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O filhote entre Onde no mundo está Carmen Sandiego, X-Com, The Sims e os filmes de James Bond. Sim. A festa que originou esse filhote foi bem estranha, mas não estamos aqui para julgar. Um pedacinho de investigação, combates por turnos, gerenciamento de pessoal e guerra fria. E não é só apenas isso! Você ainda ganha de bônus conspirações governamentais bizarras e perseguições malucas.

A CreativeForge Games nos traz essa quimera em forma de jogo com Phantom Doctrine. Oficialmente já me tornei o representante oficial dos jogos de combate por turno na ONU, e aqui estou para mais um deles. Desta vez um que também mistura gerenciamento e investigação.

A verdade está lá fora

O ano é 1983 e a Guerra Fria está mais acirrada do que nunca. Os dois minutos para a meia-noite já se foram há muito tempo. Agora faltam apenas alguns segundos. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (e não as da América Latina) trabalham fortemente para destruir o mundo e evitar a obliteração completa. Já não há mais em quem confiar.

Imagem do jogo Phantom Doctrine
Me sinto até importante lendo documentos com essas censuras folclóricas.

Se vendo sem saída, você decide liderar o Cabal, um grupo de espiões buscando prevenir uma conspiração global que quer colocar líder contra líder, nação contra nação. Quanto mais você cava, mais encontra nesse buraco. Os laços e interligações são maiores do que parecem e consideravelmente mais perigosos.

O trabalho investigativo é tão importante quanto o trabalho de campo (e ouso dizer mais divertido). Sendo um pouco mais explícito: os momentos em que o jogo te fornece uma pancada de documentos, fotos, mapas e outros arquivos para que você encontre as correlações e ligue com barbantes como os detetives malucos de filme são absurdamente divertidos. E esse é só um terço das situações que o jogo oferece.

Outra parte muito relevante está nas ações de campo, que é a hora que a coisa pega pra capar mesmo. É a hora que o filho chora e a mãe não vê – sempre quis usar isso em alguma situação. Em diversos momentos, durante o dia-a-dia da sua organização, você receberá chamados para entrar em ação, seja para assassinar alguém, recuperar dados secretos guardados em um dente falso de um cadáver (sim, isso é uma missão real do jogo) ou algo ainda mais bizarro.

Imagem do jogo Phantom Doctrine
Agora eu tenho certeza que sou o próprio Xeroque Romes.

Para cada missão, Phantom Doctrine te dá um número máximo de agentes e a customização de equipamentos para cada um é muito boa. É válido ressaltar que a variedade de coisas que você vai ter para utilizar vai depender totalmente do seu trabalho prévio porque os itens podem ser comprados, fabricados ou encontrados nas missões prévias. Ou seja, se tá difícil escolher entre as opções, parabéns, a responsabilidade é toda sua!

Além disso, fica a seu critério onde os agentes serão deixados e por onde serão recolhidos, aumentando ainda mais a sensação de controle pleno sobre o gerenciamento da sua equipe. Como cada agente tem um nível de “calor” – termo referente ao quanto eles são conhecidos pelos inimigos – é muito importante pensar em quando e onde levar cada um dos seus agentes para evitar maiores tragédias ou dificuldades desnecessárias.

Imagem do jogo Phantom Doctrine
Dá até pra escolher o endereço de entrega da encomenda.

A variedade de ações, equipamentos, habilidades e de armas dá ao combate de Phantom Doctrine um leque gigantesco de possibilidades, onde é praticamente impossível que uma missão seja semelhante a outra. Mesmo que alguns mapas se pareçam um pouco, ainda não me deparei (ou me lembrei) de dois mapas iguais, por exemplo.

O grande ponto problemático que tenho a trazer em relação ao combate é a dificuldade. A diferença de mecânica ao fazer com que cada personagem tenha uma barra de vida e uma de atenção traz uma bela diferença. Com isso, é bem difícil desviar completamente de um tiro, o que pode ser consumido é a barra de vida (auto explicativo) ou de atenção, que faz com que o tiro passe de raspão, mas também é utilizada com outras habilidades.

Imagem do jogo Phantom Doctrine
Quebrar duas janelas não tem problema, desde que esteja disfarçado.

A quantidade de inimigos em comparação com a quantidade ínfima de agentes, somado com a probabilidade absurda de ser alvejado a longas distâncias mesmo que escondido atrás de paredes, carros, geladeiras, mesas ou todo o inventário de um maldito escritório, faz com que seus agentes sejam facilmente atingidos e, consequentemente, morram. Ao ponto que, admito, precisei jogar na menor dificuldade para conseguir me divertir.

Guerra Fria Simulator

O último terço de Phantom Doctrine trata do gerenciamento dos seus agentes e da sua base, ou das bases, já que o nível de atenção sobre você cresce com cada ação e, frequentemente, é necessário botar suas coisas em uma trouxinha e procurar uma nova casa.

Na sua base você precisa gerenciar quem está forjando dinheiro (para garantir um bom fluxo de verbas), quem está na enfermaria (que pelos motivos já citados anteriormente está sempre cheia), quem está treinando novas habilidades e quem está viajando pelo mundo realizando outras missões.

Imagem do jogo Phantom Doctrine
Phntom Doctrine também te treina para ser fiscalizador de viagens internacionais.

Existe um agente principal que serve como linha-guia da história do jogo e diversos outros que podem ser contratados, demitidos, mortos em combate ou assassinados pela sua equipe caso seja necessário. Para cada um deles existe um grau muito grande de customizações visuais. Além disso, cada um possui um background, como ser da KGB, da CIA, Navy Seal ou outras possibilidades, de onde eles trazem habilidades específicas.

Contam também com um conjunto de informações técnicas (ou médicas) que são fundamentais conhecer, para poder aproveitar melhor suas características e escolher quais treinamentos dar para cada um de seus pupilos. Porém, informações como quem são essas pessoas, ou coisa do tipo, não importam em praticamente nada.

Imagem do jogo Phantom Doctrine
É impressionante que esses agentes saibam fazer até reformas na base.

Antes de fechar a conta e passar a régua, preciso ressaltar o trabalho feito com a trilha sonora. Absolutamente maravilhosa, cheia de detalhes e ambientações, como vocês podem ver neste vídeo. Por mais que o gráfico não seja hiper-realista, a trilha e os efeitos fornecem um contexto que preenche qualquer possível espaço vazio.

Por fim, Phantom Doctrine é uma ótima experiência investigativa e traz boas experiências de combate por turnos e de gerenciamento. Quando um terço é muito bom e dois terços de algo são bons, não posso dizer nada que não seja: recomendo demais!

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