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Depois de muitas brincadeiras, crossovers e homenagens, a saga Runner da série de jogos BIT.TRIP chega a seu mais novo capítulo, Runner3. O plataforma rítmico de ação volta carregado com tudo que deu certo antes e muitas novidades, desafios, pulos, chutes e dancinhas.

Na pele de CommanderVideo (ou CommanderGirlVideo) o herói que já conhecemos dos títulos anteriores, você terá de impedir The Timbletot de eliminar todo o amor e felicidade do multiverso. Para tal, você será desafiado a passar por fases cheias de altos e baixos, paredes, saltos em trampolins e até veículos.

Imagem do jogo Runner3
Mensagem para aqueles que ainda não sacaram.

Dificuldade na medida certa

As fases aqui não chegam a ser difíceis, na realidade, a dificuldade está em ser perfeito, ou seja, concluir a fase pegando todos os itens, pois esse é o desafio real de Runner3. A questão é, vendo todas aquelas barras de ouro flutuando na sua frente é difícil simplesmente passar por elas sem querer no mínimo tentar pega-las, é desta maneira que o jogo te tenta a concluir as fases perfeitamente. E Runner3 consegue fazer isso muito bem, eu admito.

Por mais que você morra, e morra, e morra (morra muito), isso não vai te desestimular a continuar tentando, diferente de alguns jogos que te penalizam demais por seus erros, esse te estimula. Entretanto, não é um estimulo visual, é mais um tipo de estimulo psicológico que te coloca quase que num transe, que de tanto repetir a mesma sessão, a fase se torna aparentemente mais fácil – o que quero dizer, é que a prática realmente é recompensadora neste título.

O jogo ainda apresenta fases retrô que revisitam o visual e mecânicas de jogos anteriores. Estas sim apresentam um maior grau de desafio, porém desta vez os jogadores poderão controlar seu personagem livremente, ou seja, sem o movimento automático do mesmo, tornando-se um jogo puramente plataforma, o que não o deixa mais fácil. São desafios para jogadores experientes, que já dominam o jogo e que rendem além de um novo desafio, bons prêmios ao conclui-los.

Cada fase apresenta intersecções (em certos trechos dela) que dividem o caminho, porém na primeira vez que jogá-las, não haverá a possibilidade de escolher entre elas, mas assim que concluir a fase poderá jogá-la novamente e seguir por este caminho alternativo, que tornará elas mais difíceis do que originalmente, com mais obstáculos, inimigos e etc. Porém, haverá um extra: essas rotas são conhecidas como Gem Run, pois nestes trechos há a possibilidades de coletar gemas, diferente das Gold Run (fases no formato original), onde você somente pode coletar ouro. Além destas também temos as moedas das fases retrô, as “Gildan”.

Imagem do jogo Runner3
A escolha é sua.

Para fazer uso das gemas e de todo o ouro e gildans que foram acumulados durante o passar das fases, temos acesso a uma loja, onde podemos comprar roupas, acessórios e até trocar sua capa (o arco-íris característico do personagem). Mas o que chama mais a atenção são os personagens jogáveis extras que o jogo apresenta, dentre eles temos alguns convidados como Shovel Knight, do jogo homônimo; Eddie Riggs, que vem de Brutal Legend e tem a face de Jack Black e, por fim, a lenda Charles Martinet, a inconfundível voz do Mario. Estes personagens convidados podem ser desbloqueados concluindo os chamados Hero Quests, que são fases especiais na qual você terá (literalmente) de ajudar tais figuras em desafios únicos.

E falando em Charles Martinet, ele não apenas é um personagem do jogo, como também é o narrador, retornando ao posto que ocupou no jogo anterior Runner2. E põe narrador nisso, ele foi muito bem utilizado e já começa o jogo se apresentando. Talvez você não reconheça sua voz por ele estar utilizando um tom mais natural dela, não caracterizado como o encanador bigodudo, mas podem acreditar: é ele mesmo. Isso por si só já é um bom motivo para muitos fãs quererem jogar o título.

