Skip to main content

Existe um ditado que diz que entre o céu e a terra existem mais mistérios do que sonha a nossa vã filosofia. Por mais que a metafísica exista para tentar explicar fenômenos além da sensibilidade humana, esse ainda é um tema obscuro e pouco explorado. Obey Me é um jogo hack ‘n’ slash que explora um pouco desse tema sobrenatural, ocorrendo em um local onde anjos e demônios lutam para controlar a terra.

Sim, essa é uma temática que lembra muito séries como Sobrenatural, mas possui um ponto de vista bem diferente do que é apresentado na mesma. No comando de uma caçadora de almas, o jogador deverá cumprir missões para o seu demônio protetor acompanhado de seu amigo canino. É uma proposta bem comum aos jogos desse estilo, mas será que isso funciona?

Beneath the Remains

Claramente inspirado por Devil May Cry, Obey Me é daqueles jogos que você já sabe o que esperar. Na companhia de Vanessa, uma caçadora de almas a serviço de um demônio poderoso, e seu fiel escudeiro canino Monty, o jogador deverá dizimar hordas de criaturas para cumprir seu objetivo.

Não há muita complexidade na história, apesar de conter alguns diálogos bem extensos. Vanessa e Monty possuem personalidades marcantes, quase sempre fazendo algum comentário pertinente sobre alguma situação enfrentada ou algum inimigo.

O cachorro muitas das vezes rouba a cena durante o jogo.

É importante destacar o bom trabalho de dublagem contido no jogo. É difícil ver jogos com poucos recursos alocando recursos para dar voz aos seus personagens, coisa que Obey Me fez e acertou. Tanto Vanessa quanto Monty são personagens carismáticos, muito disso devido à atuação desses profissionais contratados.

Entretanto, não há muito mais o que elogiar além disso. Após começar o jogo e passar por todos os diálogos é que os vários problemas começam a aparecer.

Desperate Cry

Todo jogo hack ‘n’ slash que se preze deve dar ao jogador a sensação de estar marretando os seus inimigos, mas isso não acontece em Obey Me. O sistema de combo é extremamente simples, onde existe apenas um botão para os golpes, alternando os golpes fortes e fracos conforme o jogador segura ou apenas aperta o mesmo botão.

A influência de Devil May Cry é bem clara.

O grande problema está na reação dos inimigos aos seus golpes. Jogar utilizando o mouse e o teclado dificulta bastante o trabalho de acertar os inimigos, pois é necessário uma certa precisão por parte do jogador para posicionar o golpe no local certo. Todavia, mesmo acertando o inimigo, não é muito satisfatório desferir golpes nos mesmos. Não serão raras as vezes onde você irá se perguntar se está realmente acertando um inimigo ou não.

E sim, existem várias armas diferentes durante a campanha, cada uma com as suas peculiaridades. A segunda arma, por exemplo, é um martelo gigantesco capaz de obliterar os inimigos. Essa foi a arma com que eu mais me diverti, pois parte dos problemas sobre os inimigos não reagirem bem às porradas sumiu com o uso da mesma.

Já que não existe um botão de soco forte e soco fraco, o sistema de combos funciona mais como uma extensão da sequencia natural dos golpes. O esquema de segurar o clique para executar um golpe mais forte é bem questionável, levando o jogador a errar alguns combos por causa disso.

Troops of Doom

Por toda a temática demoníaca por trás de Obey Me, muitos dos inimigos são um misto de humanos e demônios. Eles até que possuem uma certa variedade, mas não são os maiores desafios por aqui. O cenário do jogo é bem interativo, punindo o jogador por alguns erros e, muitas vezes, se comportando como um jogo de quebra-cabeça com vários desafios.

Confuso sobre o que está vendo? O jogo disponibiliza uma enciclopédia para você!

Por vezes, será necessário lutar em ambientes com armadilhas, ou com plantas que reagem como se fossem peças de Pinball caso você encoste nelas. Tudo isso é uma ideia interessante que adiciona muito à dificuldade geral do jogo, mas que fica repetitivo quando está fora do ambiente de combate.

Com detalhes tão pequenos que podem impactar tanto na batalha, seria necessário ter um jogabilidade mais responsiva a fim de ter a precisão necessária para passar por esses desafios, coisa que não ocorre por aqui. Muitas vezes, a própria câmera do jogo te impede de ver o que te espera na frente, sendo isso necessário para muitas das armadilhas. Não é raro tomar dano gratuito por conta de não ver o que te aguarda lá na frente.

Slaves of Pain

Falando um pouco mais do companheiro canino, Monty é um grande fator nas suas batalhas em Obey Me. Além de contar com um modo cooperativo que o torna controlável, caso você jogue no modo para um jogador ele também é bastante útil e ativo nas batalhas. Monty funcionará como um aliado, atacando os inimigos, utilizando magias e contando com a sua própria árvore de habilidades especiais.

E aí? Vai encarar?

Além do grande problema nos golpes, o jogo possui uma otimização questionável, rodando de forma bem ruim em computadores acima dos requisitos mínimos. Em lugares muito movimentados, minha taxa de quadros desceu para menos de 3o quadros por segundo, o que é irritante e injogável para muitas pessoas.

Por fim, Obey Me é um jogo hack ‘n’ slash sem inovações e com muitos problemas, mas com alguns elementos interessantes. A interatividade do personagem com os cenários é um ponto positivo, mas explorado de forma questionável. Por outro lado, ele não passa a sensação de poder ao jogador, falha muito grave para um jogo desse gênero. No final das contas, tudo de bom que é apresentado aqui perde relevância quando medido com as falhas apresentadas.

Review – Pepper Grinder

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.28/03/2024
Imagem do review de Everloop

Review – Everloop

Marco AntônioMarco Antônio28/03/2024
Imagem do review de Dicefolk

Review – Dicefolk

Marco AntônioMarco Antônio27/03/2024