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PONG é uma relíquia dos primórdios dos videogames, uma simples simulação do jogo de tênis na qual você deve rebater a bola e não deixá-la passar por você. Reza a lenda que, quando foi instalada a cabine do jogo, tiveram que chamar os técnicos no dia seguinte, pois o jogo não estava funcionando. O motivo? A cabine estava tão lotada de fichas que não tinha espaço para mais. Décadas depois, o processo recomeça com PONG Quest.

PONG Quest tem como um objetivo atualizar a fórmula do jogo e trazê-lo para os dias atuais, e já que ele tem regras simples, foi uma questão de adicionar camadas de complexidade para dar cara nova ao velho jogo, além de acrescentar uma dose de RPG em meio a masmorras temáticas. Vamos ver o que sai dessa receita.

Você ativou minha bola armadilha

E como PONG Quest funciona? A primeira diferença é que nesse jogo você tem uma barra de vida, e cada vez que a bola acerta um jogador, você perde um pouco dela. Se ela estiver baixa demais ou estiver vazia, perderá a partida da próxima vez que deixar a bola passar. Mas a mudança é que você pode mudar a bola para qualquer outra que tiver em seu inventário, e essas bolas podem ter vários efeitos diferentes.

Desde coisas simples, como uma bola mais rápida, até bolas que criam centopeias protetoras e ainda outras que passam por portais ao chegarem no meio do campo. Existe uma vasta biblioteca de efeitos diferentes, e quando você e seu oponente resolvem utilizar desse arsenal, o que era um simples campo de Pong se torna um campo caótico de efeitos que tornam o movimento da bola impossível de se prever.

Imagem do jogo PONG Quest
O inimigo pode ficar gigante e encher o campo de cogumelos para atrapalhar.

Você começa com um inventário bem pequeno e logo no início percebe que encontra muito mais bolas do que consegue carregar. A mensagem aqui é clara: o jogo não quer que fique várias batalhas economizando as bolas com efeitos mais fortes para “quando precisar”, ele quer que você gaste sem medo pois logo terá mais um monte de bolas diferentes para escolher e experimentar!

O maior desafio no início é navegar pelo seu inventário com bolas de efeitos especiais durante uma partida de Pong. Pode parecer algo banal de início, mas os preciosos décimos de segundos que você gastou selecionando o efeito que queria podem ser justamente o tempo a mais que precisava para reagir de acordo com a jogada do inimigo.

Além das várias estratégias usando bolas diferentes, PONG Quest dispõe de várias roupas e acessórios para customizar seu protagonista, e tais roupas são obtidas ao derrotar inimigos ou comprando-as em lojas encontradas pelas masmorras do jogo. As moedas usadas para essas compras são obtidas de tesouros e inimigos, e felizmente o jogo é bem generoso com elas.

Imagem do jogo PONG Quest
Tem vários desbloqueáveis com referências para você customizar.

Masmorras mal armadas

Enquanto a parte do “Pong” é com certeza uma evolução da fórmula a se comemorar, o “Quest” acaba deixando a desejar. Você joga como um retângulo branco (o mesmo que é usado no Pong) e, a pedido do seu não tão bondoso rei, deve obter quatro esferas poderosas para abrir uma porta maligna que existe dentro do castelo. Essas esferas estão escondidas em masmorras randômicas, as quais estão cheias de inimigos, armadilhas e tesouros.

Essas masmorras de PONG Quest têm um estilo bem similar ao do primeiro Zelda, com um sistema de salas e chaves para abrir baús. Já os inimigos tem padrões de movimentos diferentes, e quando você entra na circunferência de vista deles, começa uma partida de Pong. Ao final da masmorra, você enfrenta um boss com poderes bem fortes dos quais pode usufruir ao lançar a bola-espelho e devolver a ele tudo o que ele joga em você.

Imagem do jogo PONG Quest
Esse chefão transforma seu jogo de Pong em Breakout.

Infelizmente as surpresas das masmorras de PONG Quest acabam rápido, e o fato de serem randomizadas só ajuda a ressaltar o quão pouco elas oferecem ao jogo, servindo pouco mais do que um campo de inimigos que tentam constantemente lutar contra você. Talvez você encontre um shopping, um puzzle ou até uma estatueta que lhe ofereça benefícios por um preço, mas não verá muito mais do que isso.

De início, não é problema, mas quando você quer focar exclusivamente em explorar a masmorra, os inimigos se tornam mais um empecilho do que um desafio instigante. É a mesma frustração de lutas aleatórias em RPGs clássicos, onde você é constantemente interrompido quando não quer. A diferença é que nesses RPGs você pelo menos tem a opção de fugir da luta, já no Pong Quest não tem isso: é lutar ou morrer.

Os efeitos da mistura

Imagem do jogo PONG Quest
O nível de complexidade das masmorras não passa muito disso…

Lutar contra esses inimigos te dá experiência para upar de level, e quando isso acontece, você terá a opção de escolher um entre três upgrades permanentes, os mais comuns sendo aumentar sua vida e aumentar seu inventário para carregar mais bolas ainda. O último desses três acaba sendo imprevisível: pode ser algo que aumente sua chance de obter itens raros ou algo que diminua os efeitos negativos jogados em você durante uma partida.

PONG Quest faz uma ótima evolução do clássico e o núcleo do jogo é forte, mas infelizmente os aspectos que o rodeiam precisavam de uma execução melhor para torná-lo verdadeiramente fantástico. É um bom primeiro passo para um jogo que é considerado uma relíquia do passado, e tem o potencial de crescer se for mais bem trabalhado no seu lado “Quest”. Mas a mistura que temos aqui é uma mistura de renovação de um clássico com masmorras mal acabadas, tornando-a por fim uma experiência bem morna.

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