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Já está mais que provado que jogos rítmicos forjados em música eletrônica e banhados com muita psicodelia são mais que incríveis – Sayonara Wild Hearts está aí para provar! Mas antes dessa joia rara ter sido lançada, já existia Music Racer, um jogo um tanto simples com uma premissa bem única: jogue as suas próprias músicas.

Basicamente, você baixava o jogo e usava suas próprias músicas para compor a trilha sonora do game. Podia ser qualquer uma, desde que você tivesse o arquivo no seu computador. Depois, era só botar para tocar e pilotar um carro em uma pista cheia de neon e psicodelia enquanto o jogo gerava as notas e obstáculos com base nas batidas da música.

Quase dois anos se passaram e Music Racer finalmente ganhou uma versão para consoles, mas como será que essa premissa vai funcionar fora de um computador?

Um feio arrumadinho

Antes de tudo, vamos falar um pouco mais sobre o jogo. Music Racer não tem campanha, nem história nem nada que o torne profundo. Ele é só um jogo sobre andar de carro em paisagens surreais enquanto coleta notas e curte uma boa música. É quase um Guitar Hero de carrinhos, só que sem notas coloridas e Rock ‘n’ Roll.

Seu principal recurso é dar a possibilidade do jogador montar sua playlist e “jogar” suas músicas preferidas, além de poder fazer isso através do YouTube, o que também era um adendo legal. Porém, consoles não são um computador pessoal recheado de arquivos e não dá para fazer isso no PS4, Xbox One ou Switch.

Neon cai bem com tudo!

A solução foi criar uma playlist própria, como qualquer outro jogo rítmico. Quase todas as músicas são eletrônicas, com uma pitadinha de house music (mas bem pouquinho mesmo). A trilha sonora é realmente boa, mas é difícil jogar várias fases em sequência e não ficar com a sensação de que “é tudo a mesma música”.

O jogo conta com quatro modos: Standard, Zen, Hard e Cinematic. O Zen seria o fácil, onde não existe obstáculos e você apenas corre de um ponto a outro tentando pegar o máximo de notas. No Standard você contará com alguns obstáculos que, se atingidos, fazem você perder pontos. No Hard a coisa já fica bem mais difícil, pois bater em um único obstáculo significa game over e você precisará recomeçar do zero, mas ao menos é bem mais desafiador. Por fim, no Cinematic você apenas assiste o carro andando sozinho enquanto curte uma musiquinha.

Independente do modo que você jogar, o sistema de progressão desse jogo é de longe seu maior defeito, porque simplesmente não existe progressão! Todas as músicas estão liberadas desde o início e você só precisa escolher em qual cenário jogar e qual carro usar. A forma como eles tentam manter o jogador preso ao jogo é pelo desbloqueio de novas fases e veículos.

Farmar para vencer 

No início, você só conta com quatro veículos disponíveis e dois cenários diferentes. Como já é de se esperar de jogos do tipo, você recebe uma nota final baseada em quantas batidas coletou ao longo da fase, indo de zero a três estrelas. Não existe recompensa alguma nisso, exceto que você ganha algumas conquistas e recebe pontos no final, baseados no seu desempenho.

Witness me!

Esses pontos funcionam como a moeda do jogo e com eles você vai adquirindo novas coisas. Tudo é puramente cosmético, pois os carros não possuem atributos diferentes um dos outros e os cenários apenas adaptam a música a um novo background. Os carros ainda podem ser “customizados”, mas só dá para mudar a cor das rodas e da lataria. Mesmo comprando tudo que o jogo oferece, em nenhum momento você se sente recompensado. Pelo menos você ganha uma conquista para cada compra, mas isso é o máximo que vai conseguir.

Sendo assim, fica difícil arranjar uma desculpa para continuar jogando caso você não esteja mirando na platina. Não vai ter nenhum pote de ouro no final do arco-íris, você só vai jogar e jogar com uma lista limitada de músicas, pois aqui você não pode acrescentar sua própria playlist.

Apesar do jogo conseguir empolgar em certos momentos e o ritmo da música se encaixar bem ao gameplay (principalmente quando está lenta e fica rápida repentinamente), as batidas que coletamos ao longo das músicas é um ponto muito falho e nisso eles não poderiam falhar! É muito raro um momento em que você consegue sentir que todas as notas estão sincronizadas com alguma batida, pois na maioria das vezes parece que elas estão somente espalhadas pelo cenário aleatoriamente.

Não existe nada mais retro que um sol à noite rodeado de coqueiros.

Pegar ou não uma nota não influencia em nada no progresso da música e no final elas estão ali só para te dar pontuação, não fazendo parte do conjunto. Como o jogo possui sua própria playlist e nem precisa mais contar com o fator da “música aleatória” escolhida pelo jogador, eles poderiam ao menos ter dado mais atenção a isso.

Music Racer é um jogo visualmente bacana, mas com um potencial muito desperdiçado. Ele tem pouco conteúdo e não motiva o jogador a continuar jogando de nenhuma forma, além dessa versão não contar com o recurso de jogarmos a música que quisermos. Ao menos ele ainda é um jogo barato, mas precisamos levar em consideração que todas as versões de console estão mais caras que a de PC, que segue sendo a melhor edição do jogo. Sendo assim, se for para jogar, que seja no PC ao som do seu gosto musical.

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