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Olija é o mais novo membro da família Devolver Digital (e não, não tem nada a ver com tabuleiros e copos que andam sozinhos), o que costuma ser o bastante para sabermos que se trata de um jogo de qualidade. Desenvolvido pelo Skeleton Crew Studio, temos aqui um game sobre narrativas épicas, marinheiros desbravando terras jamais exploradas, criaturas místicas e, por último, mas não menos importante: chapéus!

Olija é um divertido metroidvania que usa e abusa do fator “mistério” – e muito bem, diga-se de passagem. Neste jogo, menos é mais e isso se aplica em todos os seus aspectos, então não espere respostas vindo de mão beijada. Tudo que você precisa fazer é pegar seu arpão mágico e encarar os perigos que lhe espreitam para conseguir salvar sua própria vida… e talvez mais algumas no caminho.

Bem-vindo a bordo, marujo

Nosso protagonista é Faraday, um homem que partiu em uma jornada pelos sete mares a fim de encontrar recursos para salvar seu povo, mas acabou naufragando após uma terrível tempestade. Ao acordar sozinho em um território desconhecido, Faraday se vê preso em um lugar chamado Terraleva, onde dezenas de marinheiros também naufragaram e procuram uma forma de escapar.

O barqueiro está sempre pronto para te meter em problemas…

Logo descobrimos que o único jeito de sair dali é enfrentando as criaturas sombrias que habitam o lugar, essas que não sabemos o que são e nem de onde vêm. Felizmente, contaremos com a ajuda do arpão lendário, um artefato místico que Faraday encontra após o naufrágio. Agora cabe somente a ele salvar a vida de todos os náufragos de Terraleva e ainda descobrir quem é a misteriosa mulher que cruzará seu caminho ao longo de toda a sua jornada.

Por mais que essa breve sinopse tenha sido bem superficial, essas informações são fornecidas bem aos poucos, então como eu disse anteriormente: não espere respostas fáceis. O ritmo do jogo é bem lento, mas isso não quer dizer que ele seja chato ou entediante, muito pelo contrário! Em Olija temos combates, puzzles e exploração, o combo infalível para qualquer jogo divertido.

Apesar de ser um metroidvania, aqui não temos um grande mapa todo conectado, mas sim um mapa fragmentado. Com a ajuda do barqueiro que salvou sua vida, Faraday pode viajar para diferentes arquipélagos da região e explorá-los de cabo a rabo. Em nenhum momento o jogo vai te apontar alguma direção ou estabelecer um objetivo, é você quem escolhe aonde quer ir primeiro e torce para encontrar alguma coisa lá.

Mesmo em pixel art, a ambientação é SINISTRA!

Porém, como é característico neste gênero, muitas vezes vamos dar de cara com um lugar inacessível, que exige habilidades ou itens que ainda não temos para poder prosseguir. O jogo também não se dá ao trabalho de falar do que você precisa para entrar lá, então resumindo: você está por sua conta.

Lobo solitário 

Os gráficos de Olija não são nada exuberantes, mas ainda assim não deixam a desejar nos detalhes. Temos aqui um pixel art bem raiz, daqueles que nem dá para ver o rosto dos personagens, mas ainda assim a ambientação é muito viva. A trilha musical não se faz muito presente e também contamos com pouquíssimos diálogos, tornando essa uma experiência muito silenciosa e até mesmo solitária. Na maior parte do tempo, sua única companhia será os monstros que querem te esfolar vivo.

Tão vazio…

O combate é simples e funcional, onde aos poucos vamos desbloqueando novas armas brancas e de longa distância para auxiliar na matança. O único problema é que todas as batalhas são muito fáceis, pois todos os inimigos (incluindo chefes) possuem padrões de ataques bem previsíveis e, no final, nós sempre seremos mais overpower do que eles. Além do arpão e das armas, Faraday conta com uma diversidade de chapéus que podem ser construídos com materiais comuns e cada um garante um perk diferente. Dependendo do chapéu que estiver usando, você fica praticamente invencível.

Os puzzles são bem criativos e fazem bom uso da mecânica do arpão, onde devemos arremessá-lo para alcançar pontos até então inalcançáveis no cenário. Com o tempo acaba se tornando bem previsível e você mal vai pensar para conseguir resolver esses puzzles, mas no geral eles são bem legais. Esse arpão é o principal atrativo do jogo, principalmente porque seus recursos também funcionam em combate e muitas vezes mesclam a ação com os puzzles, principalmente nas batalhas contra chefes.

A atração principal do jogo é este arpão mágico.

Sutilmente, Olija também introduz algumas sidequests que, mesmo sendo simples, são muito instigantes de fazer. Conforme você explora e vai juntando um dinheirinho, ainda é possível melhorar o porto dos náufragos, construindo algumas coisas que lhe serão úteis. Não só isso, durante suas aventuras Faraday também poderá salvar outros náufragos que estão aprisionados por aí, então aos pouquinhos você vai realizando essas atividades secundárias sem nem perceber.

No geral, Olija é um excelente metroidvania que certamente merece a sua atenção. Não é um dos títulos mais marcantes do gênero, nem mesmo um dos mais memoráveis do catálogo da Devolver Digital, mas sem dúvidas ele conseguiu construir uma identidade própria e ser único naquilo que propõe.

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