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Outland é o típico produto que vale mais do que custa. Por US$ 10 na PSN ou 800 MS Points na Live, o game de ação e aventura em plataforma 2D desenvolvido pela Housemarque e publicado pela Ubisoft oferece uma jogabilidade divertida e consistente, um visual bastante bonito e mecânicas criativas e desafiadoras dentro de um dos gêneros mais tradicionais dos videogames.

Mas vamos começar pela história. Em Outland você é a reencarnação de um herói que há 30 mil anos lutou contra as Irmãs do Caos para impedir a destruição do mundo e reestabelecer seu equilíbrio. Uma delas controla a luz vinda do Sol, enquanto a outra tem domínio sobre a escuridão da Lua. Luz e escuridão são representados no game como as cores azul e vermelho, respectivamente, e têm importância fundamental nas mecânicas de jogo, como explicarei logo mais.

O fato é que as duas irmãs foram aprisionadas no Templo da Eternidade, mas conseguiram se libertar e ameaçam novamente a existência de toda as coisas. Cabe agora ao nosso herói sem nome reencarnado lutar novamente contra as duas, mas para isso deve primeiro recuperar seus poderes espalhados em quatro áreas (floresta, mundo subterrâneo, cidade e céu) e as runas que fazem funcionar o Crossroads of the World, uma espécie de portal que liga cada uma destas áreas.

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A história pode não ser das mais criativas, mas funciona e dá o norte necessário ao jogo, não atrapalhando e deixando brilhar os gráficos e a jogabilidade, que são realmente os destaques neste caso. Outland possui um dos visuais mais bacanas que vi nos últimos tempos, trabalhando muito bem a questão da luz e sombra e cores fortes explodindo na sua TV. Praticamente todos os cenários em primeiro plano, personagem principal e inimigos são representados em preto, recebendo uma coloração secundária de acordo com o elemento que o rege. Por exemplo, se um inimigo estiver sob domínio da luz, sua cor será azul. Se a escuridão for a regente, ele brilhará em vermelho.

Já os cenários em segundo plano são representados como desenhos de sombras criados pela passagem da luz em um resultado artístico bem bonito. No cenário da floresta o jogador pode ver ao fundo a iluminação atravessando e criando sombras em diversas árvores, galhos, folhas e raízes. Já na cidade, as sombras mostram a beleza da arquitetura de antigas construções.
O capricho do visual pode também ser vista nas animações do jogo, todas muito fluidas. Esta animação está de acordo com a jogabilidade ágil e com os controles precisos do game. Em nenhum momento das cerca de seis horas de jogo eu culpei os controles por não conseguir fazer alguma coisa ou morrer. Sempre a culpa foi minha, e não de um personagem que não pulava ou atacava do jeito que deveria quando eu mandava.

A ação de Outland pode ser colocada no mesmo gênero de Castlevania: Simphony of the Night, mas sem tanta exploração como no clássico de PlayStation. O jogador conta com uma espada e movimentos de corpo como rasteira, encontrão e pisão para derrotar os inimigos, além de habilidades especiais como uma espécie de Kamehameha retirado de Dragon Ball e um movimento que suga as energias da luz e da sombra da tela e os devolve numa explosão de área ao redor do personagem, atingindo os adversários próximos.

Mas nem todas estas possibilidades estão disponíveis desde o início. Elas só são liberadas de acordo com o avanço no game, e quase sempre um pouco antes de serem realmente necessárias. Desta forma o título acaba criando também uma curva de aprendizado mais suave e bem menos artificial do que colocar uma área inteira de tutorial para o jogador aprender tudo de uma só vez.

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No início, nem os poderes da luz e escuridão estão à disposição do jogador, os quais criam o verdadeiro diferencial de Outland. Depois de adquiridos, o herói pode mudar sua essência a qualquer momento, com um simples toque de botão. É bom deixar claro que luz e escuridão aqui não representam bem e mal, sendo o “bem” a tradução do equilíbrio entre estas duas forças. Uma vez sob influência da luz, projéteis de luz (azuis) não causam dano ao herói e plataformas com esta essência passam a funcionar. Com a escuridão é a mesma coisa, só que a cor favorecida passa a ser o vermelho.

Mas esta invencibilidade elemental só funciona contra os projéteis. Ataques corpo-a-corpo dos inimigos continuam causando dano, e você só pode atacá-los, mesmo com sua espada, se estiver na cor contrária. Também existem os inimigos e plataformas neutras, sendo representados pela cor amarela. Seus ataques especiais que consomem a barra de magia também são considerados neutros, atingindo qualquer tipo de inimigo.

Neste esquema das cores o jogo aproveita para criar desafios bem interessantes envolvendo projéteis, raios e armadilhas. Sempre vai existir dispositivos ou inimigos disparando grandes rajadas e tomando boa parte da tela com tiros, e você deve ultrapassar estas áreas alternando a cor e essência do personagem. No início é fácil, sendo normalmente os projéteis de uma cor só, mas depois a coisa vai complicando ao ponto de termos enormes (e bonitos) desenhos geométricos tomando toda a tela com tiros mistos entre azul e vermelho, obrigando o jogador a trocar rapidamente de cor para ultrapassá-los sem levar dano. Quem jogou o shooter de naves Ikaruga pode ter uma ideia do funcionamento destes desafios.

Além disso, o título conta ainda com ótimos, grandes e engenhosos chefes, com suas lutas contando quase sempre como uma mini fase dentro do jogo. Raramente você vai encará-los atacando de forma simples até derrotá-los. O mais comum é que tenha que acionar dispositivos no cenário, persegui-los, fugir da sua perseguição e/ou atacar destruindo-os parte por parte. Existe também o modo cooperativo online que permite que dois jogadores encarem a campanha juntos ou joguem desafios específicamente criados para duplas.

Outland é um ótimo game por si só e fica ainda melhor quando você lembra que custa apenas US$ 10. Realmente não consegui encontrar defeitos que diminuam a diversão e satisfação que tive do momento que iniciei até o final do jogo. Recomendadíssimo para todos que possuem PlayStation 3 e Xbox 360. Quem ainda não comprou, corre logo na PSN ou Live e desembolsa esse troco pra Housemarque e Ubisoft. Eles fizeram por merecer.

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