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Alguns anos atrás, eu gostava muito da franquia Saw (Jogos Mortais). Fui perdendo o interesse a cada sequência que saia, mesmo que apresentasse armadilhas mais criativas – e sim, há muitas. O que me incomoda é o fato de Saw ter deixado de ser um filme sobre “correção de conduta” para virar uma franquia de terror com mortes gratuitas. Com o último filme, em 3D, a franquia foi pro limbo de vez. E, aparentemente, a franquia de jogos está fadada ao mesmo destino.

No primeiro game, você controla o detetive David Tapp, que no filme é interpretado por Danny Glover. Preso em um manicômio abandonado, seu objetivo é escapar vivo das inúmeras armadilhas de Jigsaw, além de resolver quebra-cabeças, salvar outras pessoas e descobrir mais sobre a história. Apesar dos problemas na jogabilidade e repetição de quebra-cabeças, é um game mediano.

Em Saw II: Flesh & Blood, você joga com Michael Tapp, o filho do detetive Tapp. Na trama, o garoto é sequestrado por Jigsaw enquanto investigava a morte do pai. A sequência também foi produzida pela Zombie Studios, fazendo uso do molde do primeiro game. A diferença aqui está na possibilidade de jogar com um segundo personagem, um viciado em drogas chamado Campbell Iman, e a simplificação das batalhas, que foram reduzidas a Quick Time Events. Além de Campbell e Tapp, aparecem no game mais cinco personagens ligadas à trama – todos envolvidos com corrupção e envolvimento com drogas.

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O jogo se resume a explorar os cenários, pegar os Case Files e Audio Tapes para entender melhor a história (especialmente se você não conhece a franquia), resolver quebra-cabeças e enfrentar alguns inimigos no mano-a-mano. As armadilhas aparecem em duas formas: como armadilhas de mecanismo ou com uma vítima para salvar. Estas armadilhas são os que oferecem maior desafio, com quebra-cabeças mais cabeludos e interessantes. Em outros momentos chave da história, o game deixa a decisão de salvar ou não a vítima para o jogador. Tal decisão muda o progresso da história, mas nada que altere muito a conclusão de tudo.

Quanto às batalhas, basta apertar o botão correspondente na tela no tempo certo para se defender ou bater no oponente. Há também os inimigos com espetos enfiados pelo corpo, que tentam te matar na base do encontrão. Você pode pegar o que encontrar pelo cenário para usar como arma: taco de beisebol, pedaço de cano, madeira com pregos, etc. O uso da arma faz ela se desgastar e quebrar, então fique esperto para não ficar em desvantagem. E se a sua vida estiver por um fio, basta utilizar um Health Hypodermic para aliviar a dor, encontrado nas cabines de medicamento.

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O visual do jogo permanece o mesmo, variando os ambientes entre hotel, fábrica, esgoto, etc. Não houve melhorias neste sentido. Já os personagens continuam feios de doer, com pouca expressão facial e animação brusca. Até na forma de contar a história os produtores foram preguiçosos, utilizando os flashs de cenas rápidas, característico dos filmes, para facilitar o trabalho.

Saw II: Flesh & Blood poderia ter superado facilmente o primeiro game, mas o que vemos aqui é uma significativa queda de qualidade. Resolver a péssima jogabilidade de combate do primeiro game simplificando para QTE, ao meu ver, é pura preguiça. Tudo bem que o foco do jogo está nos quebra-cabeças e não no combate, mas ainda assim não justifica tal mudança. A história também não ajuda, tornando a experiência de jogo ainda mais sem graça. Ficar lendo arquivos e ouvindo fitas cassetes é uma tarefa cansativa, e logo você desistirá de prestar atenção na trama. Aliás, trama que repete a fórmula de dois finais diferentes do primeiro game (aqui chamadas de “Flesh” e “Blood”). Pena que chegar ao final do game é que é uma verdadeira tortura.

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