraco ou não totalmente atualizado. Do contrário, a vitória é quase garantida, pois os adversário parecem ter um “limite de velocidade”; basta ultrapassar esse limite para garantir a vitória. Basicamente, ao ter o veículo atualizado no máximo (pelo menos em eventos de corrida) a vitória é certa – mediante a sua habilidade na direção.

Nos eventos de exibição, a situação muda um pouco – não que o desafio se eleve, mas se torna um tanto quanto aleatório, principalmente no que diz respeito à pontuação. Às vezes é difícil alcançar a pontuação alvo, porém, em outras, com uma série de manobras aleatórias já vencemos o evento. Isso se deve muito ao fato de não saber o que estamos fazendo, simplesmente improvisando qualquer aleatoriedade que conte pontos e aumentando o multiplicador.

Existe uma maneira “séria” de jogar Monster Jam, de fato executando manobras corretamente, fazendo saltos e levando o público ao delírio nas arenas. Tudo isso pode ser aprendido nos inúmeros tutoriais que o jogo dispõe. Mas, no final das contas, fazer qualquer loucura insana e deixar o carro voar loucamente por aí também traz bons resultados (e por vezes é mais eficiente).

Imagem do jogo Monster Jam Steel Titans.
Quem precisa de avião quando se tem um Monster Truck?

Um ponto que me incomodou bastante foi o fato dos carros serem praticamente “sabonetes sobre rodas“. A física neste título é um fator problemático. Basta passar por cima de algum pequeno aclive ou valeta e o veículo simplesmente decola, perde completamente o controle e capota sem qualquer lógica aparente. Isso em eventos de corrida é realmente frustrante, inclusive levando a fracassar miseravelmente à poucos metros da chegada quando você está em primeiro lugar na disputa. Por outro lado, em eventos de exibição isso é ótimo, pois literalmente explode o contador de pontos e ganha o evento sem nenhum esforço.

Um ponto que merece ser destacado é o feedback das ações executadas através dos Joy-Cons (Switch). Ela é bem responsiva e até bastante sensitiva, como se conseguimos sentir o peso o veículo ao executar as manobras. Jogos de desenvolvedoras third-party normalmente não se utilizam deste recurso muito bem – isso quando simplesmente não o ignoram completamente.

Imagem do jogo Monster Jam Steel Titans.
Há diversas opções de câmera disponíveis, como a visão do cockpit.

Steel Titans ainda conta com outros modos de jogo como o Quick Play, para partidas solo rápidas, e o Split Screen, para partidas multiplayer local com tela dividida, um modo bastante divertido diga-se de passagem. Em ambos podemos competir em todas as categorias de eventos e escolher dentre todos os circuitos disponíveis – caso já tenha concluído no modo carreira.

Também existe um Photo Mode muito simplório, cujo o qual só temos as opções de mover a câmera para a posição que desejamos e aplicar zoom, nada mais. Sem filtros, sem efeitos, nem mesmo girar a câmera para criar um efeito dramático é possível. A “foto” que tiramos é um printscreen, utilizando o recurso nativo do sistema.

A trilha sonora é um bocado repetitiva, sendo composta por músicas originais sem grande variedade, o que faz com que frequentemente a mesma faixa toque seguidas vezes. Não são necessariamente ruins, são até bacanas, mas o fato de se repetirem as tornam enjoativas.

Imagem do jogo Monster Jam Steel Titans.
Um cachorro da pesada.

Titãs

Recentemente o jogo recebeu a atualização “Titans Update”, que trouxe diversas novidades para o título como os desafios de veículos dentro do mapa de mundo aberto, novos modelos para Grave Digger, Megalodon e Dragon e o modo “Carrer Plus”, no qual adiciona mais três séries de eventos com novas disputas.

O fator principal desta atualização é a inúmera quantidade de correções e melhorias que o título sofreu. Este review foi baseado na versão com todas essas melhorias já aplicadas, o que em certos aspectos causou uma grande mudança. Mesmo com a persistência de vários problemas, essas melhorias foram significativas.

Steel Titans conta com alguns conteúdos adicionais via DLC, que basicamente se resumem em skins diferentes para alguns veículos. Porém, mesmo a versão de Switch tendo sido lançada meses após as outras plataformas, ela não conta com nenhum desses DLCs disponíveis para compra.

Imagem do jogo Monster Jam Steel Titans.
Mostrando quem é que manda.

A franquia Monster Jam, no que diz respeito aos jogos, sempre foi mediana e Steel Titans não muda isso. Felizmente, para os fãs dos possantes gigantes este não é dos piores e pode ser até divertido em alguns modos. No fator multiplayer, a versão de Switch se sobressai, porém deixa aquém no aspecto visual. Nesse aspecto, as versões das demais plataformas se destacam mais.

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