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Prototype, desde que foi anunciado (em 2007), prometia muita ação em um mundo aberto, no melhor estilo “sandbox”. Produzido pela Radical Entertainment, o jogo finalmente é lançado, apresentando a história do anti-herói Alex Mercer e sua sede por vingança. E de fato, cumpriram com todas as promessas: Prototype ficou tão bom que pode ser considerado um dos melhores games de ação do ano.

Na trama, Alex acorda em um laboratório da GENTEK, uma companhia de engenharia genética. Sem lembrar de nada, ele foge. Neste momento, Alex percebe que há algo errado com seu corpo. Ele está mais forte, consegue pular alto e sobreviver a tiros. Ao se defender de um soldado na sua cola, ele acaba matando-o e consumindo seu corpo, formando um só. Um processo nojento e asqueroso, mas que permite curá-lo e ler fragmentos de memória de sua vítima instantaneamente. É desta forma que o protagonista descobre como recuperar sua memória e seguir pistas para saber o que diabos aconteceu com ele.

O jogo começa depois do evento citado acima: a primeira fase se passa no Dia 18, no ápice da história. Esta breve abertura oferece ao jogador uma noção dos principais poderes do protagonista. Depois, o jogo volta ao Dia 1, quando Alex foge da GENTEK e a cidade começa a ter os primeiros focos de infecção, que transforma suas vitimas em seres deformados e agressivos. E assim a história se desenrola, com acontecimentos no futuro e passado, interligando-se até chegar ao desfecho.

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Mesmo detendo poderes extraordinários, Alex quer se livrar da infecção e encontrar aqueles que o usaram como cobaia. Com a ajuda da irmã, Dana, ele deve enfrentar dois inimigos: a força militar chamada Blackwatch e os infectados, que variam de pessoas infectadas a monstros extremamente fortes. Alex começa com quase nenhuma habilidade e, conforme vai ganhando pontos de experiência, pode gastar estes pontos com upgrades: habilidades de combate, movimentos, poderes, sobrevivência, e etc. Certas habilidades são indispensáveis para o progresso da história: se você não possuir um determinado poder, a missão principal fica bloqueada.

Para que este sistema de experiência funcione bem em um game “open world”, os produtores criaram missões paralelas que funcionam como minigames. Há um pouco de tudo, desde matar o maior número de inimigos dentro de um determinado tempo como pular pelos prédios mais altos da cidade até um determinado local. Tudo funciona com base em tempo e resultado, com prêmios em experiência. À primeira vista achei que isto tornaria o game sacal. Pelo contrário: quando você enjoar da história, os minigames o divertem por muito tempo. O desafio é tão grande, que é impossível não viciar neles.

A cidade é um show à parte. Ela não é muito grande, o que garante a pouca repetição de prédios e texturas. E quando a ação acontece, a cidade vai, literalmente, pro saco. Quase tudo é destrutível, e a forma como a destruição acontece cria um realismo impressionante para a ação. Quando lutar com monstros enquanto carros batem, pessoas correm desesperadas, explosões acontecem ao fundo e um helicóptero solta mísseis em sua direção, você terá idéia do caos e banho de sangue que o jogo promove. E este é maior mérito do game.

Os poderes de Alex também surpreendem. Além de correr por paredes, o personagem evolui com golpes de garras, punhos maciços, braço elástico, lâminas afiadas, armaduras, visão térmica, e por aí vai. Ele pode pegar qualquer coisa e arremessar, cair em queda livre e abrir um buraco no chão destruindo tudo ao redor, ou até mesmo criar espetos no chão. Nos momentos de aperto, Alex pode usar o seu poder mais destruidor: uma explosão de tentáculos que mata tudo que estiver por perto. Aliás, a semelhança com os poderes de Jackie Estacado, do quadrinho e game The Darkness, é enorme.

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Como parte da estratégia do jogo, Alex precisa consumir determinados alvos para recuperar memórias, que são interligadas na “Teia de Intrigas”, no menu do game. Esta teia permite que você reveja as cenas e entenda melhor a história. Se desejar, você pode pular todas as cutscenes e assistir depois. A habilidade de consumir também é utilizada para tomar a forma da vítima, como um disfarce. E é aí que entra o estilo “stealth” de Prototype. Você deve eliminar certos alvos para entrar em determinados lugares sem ser visto. Ou pode usar a habilidade simplesmente para despistar os soldados da Blackwatch, que estarão na sua cola o jogo inteiro, trocando o corpo de Alex para o de um civil, por exemplo.

Alex ainda aprende habilidades como dirigir um tanque e pilotar um helicóptero, ampliando o leque de opções e formas de lidar com as missões e inimigos. Até os minigames fazem uso dos veículos. É tudo tão bem amarrado e planejado que fica difícil de achar defeito. Talvez o único problema do game seja a repetição de coisas, como carros iguais em uma mesma rua. É comum passar por um lugar em que só há taxis, por exemplo. A física também é imprecisa em certos momentos. Se o protagonista, sem os poderes, correr contra a lateral de um veículo, você o arrasta como se fosse o Hulk. Mas no geral, são detalhes perceptíveis, mas que não incomodam.

Prototype é um excelente jogo. A ação frenética empolga durante toda a aventura, sempre com muitas coisas acontecendo ao mesmo tempo na tela. Os comandos de Alex são precisos e funcionam muito bem para cada poder. Pular por prédios e planar é uma das coisas mais prazerosas, principalmente durante uma fuga ou perseguição. A história agrada, mesmo com alguns clichês e diálogos fracos. E as batalhas com os chefes, apesar de poucos, são muito boas. Enfim, jogo obrigatório em seu console ou computador.

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