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Meu caráter futebolístico nos videogames foi todo moldado jogando International Superstar Soccer no Super Nintendo. Allejo era o craque e, em um campeonato que eu disputava na locadora, ele fazia mais gols do que Pelé na carreira inteira.

Quando comprei meu PS1, logo fui atrás de Winning Eleven 4 (como era chamado no Japão). E, como todo bom estrategista, colocava Roberto Carlos no ataque e só jogava com ele, correndo muito e chutando de longe. Enfim, sempre fui muito fã dos jogos de futebol da Konami.

O tempo passa, o tempo voa…

Os anos foram passando e Pro Evolution Soccer foi perdendo espaço. Sim, sei que você já leu/ouviu essa história várias vezes, mas o fato é que a Electronic Arts conseguiu evoluir com mais competência sua franquia FIFA, deixando o jogo da empresa japonesa para atrás.

Domingo, eu vou ao Maracanã…

Mas a Konami estava decidida a recuperar terreno e partiu para a briga. Começou a trabalhar melhor em cima de Pro Evolution Soccer, ouvindo seu público e tornando o jogo um verdadeiro simulador mais próximo ao gosto das pessoas. Após tantos anos de dedicação, é seguro dizer que esse é o melhor PES já produzido. É mais do que uma simples atualização da versão passada, é uma evolução grande e competente.

Um excelente exemplo de como coisas simples podem ajudar é a forma como consegui alguns dribles nas partidas que disputei. Nos games de futebol, sempre me incomodou o fato de ter que acertar uma combinação de botões para passar por um adversário. Exageros à parte, parecia que às vezes eu estava tentando um combo em Street Fighter. Por que não podemos simplesmente usar o direcional para enganar o outro jogador? Claro, ainda é possível lançar mão de truques elaborados para humilhar quem estiver na sua frente, mas o fato de simplesmente alterar a direção durante uma corrida já pode ser o suficiente para um belo drible.

Obviamente tudo depende muita da habilidade do jogador em campo. Não adianta nada usar Márcio Araújo para driblar um marcador da mesma forma que você usaria Philipe Coutinho. Assim como é muito mais fácil roubar uma bola usando Thiago Silva (se ele não estiver chorando) do que com Messi.

Nosso craque do hexa!

Mãos de tábua

Outra coisa interessante é o fato de que não conseguimos mais aquelas tabelinhas 1-2 genéricas e automáticas. Não adianta manter os botões apertados achando que tudo dará certo. Tem que ter cuidado, saber como tocar, como se adiantar para receber a bola de volta. Isso adicionou dificuldade às partidas, mas ficou mais realista. Ponto para a equipe de desenvolvimento.

Também gostei bastante da forma como podemos bater as faltas e analisar de vários ângulos possíveis de forma bem intuitiva. Não que tenha ficado fácil marcar gols assim, mas pelo menos temos várias opções para tentar. Não basta simplesmente sentar a bota na bola como eu fazia com Roberto Carlos na minha época de PS1.

Algo que me incomodou um pouco foram os goleiros. Em alguns momentos são verdadeiros discípulos de Buffon e fazem incríveis milagres. Em outros parecem mais Alex Muralha e rebatem as bolas mais fáceis (além de pularem muito para a direita).

Vai começar o maior clássico do futebol atual. Sem clubismo!

Não posso deixar de destacar a imersão que o jogo proporciona. Desde o momento da entrada em campo dos jogadores, a apresentação dos times e com a torcida mais participativa, tudo remete à uma verdadeira partida de futebol. E se seu videogame estiver ligado em um sistema de som 5.1, a coisa fica ainda melhor. A Konami caprichou nesse quesito e às vezes parecia que eu estava dentro de um estádio pra valer. Era possível identificar gritos vindo das mais diferentes direções e a ambientação só não ficou mais perfeita porque não tinha ninguém ao meu lado xingando a mãe do juiz.

Os gráficos e a movimentação dos craques (e dos cabeças de bagre) também ajudam bastante. Apesar de algumas expressões faciais ainda me incomodarem muito, é inegável que o jogo consegue extrair bastante da capacidade dos consoles. Aliás, não me lembro de ter notado nenhuma queda de frames, mesmo em momentos com vários jogadores ao mesmo tempo na tela.

