Quase dois anos se passaram desde o lançamento do primeiro jogo da série My Hero One’s Justice. O título focava nos eventos das primeiras temporadas, indo até o embate emocionante entre os titãs dos heróis e vilões. Assim All Might, o portador do One for All, enfrentou pela última vez seu nêmesis, conhecido apenas como All for One. My Hero One’s Justice 2 continua a partir deste exato momento, contando a história a partir daí até os eventos mais recentes do anime.
Com a ajuda de seus colegas da U.A. e novos amigos e heróis profissionais, Midoriya irá enfrentar um novo e poderoso vilão. Além da Associação dos Vilões, agora os jovens heróis se deparam com a organização Shie Hassaikai. Do mesmo modo como muitos outros grupos menores, o Shie Hassaikai é um ramo da Yakuza liderado por Kai Shisaki, um perigoso vilão. Resta a Midoryia e sua nova habilidade – Shoot Style – impedir que Kai realize suas ambições e salvar a pequena Eri.
Lágrimas inocentes de uma criança
Bem como é de se esperar de uma continuação dos arcos da história de Boku no Hero Academia, My Hero One’s Justice 2 continua após o capítulo 94 do mangá. Após queimar o restante da chama do One for All, All Might não consegue manter sua forma musculosa, assim dependendo de toda a energia e poder investido em Midoryia Izuku, para que o mesmo assuma seu lugar como herói profissional. Com isso, os ataques à U.A. cessam e os jovens heróis começam a tentar reestabilizar suas vidas.
Após desenvolver seus ataques únicos e Midoryia adquirir um par de perneiras que permitem que ele use seu Shoot Style, eles acabam participando de uma prova que irá determinar se estarão aptos para agirem como heróis semi-profissionais, competindo com outras escolas e conhecendo “rivais” na Shiketsu High, uma das maiores escolas de heróis do país. Logo após a prova, a sala de Midoryia é apresentada para Mirio Togata e seus outros dois parceiros. Conhecidos como os melhores alunos da U.A., eles são o Big 3.
Mirio Togata, Tamaki Amajiki e Nejire Hado são considerados os heróis mais fortes da U.A., com Mirio sendo reconhecido até mesmo como um dos mais fortes entre os profissionais. Assim Midoryia, lutando contra o jovem Mirio, conhecido como Lemillion, experimenta em primeira mão a habilidade de intangibilidade do herói. Fascinado com a habilidade de Mirio, Midoryia pede por um estágio com ele, sob a tutela de Mr. Nighteye.
Assim começa a história de My Hero One’s Justice 2, acompanhando tanto Midoryia quanto os outros alunos da U.A. em suas novas carreiras. Mas são Midoryia e Mirio que se deparam pela primeira vez com Kai. O antagonista da vez possui um poderoso quirk chamado Overhaul, tão poderoso quanto Decay, de Tomura Shigaraki. Levando consigo a pequena e assustada Eri, resta aos jovens heróis parar o plano e abusos de Kai Chisaki, o líder da Shie Hassaikai.
Golpes e mais golpes!
Continuando a história de sucesso dos mangás, My Hero One’s Justice 2 faz um bom resumo dos eventos da série. Trazendo até mesmo alguns dos filler como sub-histórias em relação ao original. O jogo conta com um modo de história, missões, combate rápido, arcade, multiplayer e treinamento, além da sessão de personalização de personagem e galeria. As possibilidades de combate são imensas. O modo história, desta vez, age de duas formas.
Da mesma forma como o primeiro jogo, a história se apresenta semelhante a uma HQ. Logo, as cenas e falas surgem na tela como painéis das páginas das HQs, e os capítulos estão dispostos em um rolo de filme, contando com histórias principais e segmentos menores citados acima, as sub-histórias. Cada história, seja principal ou sub, recompensa o jogador com dinheiro e com itens cosméticos que podem ser equipados na sessão de personalização.
Há uma contagem de porcentagem de avanço na história, e caso realmente queira alcançar o 100%, deve jogar tanto o modo da história pela visão dos heróis, quanto dos vilões, neste caso acompanhando Tomura e os outros vilões no decorrer da história, após a derrota de All for One. No entanto não aconselho acompanhar os eventos do anime por aqui, além de ser bem mais divertido assisti-lo em si. Infelizmente há muitos erros gramaticais na tradução e legendas, além de não possuir muitas cutscenes.
