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Existem jogos para todos os gostos, mas certas pérolas que surgiram daquele longínquo tempo em que o Steam aprovava qualquer porcaria que recebesse um greenlight jamais deveriam se expandir para os consoles. Tudo bem, isso é apoiar a indústria indie (por mais maluco que alguns jogos possam parecer), mas foi nessa onda que títulos como Mineirinho Ultra Adventures acabaram ganhando seu espacinho para poluir a biblioteca de jogos de Gabe Newell.

Eis que assim, do nada, a JCO resolveu desenterrar toda a bizarrice de um jogo chamado Safety First!, lançado para PC em 2016. O Switch está realmente comprometido em se tornar o lar de todo indie, incluindo essas joias raras que já fizeram sua fama há alguns anos sendo estranhos demais. Hora de descobrir porque a segurança vem em primeiro lugar, só que agora no Switch.

Um líquido amarelo e mágico

Safety First! é um jogo de puzzles onde você controla um bonequinho de palito peladão. Isso mesmo, você até enxerga nitidamente as partes dele. Seu objetivo é consertar fios que estão com defeito, só que de uma maneira muito peculiar: fazendo xixi neles. A urina é a nossa arma, afinal, como o próprio jogo diz, é um líquido amarelo mágico e reparador.

Marcando território.

O personagem é bem difícil de ser controlado, no qual cada analógico movimenta uma perna e, caso você o force demais em posições estranhas, ele simplesmente é mutilado e morre. Quem jogou QWOP ou Octodad já terá uma boa noção de como será horrível controlar esse boneco. Seu xixi também é limitado: você tem apenas o necessário para resolver aquele puzzle, então se errar a mira terá que recomeçar (imagino quantos homens devem estar entrando em pânico ao ler isso).

O jogo possui três campanhas diferentes, cada uma com seus próprios desafios. A campanha clássica possui 30 fases, a avançada mais 32 e ainda há alguns desafios a serem feitos em um modo com gravidade zero. Cada fase é um puzzle diferente e o que ditará as regras é o modo em que você está jogando. É um mais estranho que o outro: temos um que deixa tudo acelerado, com luzes piscantes, e outro que deixa o seu boneco bêbado. São funções que servem mais para complicar sua vida do que para qualquer outra coisa.

Mijando em tudo

Por incrível que pareça, Safety First! é um jogo muito decente no que ele propõe. Bizarrices a parte, ele é bem criativo e desafiador no quesito puzzles. É muito provável que, mesmo sendo um título impossível de ser levado a sério, você ainda se pegue super entretido tentando resolver cada puzzle que aparece.

Quem nunca perdeu a perna quando esticou ela demais?

Os desafios são diversos. No modo clássico você pode voar (não me pergunte o porquê), mas ao mesmo tempo que isso ajuda irá te atrapalhar bastante, pois existe um mínimo de física neste jogo e seu boneco pode não sobreviver ao impacto da aterrissagem. O modo avançado já dificulta mais as coisas, pois você não poderá mais voar e só pode levantar uma perna de cada vez, te forçando a fazer tudo sem sair do chão. Já no modo gravidade zero o caos reina, porque qualquer movimento brusco, independente da direção, vai te matar em um piscar de olhos.

Os puzzles são bem variados e conseguem oferecer um desafio interessante – não por serem muito difíceis, mas exclusivamente pela movimentação horrenda do personagem. Obviamente, isso é proposital para carregar nas costas todo o grau de dificuldade do jogo, mas ao mesmo tempo que irá te desafiar, vai te irritar bastante. É o típico jogo em que se dá rage quit cedo ou tarde.

Esse modo de gravidade zero é um pesadelo!

Sobre o visual, é impossível ser mais feio e minimalista. Tudo é feito de formas geométricas e pintado de preto e branco, não tem uma corzinha sequer. Tudo bem que o personagem foi feito desse jeito justamente por estar pelado, mas a única cor que veremos será o amarelo do xixi e isso é bem triste.

O jogo inteiro toca apenas uma única música (que parece muito com aquelas músicas que tocam naqueles canais que ficam vendendo coisas aleatórias 24 horas por dia) e ela pode ser alterada caso você mude de modo, mas por uma outra música que tocará infinitamente, então nem preciso comentar sobre trilha sonora porque é praticamente inexistente.

Safety First! te choca com sua proposta peculiar e consegue te desafiar ao mesmo tempo que te arranca umas risadas, mas nada mais. O jogo não te encanta em absolutamente nada e, por causa de suas mecânicas medonhas, se torna enjoativo e irritante em muito pouco tempo. Ainda assim, pode ser um título recomendável para quem gosta muito de puzzles e de passar raiva.

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