Um bom exemplo de como os produtores agiram rápido pode ser visto na atualização dos times. Durante a produção Neymar ainda era jogador do Barcelona e aparece aqui em várias imagens com o uniforme do clube catalão. Mas logo de cara há um update nos elencos e o brasileiro está lá no PSG formando um trio com Cavani e Mbappé, que também foi transferido recentemente pro time parisiense.

Neymar já está curtindo Paris

A narração em português continua sob a responsabilidade da dupla Milton Leite e Mauro Beting. Muita gente vai gostar, mas em muitos momentos senti que os comentários não soam naturais. Em outras palavras, as falas me pareciam muito forçadas e desnecessárias. Mas tudo bem, melhor assim do que não ter a localização completa pra nossa língua.

No licenciamento, FIFA ainda comanda

Infelizmente, PES 2018 sofre de um mal que vem assolando a série: o licenciamento de times e jogadores. Muitos clubes e ligas dão exclusividade para a EA Sports, o que transforma algumas agremiações em times genéricos, como Manchester Blue (Manchester City), MD White (Real Madrid) ou OM Black White (Juventus), além, é claro, de também ter jogadores com nomes inventados.

Mas, como diz minha avó, para tudo há uma solução nessa vida, exceto para a morte. Para resolver esse problema no jogo os fãs se dedicam muito, e o resultado disso são Option Files que recriam os times, jogadores e seleções de forma correta. Basta escolher a que achar melhor e importar para o título.

Foi na bola, segue o jogo!

Vários sites disponibilizam esses arquivos de forma gratuita, como PES Gaming ou o brasileiro PES News. Aqui um problema para os donos de Xbox: essa solução não funciona para o console da Microsoft por limitações de acesso ao pendrive. Essas modificações estão disponíveis somente para PC e PS4.

Ripa na chulipa!

Qual seu modo de jogo preferido? Tenho certeza de que está presente em PES 2018. Para começar você pode querer somente uma partida descompromissada, então vá direto para o Partida Aleatória, que deixa a Inteligência Artificial decidir como será o jogo, ou Jogar Agora, onde você escolhe as características, como adversários e estádios. Quer treinar um jogador até alcançar a glória? Então escolha Rumo ao Estrelato e controle somente o personagem que criar, fazendo com que ele evolua e se torne um craque internacional.

O modo myClub continua sendo uma das grandes atrações e este ano está bem melhor. Como todo mundo sabe, aqui montamos nossa equipe e vamos tentando reforçá-la com o tempo, deixando-a cada vez melhor. O atrativo fica por conta das ofertas semanais que a Konami organiza. São eventos em que a produtora disponibiliza meios que precisamos usar para contratar jogadores específicos. É preciso ficar atento em cada período para não perder a chance de contratar aquele craque que está querendo.

Na minha opinião, o modo mais divertido é o multiplayer, e melhor ainda se for local, junto com amigos em partidas disputadas com o simples objetivo de tirar sarro com a cara dos perdedores. Essa para mim sempre foi a essência desse tipo de partida e continuará sendo enquanto jogar.

Modos de jogo a vontade

Lógico que partidas online, ranking e os eSports atraem muita gente (e continuarão atraindo). Tudo isso é parte importantíssima da maioria dos games de hoje em dia e PES 2018 não deixa a desejar nessa área. Só não é algo que me chama tanto a atenção, pois não sou competitivo a ponto de levar tão à sério.

Temos um campeão?

Difícil dizer. PES 2018 acerta na grande a maioria dos pontos, consegue entregar uma experiência incrível e desafiadora ao mesmo tempo, mas a concorrência joga pesado. Tenho certeza de que muita gente foge do título da Konami justamente por causa do seu principal ponto fraco: a falta de licenciamento. Isso é algo que realmente atrapalha, apesar da disposição de uma comunidade gigante de fãs. Mas, ao mesmo tempo, acho que não é a maioria das pessoas que tem o conhecimento ou a disposição de ficar fazendo essas modificações.

Mais complicado ainda é dizer o que esperar para o próximo ano, já que PES 2018 atingiu um patamar bem alto, com gameplay refinadíssimo. Se a gigante japonesa conseguir pelo menos ganhar mais espaço na questão dos direitos para usar nomes de times e jogadores, o salto já será enorme.

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