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Lembro perfeitamente da primeira vez que vi o fliperama do Mortal Kombat, no início de 1993. Eu morava no interior de São Paulo, mas naquela época os arcades chegavam facilmente a qualquer canto do país. Eu tinha apenas 10 anos quando vi pela primeira vez aquele jogo “realista”, com lutadores de verdade. Eu só não estava preparado para ver o Sub-Zero arrancando a cabeça do Kano. Aquilo me assustou e, ao mesmo tempo, me deixou curioso para jogar. E sim, eu jogava MK com 10 anos de idade e nenhum adulto se importava com isso. Afinal de contas era apenas um joguinho de luta, coisa saudável.

Desde então me tornei fã da franquia, acompanhando de perto cada sequência lançada. E jogava relativamente bem, fazendo muitas pessoas perderem fichas em partidas contra. Depois, acompanhei os títulos seguintes pelos videogames. E foi justamente com o lançamento de Deadly Alliance, o 5º game, que comecei a desgostar da franquia. Eu até curti MK 4, a primeira versão 3D do game. Não era a mesma coisa, mas o universo 3D permitia fatalities diferentes. Vale lembrar que até o MK 3 (incluindo a versão Ultimate e Trilogy), o jogo era 2D e feito com captura de movimentos de atores reais. Uma técnica complicada, mas que dava um toque todo especial ao game.

Deadly Alliance mudou aquilo que eu mais gostava nos títulos anteriores: o gameplay. Cada personagem (incluindo os novos) ganhou três estilos de luta, sendo dois tipos de artes marciais e uma arma para alternar a qualquer momento da luta. Tal mudança mudou aquela pegada de combos rápidos que eu tanto amava em MK 3. Mas o que realmente me decepcionou foram os fatalities: um mais sem graça que o outro. E a falta de criatividade perdurou até MK Armageddon. Não, eu não esqueci do MK vs. DC Universe… Mas prefiro esquecê-lo, assim como Mortal Kombat Mythologies: Sub-Zero. Só dou um desconto para Shaolin Monks que, na época, apresentou alguns fatalities muito bons.

Com o anúncio do 9º game, o diretor e co-criador da franquia Ed Boon prometeu um jogo que unisse o melhor de MK 1, 2 e 3, com o gameplay de MK 3 e fatalities ainda mais sangrentos. E assim nasceu Mortal Kombat, que chegou ao Brasil há pouco tempo. Para a alegria dos fãs, o jogo reúne os lutadores mais queridos da franquia, todos os cenários clássicos, um novo tipo de golpe chamado X-Ray, e um modo história inédito e inovador.

Na trama, Raiden e Shao Khan lutam durante os eventos finais de MK Armageddon. Raiden perde e, antes de morrer, lança um feitiço em seu amuleto para levar uma mensagem para o Raiden do passado. A mensagem é entregue durante o primeiro torneio (MK 1), organizado por Shang Tsung. Raiden passa a receber visões do futuro, enquanto que seu amuleto racha aos poucos. Cabe a ele conduzir o lutador correto ao torneio final, para assim impedir que o reino da Terra (chamada de “Exoterra”) seja dominada por Outworld.

Particularmente, eu nunca dei muita atenção para a história do game. Mas este novo MK me fez querer saber todos os detalhes graças ao novo modo história. Este modo apresenta boas sequências animadas, que ligam uma luta a outra. É uma excelente forma de aprender a jogar com cada personagem, uma vez que a história o conduz a conhecer a história de cada um. Tais eventos o levam a batalhas de 1×1 e 1×2, incluindo lutas contra Shao Khan, Goro e Kintaro. Motaro aparece brevemente em alguns momentos da trama, mas nunca como um oponente. É realmente divertido saber como Jax perdeu seus braços, de que forma a Mileena foi criada, porque Cyrax e Sektor viraram robôs, entre outras revelações interessantes. Tal modo é tão bem construído e dirigido que impressiona. São cerca de 8 horas de diversão, com uma boa pitada de desafios.

