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Sempre que uma boa e velha franquia volta das cinzas para tentar a sorte novamente no mercado tendemos a desacreditar um pouco do produto. E muitas vezes temos razão para tal desconfiança dado o histórico de vários outros jogos que se consolidaram nos Arcades, mas cujas sequências infinitas não deram muito certo nos consoles.

Felizmente a Acclaim já havia provado há mais de uma década atrás que NBA Jam não é um jogo que funciona apenas no Arcade (versão original desenvolvida pela Midway) quando publicou os ports do jogo para os consoles da época. A fórmula de um jogo de basquete de 2 contra 2, com jogabilidade simples mas eficaz e com som e locução super empolgantes, fez com que NBA JAM virasse uma franquia de sucesso.

Como toda franquia, NAB Jam perdeu um pouco de força com o tempo e sua fórmula parecia estar um pouco desgastada. Afastado por um tempo dos consoles, agora é a vez da EA Sports tomar as rédeas dessa franquia para tentar mostrar para a nova geração de gamers que um bom jogo nunca fica velho. Será que conseguiram? Sim! E conseguiram essa façanha justamente por serem fiéis à fórmula, o que muitas vezes não é uma decisão fácil de tomar. A tendência é inventar e se dar mal. Aqui isso não aconteceu. Pouco foi inventado e muito foi mantido. E no final das contas, para esse jogo, isso é ótimo!

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A jogabilidade é simples: temos opções de correr, empurrar, roubar a bola, driblar, dar cotoveladas e, logicamente, lançar e enterrar. Tudo isso sem aquele monte de regras chatas de um jogo de esporte convencional. A única regra aqui é a falta por “roubar a cesta” alheia, ou seja, tirar a bola da boca da cesta. De resto, tudo pode. As diferenças entre os jogadores são claras e justas. Alguns são mais lentos que outros porém mais resistentes enquanto outros têm uma “pontaria” melhor, e por aí vai. Por isso vale a pena pensar bem na hora de escolher os jogadores e planejar sua dupla para não colocar na quadra dois armários lentos e sem pontaria.

NBA Jam aceita o controle clássico de Wii para uma jogabilidade convencional, mas vamos e venhamos, ele deve ser jogado como um verdadeiro jogo de Nintendo Wii. E a EA fez questão de criar controles precisos para que ao levantar o Wii Remote seu personagem suba para a cesta e ao abaixar ele enterre a bola (o que também serve para bloquear os arremessos e enterradas dos adversários). E no calor da disputa, você vai estar em pé em frente a tv desesperado pela última cesta no último segundo e enterrando o controle até o chão para fazer aquela última cesta do desempate. Não tem jeito, você vai ficar ridículo.

Falando um pouco da estrutura do jogo, temos todos os modos básicos de um jogo de esporte como o Play Now, onde o jogador escolhe rapidamente um time adversário e sai jogando uma partida rápida e sem compromisso e para aqueles que curtem um modo clássico de campanha, o game oferece o modo Classic Campaign. Mas o game não fica somente no convencional e renova a franquia em alguns novos modos de jogo. Em Remix, o jogador pode seguir uma campanha especial ou escolher um dos modos e jogar uma partida livremente. Explicando melhor:

Remix: Jogo convencional 2×2 com a implementação de power ups que aparecem pela tela para apimentar a partida. Esses power ups podem deixar seu personagem minúsculo por um tempo, aumentar sua velocidade, sua força, destreza, etc. São 6 power ups no total.

Domination (2×2): Aqui os jogadores devem dominar certos pontos na tela e fazer cestas através daqueles pontos. Quanto mais pontos dominados mais rendimento terão suas cestas.

Boss Battle (1×1): O objetivo é evitar que o oponente quebre a cesta com suas enterradas. A cesta tem uma barra de energia que se esgota a cada enterrada inimiga e se renova a cada enterrada sua.

21: Este modo aceita até 4 jogadores (um contra o outro) e ganha quem fizer 21 pontos primeiro. A dificuldade está no fato de que ao roubar a bola, o jogador deve sair da base antes de fazer a cesta, do contrário os pontos não serão computados.

Elimination: Aceita até 4 jogadores (um contra o outro). Neste modo, o jogador com menos pontos é eliminado ao término do tempo até que apenas um sobreviva.

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Fora isso, conforme o jogador vai progredindo e completando os diversos desafios propostos, alguns presentes e cheats são liberados, como o famoso “modo cabeção”. Infelizmente a EA não implementou um modo online para a versão de Wii, o que é uma pena. Mas para mim, NBA Jam é como o novo Mario Bros. – jogar online seria legal, mas jogar com a galera na sala é muito mais divertido. Por isso, não conto como um ponto negativo, pois o multiplayer do jogo é muito bom, independente de como ele é jogado.

Visualmente o jogo segue o mesmo raciocínio da jogabilidade, ou seja, segue a mesma direção de arte que o consagrou mas com um acabamento mais definido que a nova geração possibilita, logicamente. Já os menus poderiam ser mais atraentes, assim como a trilha sonora, que não apresenta variedade. Mas acredito que o objetivo máximo da EA foi trazer de volta o “feeling” do Arcade. Tanto que quando iniciamos o game com o botão A, parece que acabamos de colocar uma ficha no Arcade, e isso é muito legal. E os modos de Quick play potencializam ainda mais essa estratégia. Talvez uma implementação visual nos menus e sons mais sofisticados quebrassem esse clima nostálgico do Arcade.

E por falar em nostalgia, o elemento que mais beneficia o novo NBA Jam é o tempo. E a EA soube trabalhar esse elemento a seu favor. Durante esses anos em que a franquia ficou afastada das prateleiras, o mercado teve tempo de criar novos consumidores. Esses novos consumidores dificilmente conhecem NBA Jam, e para eles o formato do jogo é novidade e divertido (como provado anos atrás). E os outros jogadores que, como eu, já conheciam e gostavam do jogo quando mais jovens tiveram esse tempo para alimentar um saudosismo suficiente para dar fôlego ao impulso de gastar dinheiro com quase o mesmo pacote de diversão de anos atrás.

Seja novo ou seja velho, o que importa é a diversão. E isso NBA Jam tem de sobra!

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