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Reigns é um jogo premiado, obrigatório. Funciona como um baralho de cartas-eventos, que precisam ser resolvidas uma em seguida da outra. As cartas são personagens do reino (o general, o bispo etc.) que te indagam sobre uma decisão binária: se “sim” você move a carta para a direita; se “não”, para a esquerda. Como no Tinder. As decisões influem enchendo ou esvaziando 4 marcadores: igreja, povo, exército e finanças. Você morre se qualquer um dos marcadores encher ou esvaziar completamente.

Foi a primeira análise que fiz para o Gamerview! Uma grande beleza de design, elegância e criatividade. Consegui prever que logo, logo apareceriam herdeiros, e foi exatamente o que chegou: “Reigns: Her Majesty“. Uma herdeira, para ser mais exato.

Imagem do jogo Reigns: Her Majesty

O que mudou?

Sob a pele de uma Rainha, agora você conta com um inventário (ou bolsa!), em que acumula itens que pode usar contra as cartas-eventos/personagens que aparecem. Um vidro de perfume, uma arma para duelos, um osso de galinha… Os efeitos são bastante específicos, mas também dá pra utilizá-los como truques para se safar da morte. Este jogo ganha uma complexidade a mais, portanto: soma a possibilidade do uso de um item às duas ações binárias originais “esquerda” e “direita”.

Outra grande diferença é que agora a história do império não é contada no modelo de linha temporal, mas com um círculo encrustado com signos do zodíaco. Cada nova Rainha nasce sob a regência do próximo signo da roda, e isso influencia nos eventos que irá encontrar: Áries dispara mais cartas de guerra; Aquário de conciliação etc. Assim, você tem narrativas mais variadas e um charme a mais.

A experiência

Reigns: Her Majesty está bem divertido e muito criativo, provando que de fato a fórmula pode ser ampliada e ganhar contornos inovadores. A principal linha de condução aqui, de fato, é trazer o elemento feminino (leia-se clichês sócio-culturais relacionados ao feminino) encarnando nas mecânicas e eventos. À mulher de Her Majesty é sugerido o culto a entidade da “Toda-mãe”, trazendo elementos celtas (e, claro, um horóscopo). A Rainha é constantemente tentada a colocar sua beleza acima de outras coisas, incita modismos, é predisposta a ter muit@s amantes e consegue conquistar pessoas com seu charme.

A diferença principal está na forma como as conquistas são alcançadas. Enquanto o foco do antecessor está em construir um reinado sólido (e de quebra descobrir alguns segredos), o foco aqui é o inverso: descobrir segredos (e de quebra construir um reinado sólido). Em geral, para progredir, é preciso descobrir uma combinação ou usar um determinado item no momento certo. A introdução do inventário traz uma pegada “adventure” que acredito ser o principal delineador da experiência aqui.

Achei Reigns: Her Majesty um tanto difícil de ser compreendido em vários momentos, em especial em relação à regência dos signos (não tenho familiaridade com horóscopo). Tive que recorrer à internet para entender os símbolos e as inclinações, pra em seguida tentar entender como isso é relacionado no jogo. Não atrapalhou a experiência de forma significativa, mas senti um pouco de frustração… Poderia ter mais dicas nesse sentido!

Prefiro o original, mas certeza que esse melhora

O jogo nasce com alguns frutos já bastante amadurecidos, ao mesmo tempo que propõe novas combinações ainda “verdes”. Na relação dos frutos maduros está o balanceamento dos eventos, que segue a mesma linha do grande patch que a Nerial soltou pro primeiro jogo no meio deste ano. As cartas são concatenadas de uma forma bastante inteligente, moldando-se à liberdade do jogador para lhe oferecer sempre a possibilidade de manter os marcadores balanceados. O jogador atento vai conseguir se aprofundar bastante, apesar de permanecer sendo um jogo difícil, com algumas surpresas “matadoras”. O game é ainda menos fatalista que seu antecessor, porque traz algumas possibilidades (truques) pra se livrar de enrascadas na última hora, somando emoção e eliminando uma parte das frustrações.

Reigns: Her Majesty é um jogo difícil de ser balanceado e tenho certeza que com a avalanche de feedbacks logo virão correções de bugs chatinhos, e da própria experiência geral do jogo. Se ainda não o fez, jogue o original; em alguns meses Reigns: Her Majesty vai estar tinindo.

De preferência, pegue a versão mobile. É muito mais legal decidir seu destino arrastando o dedinho na tela.

Imagem do jogo Reigns: Her Majesty
Esperando um novo patch como o perfume real!

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