Após terminar o modo história, o jogador pode ingressar no modo de missões, onde irá criar sua própria agência de heróis e partir em operações. Com um time de um herói e dois sidekicks, o jogador deve limpar a área de todos inimigos, em lutas ainda mais difíceis. Bem como é de se esperar, aqui começamos também com Midoryia, mas caso tenha guardado seu dinheiro, logo poderá comprar mais heróis e vilões para adicionar à sua equipe.
Agora sim, uma luta de verdade
Minha maior reclamação em relação ao primeiro jogo havia sido em relação ao combate. Aqui os comandos se mantém praticamente os mesmos do primeiro jogo, mas as batalhas em si sofreram uma mudança drástica. Agora cada golpe realmente parece ter um peso avassalador, cada soco, cada chute dá a sensação de peso, velocidade e força que faltavam ao jogo anterior. Ataques como os chutes de Midorya, os ataques de All Might ou os pesados Socos de Kendo Rappa realmente parecem cobrar sua taxa no corpo dos oponentes.
Em My Hero One’s Justice 2, habilidades em geral se conectam melhor e a maneira como os personagens se movem nas arenas é mais convidativo. As arenas também receberam um aumento drástico, se tornando bem maiores, o que permite explorar mais estratégias. Bem como a utilização de personagens com sinergias melhores, permitindo até mesmo um ataque PLUS ULTRA em trio, como o ataque combinado de Bakugou, Kirishiama e Kaminari.
O roster de personagens está bem maior. Com o primeiro jogo contando originalmente apenas com 20 personagens, My Hero One’s Justice 2 traz 42 personagens, sendo que três deles devem ser desbloqueados durante o modo história. Cada qual com sua própria sinergia e maneira única de se jogar, tendo personagens leves e rápidos como Sun Eater e Gran Torino, até personagens com dano maciço e lentos, como muscular e Kendo Rappa.
Os cenários aumentaram também e deixam bem visíveis as capacidades dos quirks dos personagens. Com mapas que são facilmente destruídos, cada golpe pode destruir fachada de prédios, entradas de lojas e dependendo do estágio, até mesmo fazer o chão ceder sob os pés do jogador. O que é bem interessante, podendo gerar cenas bem épicas como as do anime, afinal nada mais emocionante do que descer seu oponente de um combo a aéreo e fazer o chão ceder com as costas dele.
Uma nova luz surge
My Hero One’s Justice 2 realmente aprendeu com o grande número de erros do primeiro jogo, se mostrando bem mais divertido e aproveitável que o título anterior. No entanto, em comparação aos outros jogos de anime, ainda falta muito para se melhorar. A série Boku no Hero Academia é conhecida pelos seus embates contra vilões e particularmente o combate entre Midoryia e Kai Chisaki se tornou icônico. No momento em que Midoryia desfere seu ultimo ataque no vilão, a qualidade da batalha como um todo se mostra ali.
Em My Hero One’s Justice 2, este último ataque foi beeeeem anti-climático para aqueles que viram a luta primeiro no anime. Se bem que tenho que admitir que a luta contra Kai em sua forma gigante ficou bem feita aqui, dando um ar bem arcade, expandindo o mapa e dando mais energia para o vilão. Mas ainda assim, perto de títulos como Naruto e sua série Ninja Storm, One Piece e seus jogos (até mesmo Saint Seiya, que em minha opinião não teve um jogo bom desde o original no Playstation 2), se mostram mais focados no modo história do que aqui.
Para os fãs mais fervorosos que gostaram do primeiro jogo, My Hero One’s Justice 2 apresenta grandes melhorias e um combate bem mais divertido. Agora, para aqueles que estão pensando em comprar o jogo para ficar a par do anime e ver se irão gostar do mesmo, recomendo assistir primeiro e ver se o hype aumenta. Pois como disse, mesmo que melhor que o anterior, ainda fica um pouco à sombra de outros títulos adaptados de anime.
