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Saints Row é, como dizem por aí, um GTA da zoeira. E Saints Row IV é, de longe, o que mais leva essa característica ao pé da letra. Quando o game foi lançado na geração passada, em 2013, fez tanto sucesso que foi portado para PlayStation 4 e Xbox One pela High Voltage Software no ano seguinte, bem no início da atual geração. Foi assim que o jogo ganhou o subtítulo Re-Elected, incluindo as expansões Enter The Dominatrix e How The Saints Save Christmas.

Era uma questão de tempo para o game chegar ao Nintendo Switch pelas mãos da Fishlabs, a mesma que cuidou do port de Saints Row: The Third – The Full Package. Este aí que inicialmente deixou um gostinho amargo graças à péssima otimização, rodando super mal no modo docked. Com as críticas, a Volition entrou na jogada e arrumou o game com atualizações.

Com o anúncio do port de Saints Row IV: Re-Elected, os fãs ficaram receosos. Eis que a Fishlabs acertou a mão logo de primeira e ambos os estúdios respiram aliviados sob a sombra da Deep Silver. E quem ganha com isso são os jogadores, pois este é o game de mundo aberto sandbox mais maluco que já joguei na última década.

Jogando pela primeira vez

Não jogou os games anteriores? Fica tranquilo, dá pra acompanhar a história numa boa. É o meu caso, uma vez que nunca joguei os dois primeiros games e só um pouquinho de Saints Row: The Third. O suficiente para notar que esta continuação abraça a loucura de vez, tanto na história quanto no gameplay. Você, o chefe dos Saints, é eleito o presidente dos Estados Unidos da América. Uma invasão alienígena ocorre na Terra, liderada pelo vilão Zinyak, e os Saints são abduzidos e colocados em uma simulação à lá Matrix.

Imagem do jogo Saints Row IV: Re-Elected
Esse trecho inicial do game, nos anos 50, é fantástico.

Antes disso tudo acontecer você passa por uma missão de tutorial, com direito a “I Don’t Want to Miss a Thing” (do Aerosmith) rolando ao final, e outra após a invasão, em uma divertida simulação dos anos 50. O humor nestas três etapas inicias da trama é impecável, um belo exemplo do que você encontrará nas mais de 20 horas de jogatina – completando as missões secundárias e os DLCs. Quebrando a simulação pela primeira vez, Zinyak fica puto e te joga em uma simulação mais avançada. E assim começa a sua jornada em Steelport, cidade inspirada em Nova Iorque.

Para realizar as missões e saber aonde ir no mapa, o jogador conta com a ajuda de Kinzie Kensington (de Saints Row: The Third). Independente do sexo que escolher para o seu personagem, os diálogos com a Kinzie são extremamente cômicos. Keith David (o ator mesmo) é outro parceiro nessa jornada, que pode ser chamado pelo telefone para ajudar no combate. E ajuda é o que não falta: você pode convocar sua própria gangue (totalmente personalizável) para dar aquela força, sendo quatro NPCs controlados pela inteligência artificial.

Um mundo aberto para chamar de seu

Saints Row IV: Re-Elected oferece tudo o que se espera de um jogo de mundo aberto. Você pode realizar uma série de missões secundárias opcionais (roubar carros, corridas contra o tempo, destruição em massa, injeção de vírus na simulação, etc) e tem um monte de coisas para encontrar pela cidade, como anotações sobre o passado do Zinyak, estátuas do vilão para destruir, clusters e caches para coletar, e por aí vai. Fora os vários minigames bizarros, um mais divertido (e nonsense) que o outro. Tem um de striptease e até mesmo um beat ‘em up que tira onda com Double Dragon!

Imagem do jogo Saints Row IV: Re-Elected
As missões secundárias rendem muita diversão.

Todas essas atividades o recompensam com level, dinheiro e pontos para gastar em melhorias e poderes. E é aí que mora o grande diferencial do gameplay: os poderes que o protagonista obtém ao longo da campanha. Você é basicamente um super-herói, com ataques de gelo, de fogo, super corrida, super pulo, telecinese, entre outras habilidades. As características físicas do “Playa”, como o jogo chama seu protagonista, podem ser melhoradas, assim como veículos e armas. Aliás, a versão de Switch recebeu um novo sistema de personalização de armas.

Em pouco tempo de jogatina você já estará saltando por prédios, inclusive ignorando o uso de veículos para chegar rápido à algum lugar. Steelport logo se transforma em um grande parque de diversão, cheio de coisas para fazer ou simplesmente ignorar para seguir a trama principal. Só não espere muita coisa da história, um tanto rasa no geral e cujo a campanha impõe um backtracking bem chato. O humor, pelo menos, tá garantido. E a nostalgia também, com a playlist da rádio The Mix 107.77, que inclui clássicos como “What Is Love” (Haddaway), “This Is How We Do It” (Montell Jordan) e “The Boys Are Back In Town” (Thin Lizzy).

Imagem do jogo Saints Row IV: Re-Elected
Essa “espada” aí faz parte do conteúdo extra do Re-Elected.

No Switch é mais gostoso

O visual de Saints Row IV: Re-Elected envelheceu, mas não tanto a ponto de parecer feio no Switch. É o mesmo game de PS4 e Xbox One, exceto pelas texturas mais borradas e alguns efeitos simplificados. No modo docked o jogo roda super bem, usando a resolução dinâmica para se manter cravado nos 30 frames por segundo. Já no modo portátil o game roda em 720p, com gráficos mais serrilhados e um incômodo desequilíbrio no brilho durante a noite. Fica bem escuro e é preciso mudar a configuração para conseguir enxergar direito. Ainda assim, não fica perfeito. E ao voltar pro modo docked, tem que alterar de novo para ficar correto na tv.

O game vem com o sensor de movimento ativado para você usar na assistência da mira. Eu particularmente não gosto de ficar mexendo o joy-con (ou o portátil todo) no ar, então desliguei. Mas é legal ter essa opção adicionada ao gameplay. No geral o controle funciona bem, exceto nos minigames de velocidade. Eles exigem precisão no analógico esquerdo, o que não se consegue fácil com o joy-con por conta do seu tamanho. Infelizmente não tem outro jeito de resolver isso a não ser jogando com um Pro Controller. Já a mira, sensível demais por padrão, dá para ajustar nas configurações.

Imagem do jogo Saints Row IV: Re-Elected
Eu juro que a nudez da personagem nesta cena não foi escolha minha.

Saints Row IV: Re-Elected não escapa de alguns bugs de física e inteligência artificial, comuns de jogos desse tamanho. Tem um específico que acontece com certa frequência: ao estar muito perto de um NPC, a câmera atravessa o modelo 3D revelando seus olhos e boca dentro da cabeça. É sinistro, mas nada que tire a graça do jogo. O que vale é que finalmente temos essa pérola acessível no Switch, pra jogar e dar muitas risadas em qualquer lugar. Ou passar vergonha quando alguém ao seu lado ver que seu personagem tá de fio dental e com um dildo gigante na mão.

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