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Samurai Warriors voltou! Sete anos se passaram desde o lançamento da quarta entrada da franquia, mas não importa quanto tempo passe, aquela pergunta sempre vem à tona: como vão inovar dessa vez? Todo jogo musou sofre da mesma maldição: é realmente muito difícil lançar sequências que não se pareçam exatamente com seus antecessores. Geralmente as novidades sempre ficam a cargo de alguns fatores nas mecânicas, personagens novos e coisas do tipo. Porém, para Samurai Warriors 5, a Koei Tecmo preparou algo um pouquinho maior.

Tudo aqui é novo, mas também não deixa de ser velho. A quinta entrada da série na verdade é um reboot que revive os acontecimentos do primeiro jogo, só que tudo ainda faz parte da mesma cronologia! Parece loucura e é mesmo, porém temos aqui um título bastante amigável tanto para fãs de longa data quanto para novatos no gênero, sendo uma excelente porta de entrada para esse universo onde uma única pessoa consegue derrubar exércitos inteiros sem esforço.

De volta ao meu aconchego

Se você já jogou o primeiro Samurai Warriors, lançado lá em 2004 para PS2 e Xbox, então vai viver uma série de déjà vus com este aqui. A história volta para o período da rebelião dos Turbantes Amarelos, o conflito entre os Estados Combatentes e a história de um ousado general chamado Nobunaga Oda, líder de seu clã e de uma arriscada campanha de expansão territorial.

Fácil demais…

Nobunaga já é um rosto mais que conhecido nesta franquia, mas agora os personagens receberam uma repaginada no visual, para combinar melhor com essa nova fase de Samurai Warriors. Tivemos a adição de alguns rostos novos para renovar o elenco de personagens jogáveis, mas no final essa variedade está um pouco menor que a dos demais jogos. Ainda assim, temos guerreiros inéditos o bastante para sairmos satisfeitos, já levando em consideração os chamados personagens de suporte, uma novidade que acaba não sendo tão legal quanto parece, mas já garante o controle de uma galerinha nova.

A campanha é dividida em capítulos e, a princípio, o único personagem jogável é Nobunaga, mas conforme avançamos outros vão ficando disponíveis. Esse balanceamento foi muito bem utilizado, pois os desenvolvedores souberam equilibrar perfeitamente o número de missões necessárias para se desbloquear um novo guerreiro. Quando você começa a enjoar do estilo de combate de Nobunaga, um novo personagem aparece no momento certo para renovar seu interesse pelo jogo e assim continua até o final.

Cada personagem possui seu próprio estilo de luta e preferência de armas, além de ganhar XP individualmente. Isso significa que quanto mais você jogar com um único guerreiro, mais forte ele ficará, porém os demais ficam sem XP. A boa notícia é que você também garante um estoque de experiência reserva, então é possível distribui-la entre seus outros personagens do jeito que bem entender, te poupando incontáveis horas de grind (mas se você quiser que todo mundo fique forte, não vai dar para fugir desse fatídico fim).

Samurai Warriors sempre será uma competição de quem tem a espadinha mais explosiva.

Além disso, os guerreiros podem equipar qualquer arma, mesmo as que não são sua especialidade, então isso também colabora na hora de tornar as coisas mais fáceis. Basta equipar uma arma poderosa em um personagem fraco e deixar que ela faça todo o trabalho sujo. Mas é claro que somente com as armas preferidas de cada um é possível explorar adequadamente suas habilidades e alcançar seu verdadeiro potencial no campo de batalha.

Exército de um homem só

Para quem não está familiarizado com o gênero musou, tudo pode ser resumido em uma batalha entre dois exércitos e muito esmagamento de botões. Você é o protagonista das suas tropas e precisa destruir centenas ou até milhares de inimigos para tomar aquele território e fortalecer seus aliados. Eventualmente aparecem alguns generais, que são mais fortes que os soldados comuns, mas é de lei que nós sempre somos muito mais fortes que qualquer inimigo ali e conseguimos resolver tudo sem soar.

Felizmente, já vivemos em uma época com consoles poderosos o suficiente para rodar esse jogo como deveria, então quem jogar em um PS5 ou um PC potente vai poder usufruir de um musou de qualidade a 60 fps constantes, mesmo quando a tela estiver recheada de soldadinhos voando para todos os lados. Jogar um musou com seu potencial máximo faz toda a diferença, pois até mesmo alguns dos melhores jogos do gênero perdem bastante o brilho quando apresentam um framerate problemático (como é o caso de Hyrule Warriors: Age of Calamity, que faz o Switch ter um ataque cardíaco).

Sena doutrinando!

O gameplay em si não traz praticamente nada novo, é o mesmo esmaga botão de sempre. Porém, é aquela velha história: jogar Samurai Warriors é fácil, difícil é dominar suas mecânicas. O combate é simples, porém não deixa de ser complexo, oferecendo uma grande variedade de combos que variam de acordo com a arma e o personagem que estão sendo utilizados. Para não dizer que não teve nada novo no combate, tivemos a adição do sistema Ultimate Skill, que permite utilizar uma habilidade especial ao encher uma barrinha. Cada personagem dispõe de sua própria variedade de ataques especiais e eles dão um bom upgrade no combate, mas também não é nada de outro mundo.

Dito tudo isso, acho justo dizer que Samurai Warriors 5 continua sendo um bom musou, afinal ele entrega tudo que seus antecessores já entregavam, mas também não vai muito além disso. Quem acompanha a franquia desde o primeiro pode acabar torcendo o nariz, principalmente porque ele voltou às origens e explora um lado da história que todos já viram. Quanto aos novatos, esse é o melhor momento para conhecer a série, pois está começando tudo de novo e agora esse é o futuro de Samurai Warriors.

Review – Unicorn Overlord

Renato Moura Jr.Renato Moura Jr.16/03/2024