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A degradação se amplia e o Japão entra em decadência durante o Período Sengoku (1467-1615). Em eventos paralelos aos do jogo original, em Nioh 2 tomamos o papel de um mercenário contratado para recuperar pedras preciosas e poderosas, além de lidar com a infestação de yokais pela ilha.

Em Nioh 2 The Complete Edition temos, além do jogo base, as 3 expansões que vieram posteriormente: O Discípulo do Tengu, Escuridão na Capital e O Primeiro Samurai. Um dos expoentes do pseudo-gênero Souls-like, Nioh 2 foi um lançamento da Koei Tecmo e trouxe diversos aprimoramentos nessa edição completa.

A degradação de nossa terra será limpa!

Para fechar a geração com chave de ouro – enquanto abre a próxima – a Koei Tecmo lançou o pacotão de ouro de Nioh, simultaneamente trazendo ao mundo a versão completa de Nioh e esta que motiva esse texto, Nioh 2 The Complete Edition. Agora, senhoras e senhores, em resolução 4K e até em 120 quadros por minuto.

Imagem de Nioh 2 - The Complete Edition
A qualidade artística impressiona.

A nova versão de Nioh 2 não traz avanços específicos ao combate – exceto retrabalhos e ajustes de bugs – porém ao trazer os avanços de aumento de quadros, o combate fica ainda mais fluido e preciso. Vale ressaltar que o nível de refinamento feito em Nioh 2 é o que mais se aproxima do que considero o ápice do gênero – e curiosamente também tematizado no Japão da metade do milênio passado – Sekiro: Shadows Die Twice.

Tendo sido lançado originalmente no primeiro trimestre de 2020, Nioh 2 já possuía uma qualidade gráfica considerável. A edição completa, trazendo refinamento suficiente para exibir em 4K, deixa o jogo parecendo uma obra de arte. Uma obra de arte da geração passada, mas ainda sim, muito bonita e com uma direção de arte incrível, isso tudo sem perder quadros.

Voltando para falar da performance, é realmente impressionante que o jogo consiga ter a beleza gráfica que tem e, mesmo assim, mantendo uma vazão de quadros constante e absurda. O ponto contra é que, por causa disso, os tempos de carregamento são muito maiores do que o agradável. E, convenhamos, morrer em Nioh 2 é comum, com isso, dá-lhe tempo esperando carregar a fase.

Imagem de Nioh 2 - The Complete Edition
Qualquer inimigo em Nioh é assustador, ainda mais quando é um macaco gigante!

As DLCs de Nioh 2 que foram adicionadas à Complete Edition são uma ótima adição ao conteúdo. Cada uma delas foca em uma parte do todo que constitui Nioh 2, desde partes prévias à narrativa que tornam a história mais completa, fechando buracos que soavam estranhos, como aumentando o panorama geral mostrando o que acontecia em outros locais do Japão.

Infelizmente os maiores problemas de Nioh 2 The Complete Edition estão relacionados a pontos mais específicos. Um deles é sobre polimento e refinamento de animação e receptividade de comandos por parte do jogo, por exemplo, momentos claros onde tu aperta algo e o jogo demora mais do que deveria para perceber, gerando mortes e frustrações.

Um oceano de diferenças

Outro ponto, que considero o maior e mais simples de resolver, se refere – acredito eu – a algo cultural. Venho tomando ciência recentemente da diferença gritante entre escolas de design contemporâneas ocidentais e orientais. Podemos perceber isso claramente em jogos AAA lançados recentemente. Vamos utilizar como comparação: Ghost of Tsushima (Sucker Punch) e Death Stranding (Kojima Productions).

Fazendo uma comparação breve – que posso aprimorar futuramente em um artigo especializado – enquanto Ghost of Tsushima foca no minimalismo visual oferecendo uma experiência tida como limpa, Death Stranding busca trabalhar sistemas sobre sistemas em interfaces complexas que contemplem tudo o que precisa ser mostrado.

Imagem de Nioh 2 - The Complete Edition
As descrições dos itens são um charme à parte.

A diferença clara entre ambas escolas de design mostram a valorização da escola ocidental pela imersão e experiência cinematográfica, indo de encontro à escola oriental que busca trazer a vivência de jogo mais completa e complexa possível. De forma alguma uma delas é melhor do que a outra. Preferências existem, porém no fim das contas, ambas fazem sucesso.

O que vejo como problemático em Nioh 2 The Complete Edition é que esse excesso de mecânicas e sistemas sobrepostos ainda estão sendo exibidos de forma complexa e confusa. Isso acaba por dificultar entender e usar alguns pontos de jogabilidade absolutamente necessários para ter sucesso.

Imagem de Nioh 2 - The Complete Edition
Separado em cenários com múltiplas fases, temos narrativas para cada um deles.

Por fim, Nioh 2 The Complete Edition é uma ótima obra tanto levando em conta o produto em si quanto – inevitavelmente – pensando em ser uma dose de endorfina Souls-like enquanto a From Software não lança a próxima revolução mecânica dos videogames.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024