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A Q-Games traz ao mundo PixelJunk Monsters 2. Um novo jogo de uma mesma linhagem de considerável sucesso, principalmente no Japão, país de origem da desenvolvedora. Apesar da relativa novidade no ocidente, a Spike Chunsoft, distribuidora responsável, está aumentando os esforços para alcançar um maior número de jogadores. O game busca revolucionar o gênero dos tower-defense, amplamente experienciado por qualquer pessoa que teve seus momentos em sites de flash na década de 2000. Acostumados com a maioria destes jogos sendo grátis nestes sites, a Q-Games precisa convencer novos adeptos a investir e pular nessa piscina sem saber a temperatura da água.

Do último jogo da série PixelJunk até o lançamento de PixelJunk Monsters 2 foram 3 anos. É perceptível que esse tempo fez muito bem para a produtora, visto os avanços gráficos que esse lançamento apresenta. Não somente isso, mas a variedade de detalhes no jogo é realmente de se impressionar. No primeiro momento me pareceu um estilo gráfico banal, semelhante a alguns desenhos da TV Cultura que passavam na hora do almoço, umas coisinhas estranhas como se fossem feitas de massa de modelar.

Com mais tempo de jogatina, é possível notar os detalhes no mapa, nos cenários, no personagem principal e, o mais impressionante, nos diversos inimigos que enfrentamos. Não faltou capricho nas modelagens, texturas e animações, tudo muito bem feito. Mas é o suficiente para o jogo dar certo?

Imagem do jogo PixelJunk Monsters 2
Ok. Isso me parece um tutorial bem explícito…

Tiki-taka

Em PixelJunk Monsters 2 volta à cena Tikiman, o espírito da floresta, para proteger os Chibis, umas coisinhas com uma mistura peculiar de fofura e esquisitice; uma combinação perfeita para um jogo com cara de que vai te mostrar algo muito assustador a qualquer momento. Mas essa hora nunca vem. Ainda bem!

Seu objetivo, como em todos os tower-defenses (que conheço, pelo menos) é proteger sua base. Neste caso, 20 Chibis estão em uma cabana, geralmente no centro da fase e precisam ser protegidos de diversas ondas de inimigos. Você perde o nível caso os 20 Chibis desapareçam – o que convenhamos é um eufemismo para crianças sendo devoradas por animais gigantes.

O primeiro grande diferencial que vi em PixelJunk Monsters 2 foi no conjunto câmera e movimentação. Habitualmente estamos em uma posição fixa com visão geral da fase. Em maior escala, podemos ter uma visão de parte dela, mas com movimentação rápida, normalmente com mouse.

Imagem do jogo PixelJunk Monsters 2
Seria este o Super Mario World do século XXI? Não, não seria.

Aqui é quase obrigatória a utilização de um controle, já que nos brevíssimos momentos de explicação sobre como jogar são exibidos somente os botões correspondentes no controle. Por que isso tem um outro grau de relevância? Porque nesse jogo não estamos em uma posição fixa. Tikiman tem que se movimentar pelo mapa para construir as torres e pegar o dinheiro que cai dos inimigos.

E, sejamos honestos aqui, se tem uma coisa que eu aprendi na faculdade é que se ninguém fez algo do tipo antes, geralmente é por um dos dois motivos: ou é muito difícil de fazer ou não funciona. Adivinha em que parte a correria de Tikiman caiu?

Imagem do jogo PixelJunk Monsters 2_3
Você está vendo esse pontinho no meio da imagem? Esse é você.

Pois bem, essa movimentação toda é lenta, atrapalhada, faz com que o ritmo do jogo se perca e complica em muito a estratégia e colocação das torres no mapa. Basicamente tudo o que precisamos ter em um bom tower-defense, essa movimentação tira.

Tudo o que você pode ver, um dia será seu

Algo muito legal mas que não tem utilidade prática é que todas as fases de cada um dos mundos do jogo são interconectadas. É possível sair correndo como um desvairado e atravessar todas elas enquanto suas torres tomam conta de quem estiver tentando chegar em sua cabaninha. O problema é que você não vai recolher nada do dinheiro necessário para construir mais torres, pois você precisa pegar cada uma das malditas moedas escondidas depois de cair atrás de cada porcaria de árvore.

Imagem do jogo PixelJunk Monsters 2
Tower-defense em FPS ou é perfeito ou mal-feito.

Para poder avançar de mundo a mundo, o jogo te cobra ter completado fases sem ter perdido nenhum Chibi, o que acaba por ser mais complicado do que deveria pelos problemas de movimentação. O mais incômodo, mecanicamente falando, é que perder 1 Chibi ou 19 não faz diferença alguma. Só em relação à pontuação, mas a pontuação em si também não faz diferença.

Em resumo, PixelJunk Monsters 2 é um jogo que poderia ser muito melhor se fosse mais convencional. O excesso de movimentações complicadas e lentas em um gênero que preza mais pela estabilidade e amplitude de informações o torna uma experiência cansativa, onde você está mais preocupado se cada fase vai acabar rápido do que se vai conseguir sobreviver.

Review – Pepper Grinder

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.28/03/2024
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Marco AntônioMarco Antônio28/03/2024
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