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Jogos de corrida futuristas, com naves espaciais, sempre me encantaram. Desde F-Zero, passando por Star Wars Episode 1: Racer, Wipeout e vários outros, nenhum destes me desapontou. Pacer chegou e, tomado por esse sentimento, já me posicionei no cockpit e sabia que a viagem seria proveitosa e cheia de magia. Até o momento que a nave atrás de mim me explodiu e ultrapassou enquanto os cacos se espalhavam pelo trajeto.

Aí, meu amigo, toda essa magia acabou e meu lado competitivo falou mais alto. Lá de trás eu fui juntando armas e destruindo um por um, até chegar no meu fatídico carrasco. Mesmo não terminando a corrida em primeiro, destruí-lo deu tanto prazer quanto ser o vitorioso. A R8 Games Ltd conseguiu equilibrar tão bem a velocidade com os combates que fica difícil não dizer o quanto a hype me tomou enquanto eu avançava na carreira.

Brilhando pela pista

Pacer tem como grande destaque o fator da corrida e do conflito que está no decorrer dela. Mas não pense que é igual a Mario Kart, onde jogou um casco de tartaruga, o outro girou e logo volta. Aqui suas naves explodem, são dilaceradas, o carro passa por cima dos pedaços e você marca bem o desgramado para se vingar. Isso se tiver capacidade para tal, lógico.

Com várias curvas acentuadas, divisão da pista em duas, rampas e outras peculiaridades, o problema nem é ultrapassar os demais pilotos. É chegar até eles. Você vê alguns ícones, como armas, escudo e o turbo e acha que isso vai ajudar, algumas vezes até atrapalha. Colocados em lugares estratégicos, você terá de escolher pegar e sabotar seu desempenho ou continuar correndo como estava e se ver em risco. Difícil, sendo bem sincero.

Imagem do review de Pacer
Pegar estes boosts pode ser perigoso caso não tenha controle.

Essa dificuldade traz um ritmo muito interessante, já que mesmo com a nave menos veloz você pode chegar no pódio. O maior diferencial em Pacer será as decisões que você toma e sua habilidade, que são os elementos que realmente vão te ajudar no trajeto. Dominar a pista é essencial, mas causar confusão e saber sair delas é o básico para a sua sobrevivência. No fim, tudo se resumo ao piloto.

Outro ponto alto são as variações de configurações que você pode utilizar. Cada veículo pode carregar consigo duas armas distintas, além de itens desbloqueáveis para implementar o seu desempenho. Com as diferenças entre eles e suas combinações, levará um tempo para que encontre um qual acabe se adaptando melhor. Você já começa com uma nave equilibrada, mas as opções são tantas que, obviamente, acabará testando tudo.

Imagem do review de Pacer
A configuração e suas habilidades que definirão seu lugar no pódio.

A maioria dos itens estão bloqueados logo de cara, assim como carros e pistas e você conseguirá dinheiro correndo para liberar todo esse conteúdo. Até o momento não há DLCs ou microtransações, então empolga bastante saber que tudo está ali esperando por você.

Isso sem falar na questão de eventos, o que me surpreendeu. Antes de escrever esse review, dei uma última jogada nele e vi que tinham adicionado, junto à atualização, itens especiais do Halloween. Meu veículo, que já tinha personalizado da cor preta, ficou com uma aranha maneiríssima em cima dele e as laterais com detalhes de ossos expostos. Se continuarem fazendo isso, vão conquistar uma comunidade inteira, não tenham dúvidas.

Imagem do review de Pacer
O Sr.Picadinha ali em cima do carro é o charme.

Pacer não é perfeito

Enquanto as corridas de Pacer são sensacionais e não travaram em momento algum, sem me deixar sentir uma queda pequena de taxa de quadros que fosse, alguns detalhes incomodam. A mira durante a corrida é horrível e muitas vezes você se vê sacrificando uma posição para tentar atacar alguém. Fora que ela termina com uma agilidade impressionante, tornando os combates frustrantes em certos momentos.

E, apesar de ter vários carros e bastante formas de personalizá-los, além de 80 músicas licenciadas em sua trilha-sonora, as pistas me desapontaram. Das 14 disponíveis, foram poucas as que senti uma diferença real de ares. Mesmo simbolizando locais distintos do mundo, algumas vezes se confundirá entre elas por achar que é igual a anterior.

Imagem do review de Pacer
Escolha um modo e se divirta demais com o que verá.

Os vários modos de jogo me impressionaram, o que não achei que veria por aqui. Pacer, no modo single player, além da Carreira, traz também oito diferentes formas de correr. Meu favorito é o Eliminação, que vai destruindo o último veículo da corrida a cada período de tempo. O senso de urgência e de se manter em posições melhores é de dar adrenalina a qualquer um. Porém encontrará um que te anime tanto quanto esse, é uma certeza.

E caso esteja se perguntando, ele tem até uma história para explicar toda a insanidade que está vendo. O ano é o de 2075 e o Pacer World Championship é o auge das corridas anti-gravidade. Várias corporações competem para faturar o grande prêmio no final dela, com você se unindo a uma delas no meio disso. Durante a carreira, poderá ver um pouco de cada, assim como testar os modos diferentes de jogo, o que trouxe um grande tutorial disfarçado de desafio.

Recomendo bastante, caso você seja um apaixonado pelo estilo. Misturando o insano das naves com uma jogabilidade mais pé no chão, se unindo à grande capacidade de personalização, traz bastante conteúdo para quem deseja se provar ou quer disputar no multiplayer online. É um passo do gênero para a próxima geração, que está já batendo na nossa porta.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024