Skip to main content

Naked Sun talvez tenha sido o jogo VR mais frustrante e fraco que já joguei. E olha que já peguei várias bombas, heim… Mesmo em versão final o game tem cara de beta, totalmente inacabado. A experiência é bem maçante e, felizmente, curta. A história típica de humanos sendo dominados por uma inteligência artificial e seus robôs é sustentada por você, Blackbird, codinome dado para um humano híbrido lançado para interceptar uma carga preciosa em um trem para salvar a humanidade.

Assim começa o jogo, dentro de um trem futurista suspenso por trilhos onde você sentadinho do seu sofá ficará mirando os mesmos robôs e cenários futuristas saídos de um filme dos anos 60 por míseros 40 minutos.

Imagem do jogo Naked Sun
Era para ser uma torre…

Blackbird tenta ser um cara cool ao longo do jogo com sua arma híbrida de dois modos de tiro e que ficam alternado entre eles para recarregar, algo que nunca presenciei em 30 anos de jogatina. Além da nossa super arma temos também um adendo de cada arma, um escudo provisório e um lança misseis. Tudo muito limitado e muito básico para os dias de hoje. Os movimentos se limitam a ficar olhando basicamente para frente enquanto o trem anda e ao redor aparecem drones e robôs para serem destruídos. Como variação temos um escudo na frente de alguns inimigos e campos elétricos que temos que destruir ao longo do percurso.

Quer casar comigo?

Não bastasse o enredo super poderoso e criativo, durante o percurso Blackbird é ainda cantado pra jantar fora e casar!!! Foi difícil entender essa parte dessa história de amor entre nosso personagem e a voz feminina a qual demorei a entender quem era, pedindo nosso amigo em casamento. Sinceramente os amigos da Door Z Studio não foram muito felizes no desenvolvimento de Naked Sun até então. A trilha sonora repetitiva com efeitos sonoros irritantes fazem a experiência ser bastante cruel.

Imagem do jogo Naked Sun
Tentei fazer um print maneiro… Não rolou!

O estilo rail shooter do game é na verdade um wave shooter ao contrário. Ao invés de ficarmos esperando virem as hordas de inimigos, somos nós que vamos de encontro a eles. Neste fatídico jogo ficamos paradinhos com a tela a nossa frente em movimento sem que tenhamos quase nenhuma sensação de imersão e movimento, nem nos momentos de sobe e desce. Parece que tudo funciona em slow motion. A forma como recarregamos a arma é algo estranhamente bizarro. Como temos dois modos de tiro, contínuo e individual, para que recarreguemos a arma é necessário apertar um botão para mudar o modo de tiro e assim ela recarrega para o outro modo de tiro e assim por diante. Isso talvez tenha sido implementado como uma forma de oferecer mais ação ao jogo, já que ficamos o tempo todo mudando o modo de tiro. Porém é algo inútil e bastante confuso. Aliado a isso tudo temos um sistema de mira falho e anárquico. Mirar é tipo “atira por ali que deve pegar o sujeito”…

Chefões gêmeos

Temos no jogo inteiro uma variação de 4-5 inimigos que mudam de cor e tamanho. E vez ou outra tem um escudo na frente. Enfrentei dois ditos chefões que pasmem, eram os mesmos com variações mínimas em sua constituição, algo que demorei a crer. Durante o jogo temos momentos que atiramos em parte do cenário como plataformas para que os inimigos caiam. Atirei em uma dessas plataformas antes que os inimigos fossem passar por cima dela e, ao invés de pararem para não cair (algo básico de Inteligência Artificial), eles caem pra morte sem expressar nenhum tipo de reação.

Imagem do jogo Naked Sun
chefão!!!nahhh….irmão gêmeo

Com tantos problemas fica difícil recomendar Naked Sun com tantos jogos melhores no mercado, ainda mais pelo valor cobrado. A Door Z Studio deveria ter polido melhor o game antes do lançamento, não deixando passar tantos problemas. Faltou velocidade, faltou imersão, faltou uma boa trilha sonora, faltaram inimigos criativos, faltaram cenários caprichados, faltaram armas e, principalmente, faltou uma mira que funcione. Só não faltou a vergonha pra lançar um jogo tão inacabado.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024