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Todo entusiasta de realidade virtual procura vivenciar novas experiências, sensações e emoções a cada título lançado. Mas ser surpreendido é algo que nem sempre acontece. Moss, jogo VR de estreia da Polyarc, consegue unir tudo que há de melhor no virtual. Um jogo esplendido, inovador e que esbanja imaginação do começo ao fim.

Moss é uma narrativa de conto de fadas onde você, “O Leitor”, controla uma bela ratinha chamada Quill ,cujo objetivo é salvar o reino derrocado por um exército chamado The Arcane. Anos atrás o Arcane tentou invadir o reino para roubar um poderoso artefato chamado The Glass. Sir Argus, o rei na época, levou sua população a esconder na floresta em busca de abrigos nas árvores.

Os Sprites, uma população amiga vizinha, enviou um campeão para auxiliar na luta contra Arcane e selar juntos com Argus as portas do castelo para que o artefato não fosse roubado. O campeão Sprite morreu no local selando o castelo e, em sua frente, cresceu uma grande e imponente árvore selando o castelo até que um herói viesse e recuperasse o Glass.

Imagem do jogo Moss
Moss é belíssimo do começo ao fim.

Assim começa Moss, como um verdadeiro conto de fadas: Quill e a sobrinha de Argus tropeçam no Glass durante sua exploração na floresta e ali inicia uma grande transformação e união entre a ratinha e o jogador. A interação entre ambos durante o jogo é magnifica e única. A aventura começa dentro de um grande Hall, estilo Harry Potter, onde interagimos com um livro que narra toda a bela história de Moss. Entre uma narrativa e outra vivenciamos o jogo em si e participamos ativamente deste mundo mágico.

Jogo ou experiência?

O gameplay de Moss é algo surpreendente, visto que temos duas formas simultâneas de jogá-lo. Você como O Leitor é um expectador no estilo God Mode e controla Quill com o dualshock, sendo que ao mesmo tempo observa sua movimentação. O Leitor pode interagir com o ambiente e mover peças permitindo o caminhar e evolução de Quill. Cercado de muitos puzzles e ambientes diversos e belos, a jogabilidade beira a perfeição. Seu personagem tem controles simples como pular e lutar com uma espada, o que pode parecer simplório, porém é incrivelmente divertido e desafiador.

Apesar da pouca quantidade de inimigos, o foco de Moss é a realização de puzzles elaborados onde além da luta contra os inimigos também é necessário utilizar os inimigos como peças estratégicas para resolver os puzzles. E isso ocorre de forma muito intuitiva e fluida nos movimentos. Em relação ao VR, como expectador você praticamente não se move. Vez ou outra, você precisará movimentar a cabeça para poder ver algo que esteja fora do seu alcance visual e assim facilitar a movimentação de Quill.

Imagem do jogo Moss
Ei você, me ajuda por favor!

O combate é rápido e fácil mas, dependendo do local, quantidade envolvida de inimigos e puzzles pra resolver ao mesmo tempo, pode se tornar bastante desafiador. O Leitor poderá segurar Quill e dar energia para ela (caso esteja morrendo), segurar inimigos facilitando a vida da protagonista ou até mesmo parar objetos que estejam se movimentando rapidamente e permitir a passagem dela.

Me dê mais, por favor!

Por se tratar de um jogo exclusivo para o PSVR, ele foi muito bem implementado e otimizado. Seus gráficos perfeitos, sem nenhum tipo de engasgo, fazem de Moss uma bela narrativa interativa como nunca vista anteriormente. A visão do mundo como expectador atrelado à dimensão de espaço e tamanho de um rato, faz com que você seja um gigante em um mundo de miniaturas. Um típico jogo de aventura virou uma grande experiência com fator “WOW” e diversão maravilhoso. Toda essa maravilha gráfica é perfeitamente mixada com efeitos e trilha sonora divinas, e nenhum detalhe ficou de fora no jogo.

O que mais surpreendeu em Moss foi sua protagonista, a ratinha Quill. A delicadeza e movimentação, digna de um desenho da Pixar, mostra como é possível criar uma personagem carismática e “upgrade proof”. Ela agradece quando você a cura e sente-se solitária quando não está sendo movimentada pelo jogador. Caso esteja perdido, Quill te ajudará apontando o que fazer e irá até dar um high-five comemorando uma conquista. Eu diria inclusive que a Quill é tão icônica quanto personagens famosos dos games, como Mario, Sonic e Link.

Imagem do jogo Moss
Este é um dos puzzles mais divertidos de resolver no game.

Infelizmente Moss dura pouco, apenas 4 horinhas. Ao terminar, o jogo deixa saudade com sua experiência única de contar história, que poderia facilmente ser replicado para contar tantas outras histórias infantis já existentes e, ao mesmo tempo, dar um significado educativo maior ao universo gamer. Passou pela minha cabeça O Mágico de Oz, onde poderíamos interagir com seus personagens caminhando pelo mundo acompanhando a Dorothy, por exemplo. A Polyarc merece muitos elogios e prêmios pela construção de Quill e pela narrativa apresentada. Espero que façam uma continuação e desenvolvam mais a Quill e nos delicie com tamanha competência aqui demonstrada.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024