Skip to main content

Existem momentos na vida que a vontade de fugir daquele PvP estressante ou da megalomania de jogos densos e complexos se faz necessária. Ao jogar Rain World, foi possível sentir que um game pode ser direto e reto, hábil, com meios de aventurar-se por uma história intrigante, soturna e divertida.

Sobrevivendo ao inferno… ou à chuva

Desenvolvido pela Videocult, o título é basicamente sobre sobrevivência. Um slugcat (ou gato lesma) se perde de sua família quando uma tempestade acaba jogando-o no submundo dos esgotos. Perdido num lugar sombrio, úmido e cheio de ameaças, seu objetivo é passar ileso por todos os perigos, comer, hibernar, abrigar-se da chuva e uma hora encontrar sua família novamente.

Ao decorrer da aventura, é complicado não se apegar ao Slugcat e até mesmo sentir pena de sua fragilidade. Considerando o lugar em que ele está, mas não dá também pra “pisar em ovos” durante o gameplay esperando que ele não se machuque, portanto é necessário sair do lugar. O lance é pegar o caminho da roça, ser ágil, observador e passar pelos níveis a frente.

Plataformas, túneis e coragem

Rain World foi construído como um jogo de plataforma, com um mapa disposto em leveis. Você sempre vai adentrar encanamentos que te levam para um lugar superior ou inferior dependendo da sua necessidade, pois para sobreviver ao submundo você precisará passar por duas situações importantíssimas: procurar comida e hibernar. Lembrando que é impossível dormir de estômago vazio, caso contrário você já era.

É necessário que o animalzinho se aventure pelos níveis dispostos à procura de alimento e, quando a chuva vem, um cantinho seguro para hibernação deve ser encontrado até que ela passe. Parece fácil, certo? Mas é aí que mora o perigo.

Zona abissal é fichinha

Quando a gente para pra ver a National Geographic, com aqueles documentários de animais abissais que vivem a metros de profundidade do nível do mar, rola um nojinho e até mesmo um espanto, porém as criaturas de Rain World são bem mais bizarras. Elas causam um desconforto tamanho quando, no descuido, você cai nas garras dos monstrengos e acaba engolido ou despedaçado.

Durante o gameplay não dá pra vacilar, pois os inimigos ficam pra lá e pra cá, rastejando, farejando comida e tentando fazer o mesmo que você: sobreviver. Com isso, os encanamentos devem ser usados com esperteza e cuidado, pois lagartos ficam passeando entre um duto e outro, e a chance de você dar de cara com um é grande. Quando isso acontece, é bom ser rápido no raciocínio ou você vira petisco.

Ao contrário do que se imagina, para passar de um level a outro, não é necessário pegar itens, matar chefão e seguir adiante. Não. O esquema realmente é a agilidade, pois você só precisa sair do campo de visão dos inimigos, dar aquele drible maroto e usar os dutos com inteligência para escapar.

A cada nova região explorada novos bichos irão surgir, sendo alguns deles bem camuflados no cenário. É o caso da planta carnívora, que se parece com uma vareta que você pode escalar, mas no final das contas ela te puxa e você não consegue se soltar. Daí é aquilo, né, no céu tem pão?

É pau, é pedra…

Ao longo da aventura, é possível encontrar itens no cenário que te ajudam a passar pelos obstáculos. Pedrinhas e algumas lanças, ou estacas de madeira e ferro, estão dispostas para você pegar e usar. Só que não vai adiantar muito se, na loucura, você quiser matar um monstro porque, no máximo, eles vão ser atordoados e ficarão bem irritados querendo seu sangue. Daí só lhe resta correr.

O interessante é que algumas plataformas não são fáceis de alcançar e você, na maioria das vezes, precisará estar sobre alguma coisa, pois no chão as chances de morrer são altas. Pegue impulso e finque uma estaca na parede da plataforma alvo, para poder pendurar-se e escalar os locais para chegar à saída mais próxima. Outro fator interessante de escape é se, de repente, você perceber que tem um lagarto bloqueando o caminho e puxá-lo, jogando-o para baixo. Até ele subir de novo no duto de onde foi atirado, você já estará bem longe.

O game tem uma fauna variada que não está lá apenas pra te colocar no cardápio. Saiba que é possível ter oportunidades de fuga usando das diferente espécies encontradas pelo caminho. Alguns dos animais que parecem ameaçadores num primeiro momento podem acabar te salvando da morte. Usá-los à seu favor é divertido, porque estes servem como distração para outros predadores enquanto você passa ileso pela área.

Caba não, mundão!

Rain World é significativamente grande. Os mapas são extensos e cheios de situações inusitadas. Visualmente é muito bonito e tem uma atmosfera soturna, parecendo os rascunhos mais loucos do Tim Burton. E, enquanto ambiente de exploração, ele é rico e cheio de curiosidades a cada fase. Num momento os cenários estão cinzentos, em outro ponto eles mudam para um sépia, ganhando cor quando o Slugcat nada nos esgotos verdes e, aparentemente, poluídos desse universo underground.

A trilha sonora é ausente em quase todo o jogo e dá uma sensação de vazio, bem a cara desse ambiente inóspito. Para não dizer que o som é totalmente inexistente, uma música carregada de tensão surge quando o perigo espreita, ajudando você a ficar esperto e correr se for necessário.

Os controles são basicamente muito simples: correr, pular e pegar impulso. Nada complexo. O difícil mesmo é saber lidar com as fugas, por isso é importante ter agilidade e paciência, porque morrer é tão fácil quanto ao jogar Dark Souls.

Belo, divertido e desafiador, Rain World é um título que merece ser conhecido. Mesmo usando elementos básicos de um game plataforma, a simplicidade camufla muito bem a provação, por isso ele serve para qualquer pessoa, tanto hard gamer quanto o casual.  Pode colocar na lista que é sucesso!

Review – Pepper Grinder

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.28/03/2024
Imagem do review de Everloop

Review – Everloop

Marco AntônioMarco Antônio28/03/2024
Imagem do review de Dicefolk

Review – Dicefolk

Marco AntônioMarco Antônio27/03/2024