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Um gênero tão clássico quanto o shoot’em up (no qual estou ficando especialista, modéstia a parte), precisa sempre de alguma inovação para não cair na monotonia por ter sido tão consolidado nos fliperamas dos anos 90/2000. Seja com uma abordagem menos “shooter” e mais exploração como o já revisado aqui: Lost Orbit: Terminal Velocity, ou como Pawarumi, inovando no combate. Desenvolvido e publicado pela Manufacture 43, Pawarumi que foi originalmente lançado em 2017 para PCs, chega agora ao Nintendo Switch e Xbox One como um respiro aos famosos “jogos de navinha”.

A história? Ok, ela até existe. Mas, sinceramente passa bem batida pelo que realmente a gente busca num jogo desse tipo, queremos explosões, lasers e manobras acrobáticas. E isso nós temos aqui de sobra. Em Pawarumi você assume o papel da piloto Axo, que sobe a bordo da lendária nave Chukaru para aprontar altas confusões enquanto tenta derrotar hordas de um governo maligno por cenários variados, bem original, né?

Pedra, papel e tesoura com tiros, lasers e explosões

O grande trunfo do jogo fica pra mecânica “pedra-papel-tesoura” que ele possui. São 3 tipos de armas diferentes, cada uma com vantagens, desvantagens e neutralidade sobre cada tipo de inimigo. E para transferir isso pro gameplay, os desenvolvedores adotaram um sistema de cores, que se é confuso no início (prestar atenção no hud com mil tiros vindo na sua direção é complicado), com, no máximo, 20 minutos de jogatina, você pega o jeito. Vamos às armas: temos aqui a Serpente (verde), o Jaguar (vermelho) e o Condor (azul). Sendo que cada inimigo é representado também por uma cor, agora vamos entender o que cada interação faz.

Imagem do jogo Pawarumi
Cada uma das fases possui cenários diferentes, mas a jogabilidade permanece.

Se você atirar nos inimigos com a arma da mesma cor deles, seu escudo (basicamente sua barra de vida) vai enchendo aos poucos. Mas esse tipo de tiro também deixa os inimigos mais rápidos, fortes e causa menos dano do que os demais. Agora aqui temos uma inversão mais complexa de explicar, cada um dos outros dois tipos de tiro vai causar um efeito nos inimigos. Um vai ser bem mais eficaz e causar bastante dano e o outro vai encher sua barra de especial, que pode se acumular até o nível 3. Aqui entra a sabedoria do jogador, pouca vida? Melhor jogar na defensiva, dar menos dano e recuperar o fôlego. Está saudável? Então vambora dizimar os lacaios do império. Se aproximando do chefão, melhor encher a barrinha de especial para emergências (que aliás, é bem overpower).

Passando raiva, como nos velhos tempos de fliperama

O jogo adota um estilo completamente arcade, você pode se imaginar num fliperama gastando suas moedas com Pawarumi facilmente. O que se por um lado é extremamente nostálgico para uns, por outro… O jogo é MUITO difícil. Você tem apenas uma vida, exatamente aquela barrinha de vida que eu falei no começo. Quando ela chega ao fim é game over, sem choro. E você não simplesmente volta para o início da fase, você volta para o início do JOGO. Passar de cada fase, habilite ela no modo treino, que ainda sim conta pontos para ranking novamente inspirado nos bons e velhos arcades. Suas iniciais vão destacar sua pontuação e ficarão lá para serem batidas (no meu caso, cabe meu nome mesmo, obrigado pai).

Imagem do jogo Pawarumi
Alguma tomadas de câmera diferentes antes das fases, ajudam na imersão.

A jogabilidade de Pawarumi é bastante simples, você tem 3 botões para atirar, sendo um pra cada arma. Tem um botão pra especial e um gatilho pra diminuir a velocidade da nave, que pode ser controlada tanto pelo analógico quanto pelo direcional. O grande segredo de se tornar um ás das navinhas está na mecânica de pirâmide dos tiros, demora-se uns minutos pra saber de fato qual tiro é mais eficaz em cada momento, mas depois que isso se torna uma memória muscular, o jogo se torna muito mais interessante e faz com que você se sinta incrível quando faz a coisa certa na hora certa.

Nostalgia para um, irritação para outros

Os gráficos são na medida, com aquele 3D bem inserido num jogo onde todo o controle é 2D. Existe uma boa sensação de profundidade em Pawarumi e os tiros são bem bonitos, chamando a atenção necessária para se destacar. Os tiros dos inimigos são um pouco discretos demais, porém nada que dificulte o jogo. Ponto para a galera da direção de arte: os inimigos são bem marcantes em suas cores sem soar piegas ou forçado. De fato parecem naves feitas de um determinado material com um propósito. Notei pequenas quedas de FPS jogando na TV (coisa inexistente no modo portátil), estranhamente essas quedas só aconteceram em momentos não gameplay, em cutscenes extremamente curtas e simples, basicamente uma imagem estática com uns efeitos e legendas passando embaixo.

Imagem do jogo Pawarumi
Acostume-se com essa tela, você vai vê-la muitas vezes durante o jogo.

Pawarumi é um prato cheio pra quem está cansado da facilidade e da imortalidade que os atuais jogos nos proporcionam, quem estava com saudades do game over vai se deliciar por aqui. Agora, a famosa Geração Nutella vai se frustrar fortemente, pois a curva de aprendizado é uma verdadeira montanha para quem não está muito acostumado a mecânicas de pedra-papel-tesoura. E a mesma tela de game over que é nostálgica pra uns, as vezes é um banho de água fria seguido por uns minutos de reflexão de “onde foi que eu errei”. Jogando do início ao fim, o jogo tem cerca de 40 minutos de duração e o número de fases varia de acordo com a dificuldade, que mesmo no fácil não difere muito em dificuldade de fato pro modo hard.

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