Outra novidade fica por conta do Challenge Tower, um modo que apresenta 300 níveis com desafios diferentes: realizar combos, eliminar o oponente com apenas um tipo de golpe, realizar um objetivo dentro de um tempo limite, lutar sem magias, contra zumbis, jogar os minigames (quatro tipos, ao total), e etc. Esta é uma ótima opção para ganhar moedas MK e gastar na Krypta, onde você desbloqueia itens como novos fatalities, roupas alternativas, artes conceituais e mais. Tais moedas também são obtidas a cada vitória no modo história.

As partidas tradicionais você encontra no modo Torneio, onde você luta contra alguns personagens, sendo Goro e Shao Khan os chefões finais. Cada personagem possui um final próprio, cuja animação é mais simples e feito em 2D. Uma vez que o modo história apresenta muitas animações, é aceitável tal simplicidade no modo Torneio. Já no modo Versus, você joga 1×1 ou 2×2 (Tag Team), contra o computador ou amigos.

Sobre os personagens, a novidade fica por conta da versão humana do Smoke, a versão robótica de Sub-Zero e a inclusão de Kratos, exclusivo no PS3. Os demais personagens são os velhos conhecidos da franquia, cada um com suas magias e golpes clássicos. O que realmente veio para mudar o gameplay foi a inclusão da barra de especial (super meter), que permite fortalecer uma magia, quebrar um combo ou realizar o golpe X-Ray. Tal golpe funciona como um especial, que mostra as fraturas causadas no oponente. E tudo acontece nos mínimos detalhes e em câmera lenta, com aquele exagero que tanto gostamos.

O tal golpe X-Ray só é possível graças ao empenho da NetherRealm em recriar o corpo humano com ossos e órgãos internos. Isto permitiu também que os fatalities ficassem mais críveis e sangrentos. E para dar um toque final, conforme os personagens levam porrada eles ficam com hematomas pelo corpo e com suas roupas esfoladas.

Infelizmente, o game repete aqueles fatalities que estamos carecas de ver. Apenas alguns deles são inéditos e, mesmo estes, sofrem com a falta de originalidade. Cada personagem possui um fatality padrão, um secreto e um babality. Sim, o babality voltou, mas pelo menos cada personagem reage diferente quando é transformado em bebê. De qualquer forma, foi a pior coisa que os produtores resolveram trazer de volta neste novo game.

Já os cenários, todos muito belos, também apresentam suas armadilhas. São seis cenários com stage fatality: Hell (cenário do Scorpion), Subway (metrô), The Dead Pool (piscina de ácido), The Living Forest (a floresta), The Pit (ponte, em duas versões: dia e noite), The Street (rua com carros passando), e Chamber of the Flame (de God of War 3, exclusivo no PS3). Este último oferece três formas diferentes de matar o oponente, apertando os botões quadrado, triângulo e círculo durante um Quick Time Event.

Voltando a falar da jogabilidade, os combos continuam simplificados. É fácil aprender a fazer um combo de 5 hits sem o menor esforço, enquanto que os mais complicados chegam a 12 hits em média. Não que isto seja ruim, mas senti falta dos combos rápidos e mais complicados de Ultimate Mortal Kombat 3. Outro ponto negativo é a lentidão do X-Ray que, apesar de bonito, sempre quebra o ritmo da partida.

Mortal Kombat é aquilo que todos esperavam e um pouco mais. Voltar às origens foi uma decisão sábia por parte dos produtores, que refizeram aquilo que os jogadores mais gostam nos três primeiros games. O modo história funciona muito bem e diverte por horas, enquanto que o Challenge Tower treina suas habilidades para enfrentar os jogadores mais experientes em partidas online. Um game obrigatório para os fãs e altamente recomendado para aqueles que curtem o gênero.

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