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Tradições familiares, são extremamente importantes para a sociedade. São elas quem moldam os primeiros conceitos de sociedade, família e comunidade nas pessoas, não que isso seja algo bom ou necessário. Mas não há como negar que muitas das tradições ajudam a nos moldar no que somos. Road to Guangdong é um game que traz à tona o quão importante é a atitude de preservar determinadas tradições familiares. Assim como a Jornada Para Oeste, o jogo traz uma interessante aventura nas estradas.

Escrito por Yen Ooi, autora de livros que vão desde ficção científica até horror, Road to Guangdong traz a história de Sunny. Assim como o jogo mostra em seu trailer e imagens o foco da jovem é de cruzar as estradas no carro da família junto de sua Guu Ma – tia mais velha – enquanto busca pela benção dos mesmos e por receitas da família.

Uma longa viagem

Em Road to Guangdong, Sunny acaba de descobrir após o enterro de seu pai que ele deixou o restaurante da família para ela. Sunny, agora com sua tia Grace Tong, devem ir atrás dos membros da família em busca de suas bençãos para o restaurante. No entanto Sunny e sua tia resolvem fazer a viagem em Sandy, o antigo carro de seu pai, revivendo as viagens que ele e sua tia Grace realizavam em busca de receitas e por lazer.

Imagem do review de Road to Guangdong
Um caminho, muitos desfechos.

Além de ter que re-aprender a conviver com sua família, uma vez que devido a grade curricular da faculdade, Sunny perdeu vários dos Festivais da Primavera de sua família. Algo que irá mudar totalmente, uma vez que como dona do restaurante, ela ocupará o local central da família que antes seu pai ocupava. Indo atrás de seus parentes novos, velhos e até bisavós, Sunny vai descobrir que suas ações nesta viagem irão moldar todo o futuro dos Tong.

Além da benção de seus parentes, nesta viagem deve tentar conseguir com eles as receitas secretas da Família Tong. O que só será alcançado com as escolhas certas feitas pelos jogadores, o que faz com que cada escolha tenha um peso. Muitas vezes você pode estar achando que está fazendo o correto, mas na verdade está fazendo o oposto. O que pode servir para abrir precedentes para um ou vários replays.

Em direção ao sol

O gameplay de Road to Guangdong se divide entre pegar a estrada, evitar que o carro quebre, o dinheiro acabe e conversar com os membros da família Tong. Sandy – o carro – é de longe um carro que iria amar receber em minha oficina, mas detestaria ser dono. O carro antigo que se assemelha a um Lada Riva gasta peças igual a 39 Opalas de dono de bar fundidos em um único veículo. Tudo bem que o carro começa com peças defasadas e antigas. Mas para deixa-lo em condição de rodagem excelente, é necessário um grande esforço.

Imagem do review de Road to Guangdong
Certeza que a plaina foi feita em torneiro.

O carro bebe feito um maníaco, o óleo se desgasta feito borracha na mão de criança e as peças literalmente derretem. Além disso, ele também não consegue desenvolver velocidade, mantendo sempre uma constante de 80 ou 100 Km/h. Independente do estado do motor, mesmo com todas as peças novas e com qualidade máxima o carro superaquece constantemente, a velocidade não aumenta muito e a rádio só toca seis músicas.

Eu sempre gostei de músicas instrumentais chinesas, sempre achei o máximo, mas ter que aguentar as mesmas três músicas em viagens simuladas logo me torrou a paciência. Road to Guangdong tem, de longe, uma das seleções musicais mais maçantes que já vi em um jogo. O pior é que essas músicas são divididas entre duas estações apenas, então não há muita escolha. Isso quando não rola de você trocar da música clássica para a eletrônica e acabar voltando para a clássica e então a Guu Maa além de te xingar por ter trocado a primeira vez tenta voltar para a clássica, mas joga na eletrônica de novo.

Imagem do review de Road to Guangdong
O dia já começou na fazendinha.

Para o carro ali que eu vou descer

Outro fator é que o jogador precisa prestar atenção na pista por 2 motivos apenas. Primeiro, para poder fazer as curvas deste jogo, que são horríveis de fechadas, além do carro parecer um Chevette com direção mecânica travada de tão duro. Segundo para não bater o carro e acabar levando mais tempo na estrada. Eu pensei que bater a Sandy seria algo que atrapalhasse demais, tipo desse um “P.T”, no entanto não, você pode estar na velocidade máxima, que ela só vai parar.

Imagem do review de Road to Guangdong
Parece as viagens que eu fazia com meu pai, de querer pular pela janela.

Road to Guangdong é um jogo que me cativou pelos seus gráficos e cores em tons pastéis coloridos. As cores todas parecem estar um pouco desgastada em certos momentos e eu amei isso. Mas no momento em que estava jogando e comecei a prestar atenção nos movimentos dos modelos das personagens, acabei me decepcionando. Assim como o visual, os personagens do jogo se movem como os avatares do Xbox 360, mas de uma maneira muito mais travada e angular. Dando um ar desconfortável ao espectador.

Durante as viagens também temos as pilhas de sucata que servem para que possamos buscar peças velhas para reparos no carro durante a viagem. Peças como rodas, filtros de óleo e de ar até vai, por que é comum achar elas de maneira mais fácil em ferros velho. Mas aqui você pode pegar um motor de graça na pilha de sucata e tanto faz para o dono do local. Esses itens podem ser re-utilizados ou vendidos nos postos de gasolina.

Reunião de família.

Quem são vocês?

Acredito que o maior problema de Road to Guangdong é que ele tenta trazer uma importância enorme para personagens que eu não conheço ou tenho motivos para acreditar que sejam interessantes como dizem. Todos tratam o pai morto de Sunny com uma grande reverência, o que é entendível, mas o jogador em si não tem o por quê de se aprofundar nos assuntos da família Tong, já que ele não tem um background de quem são.

Road to Guangdong tinha tudo para ser reflexivo e um dos jogos indies mais interessantes do ano. No entanto acabou sendo superficial, duro de se jogar e com pouca criatividade, trazendo uma história complicada onde não precisava ser.

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