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Se você gostava de lutas com robôs gigantes nos anos 80 e 90, certamente acompanhou os principais animes e super sentai da época na tv. Enquanto que nos desenhos Gundam e Transformers faziam sucesso, nas séries a molecada ficava no embate infinito sobre qual robô gigante era o mais legal: o Gigante Guerreiro Daileon de Jaspion ou o Megazord dos Power Rangers. Mesmo que você tenha nascido depois, com certeza viu os robôs gigantes duelarem em filmes como Transformers e Pacific Rim. Os robôs nunca saem de moda.

Nos games, os robôs são igualmente adorados. Mas jogos de batalhas com robôs gigantes não são tão comuns e Override: Mech City Brawl veio para suprir essa demanda. O game da desenvolvedora indie brasiliense The Balance Inc. é uma grata surpresa, a qual os fãs do gênero não podem perder.

Golpes de desenho japonês

Override: Mech City Brawl pega todos os estereótipos do gênero, adiciona uma boa pitada de cultura e entrega campos de batalha para os mecas caírem na porrada. O jogo apresenta 12 mecas com estilos próprios e criados em cima de várias referências a animes, o que garante uma boa diversão além da jogabilidade distinta pra cada robô.

O especial de Rocca causa um belo estrago ao seu redor.

Como trata-se de um jogo brasileiro, claro que temos um robô para nos representar: Cocada, um sapo robô capoeirista. Dando outros exemplos de mecas, temos Watchbot, que funciona como o robô padrão de anime; Shifu, um mecha louva-deus inspirado no mestre Bruce Lee, mas que também dispara bolas de fogo; MetaGeckon, um robô Godzilla T-Rex que solta laser pela boca e pode invocar uma espada gigante; e Vintage, um simpático robô cujo a cabeça é uma tv antiga com antenas e tudo.

Durante as batalhas, seja em uma cidade do Japão, EUA e Brasil, vales da Noruega ou até mesmo em uma base lunar, o jogo proporciona as mais diversas armas para os gigantes de metal. Entre essas armas estão frigideiras, pés de cabra, foices, espadas e armas de fogo, todas gigantescas.

Setesh é um dos mais poderosos robôs na liga de combatentes.

As batalhas no jogo são bem destrutivas, para falar o mínimo. Com a capacidade de carregar os socos e chutes, o impacto dos golpes é tão brutal que lança os oponentes a quilômetros de distância, destruindo tudo que estiver no caminho. Isso dá uma profundidade a mais para a experiência geral, levando ao pé da letra a questão do “vamos destruir a cidade para salvar a cidade.”

Diferente da maioria dos games de luta, Override: Mech City Brawl não possui um sistema de combos. Utilizando um botão para cada braço e um para cada perna, o jogador deve intercalar os movimentos o mais habilmente possível para alcançar a vitória. Porém, caso se mova demais, o robô pode acabar superaquecendo o sistema. Por isso, o jogo te dá a opção de colocar até mais quatro jogadores dentro do robô, formando um verdadeiro grupo de Power Rangers no qual um move a máquina e os outros controlam os membros do mecha.

É hora de chutar a bunda de alguns Kaijus e salvar o mundo.

Com o decorrer da luta, os mecas irão armazenar energia com capacidade de até quatro barras. Cada robô possui quatro golpes únicos, cada um relacionado ao combinar o botão de habilidade com o botão de um dos membros. Eles podem ser rajadas de energia, golpes de espada, aumento de atributos e até mesmo um Shoryuken no caso de Shifu.

Caso tenha recebido golpes demais, o jogador poderá usar uma técnica suprema na qual o robô irá utilizar seu poder máximo. É extremamente bem feito, tendo golpes clássicos como um raio do peito de Watchbot, um poderoso golpe de espada de Metageckon e o lendário soco de uma polegada de Bruce Lee, utilizado por Shifu. Sim, ele é meu mecha favorito!

Shifu preparando bolas de fogo pra arremessar.

O jogo permite ainda uma verdadeira batalha de titãs entre até quatro máquinas. Divididos entre duas equipes, os robôs devem combinar seus poderes e habilidades para poder vencer a peleja. Seja no modo online ou jogando na mesma tela, até quatro jogadores podem participar da batalha. Agora, caso resolvam aumentar o quantia de pilotos dos mecas, o número de jogadores só aumenta.

Override: Mech City Brawl divide os robôs por estilo de luta, porém a saúde de todos é praticamente a mesma, não havendo tanta diferença de resistência. Mas isso não significa que o jogador possa contar apenas com o equilíbrio da vida dos personagens. É preciso planejar bem como os robôs irão interagir entre si, sempre procurando surpreender seus oponentes, seja com ataques físicos, a distância ou até mesmo com os contra-ataques que podem ser desferidos se utilizados na hora certa.

Se dois robôs gigantes lutando já é demais, imagine quatro…

No modo de campanha, somos apresentados ao órgão responsável pelos robôs e seus pilotos. Originalmente, as lutas de robôs eram apenas uma diversão para o público. Porém, com a invasão de kaijus e outras criaturas, os lutadores se uniram para poder proteger a Terra. Uma premissa simples, mas que funciona.

Onde o game deixa a desejar é no combate, um tanto arrastado e maçante, que poderia ser mais rápido e dinâmico. Claro que não dá para esperar um sistema de combate como Yakuza ou Tekken em um jogo desses, mas é possível sim melhorar a velocidade em futuras atualizações. Aliás, Megas XLR é uma boa referência para isso.

Robôs e monstros gigantes sempre foram uma paixão pessoal. Mas acredito que com o tempo e com a adição de novos personagens, cenários e quem sabe até uma melhora no sistema de combate, Override: Mech City Brawl possa chegar no nível do excelente Gundam Versus.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024