O sistema de progressão do jogo é dos mais justos, que preza pela habilidade do jogador, tanto dos novatos quanto dos mais experientes, sem te jogar direto em uma ação frenética mas apresentando cada elemento aos poucos durante as fases iniciais, antes de entregar uma fase realmente desafiante. A dificuldade aqui evolui em conjunto com as habilidades do jogador. Claro que, caso seja um novato, no início você vai morrer um bocado antes de se habituar ao ritmo do jogo, mas nada que a prática e persistência não recompensem. Runner3 é um excelente exemplo de jogo que é fácil de se jogar, mas difícil de dominar.

Imagem do jogo Runner3
Retrô com um toque moderno.

Podemos considerar Runner3 um jogo relativamente curto, porém o tempo que cada um irá demorar para conclui-lo é muito variável, dependendo unicamente de suas respectivas habilidades, o que torna o jogo mais proveitoso. Os jogadores perfeccionistas ou colecionistas com certeza irão demorar mais para conclui-lo. E para os competidores, há um ranking de melhores pontuações em cada fase para ajudar você na sua neura com recordes.

Tudo sob controle

Os controles do jogo são bem precisos, o que é um fator que evita boa parte da frustração que podem causar outros títulos do gênero, pois você sabe que, quando errar, o erro não será (literalmente) fora do seu controle, o que também te motivará a continuar tentando. Mas um detalhe que preciso salientar é que jogá-lo no teclado é para os fortes, tornando-se um desafio a mais tentar passar as fases dessa maneira –  um bom e velho controle realmente torna o jogo muito melhor de se jogar.

A trilha sonora do jogo é um ponto importante a se abordar, afinal se tratando de um jogo rítmico esse é um aspecto primordial na experiência. Nisso Runner3 não decepciona e traz uma trilha bem elaborada, que combina com os movimentos realizados durante o gameplay e traz à tona uma experiência empolgante para o jogador. E as músicas fora do gameplay – nos menus e etc. – também são muito contagiantes, certamente você vai ficar com a música do menu inicial na cabeça.

Imagem do jogo Runner3
Só corra!

Este novo título da saga traz um visual 3D no clássico gênero plataforma, visualmente atraente e apresentando cenários bastante coloridos e ricos em detalhes. Contudo, os desenvolvedores, talvez no intuito de aproveitar essa nova característica visual, adicionaram certos jogos de câmera onde seu enquadramento não é fixo como em outros títulos plataforma, mudando levemente o ângulo de visualização em determinadas situações, acabando por prejudicar um pouco a visibilidade de certos obstáculos vindo pela frente. Às vezes você vai acabar morrendo por essa razão. Por mais bonito que esse efeito possa ser, apresentando um diferencial estético ao jogo, não caiu tão bem quando poderia.

O humor é um elemento de destaque aqui e isso é apresentado ao jogador antes mesmo do menu inicial. Todas as vezes que iniciar o jogo, ele vai te apresentar uma propaganda fictícia de alguma marca presente durante as fases, sempre com muito humor. Acredite, esse jogo vai arrancar pelo menos um sorrisinho de você. E essa graça só se solidifica com a presença do narrador (Martinet) que se apresenta de maneira afável durante todo o jogo. Runner3 apresenta legendas e menus em português, que não é o brasileiro mas já quebra um bom galho.

Imagem do jogo Runner3
Sabe quem também é quente? Você lendo esse review.

Runner3 faz jus a toda a saga e dá sequência de maneira primorosa, apresentando sempre com muito humor e carisma elementos já conhecidos na série e também trazendo novidades. Seja correndo, pulando, chutando ou dançado, Runner3 é uma boa pedida para aqueles que curtem jogos rítmicos e de plataforma, seja um jogador novato ou mais experiente, pois ele é bastante democrático em sua dificuldade e traz uma curva de aprendizagem bem definida. Mas caso isso não seja o suficiente para te convencer, talvez Charles Martinet seja o nome certo para te fazer dar uma chance a ele. Inicialmente, o jogo está disponível para PC e Switch, mas a desenvolvedora planeja lançá-lo para PS4 e Xbox One em breve.

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